Rainha mortal

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  Draco Lúcio Malfoy sabia que junto do bilhete entre seus dedos, vinha uma tempestade.

Ele acompanhava toda a situação por anos do seu espelho. De Fantasia, seu mundo, tudo podia ser visto com o equipamento certo e desde que nasceu ele sabia quem era... Mas por anos foi oprimido por seus pais, suas concepções e suas preferências de lado, confundido pela sua própria vida, mundo e conflitos e somente quando a guerra finalmente terminou, que ele pode abandonar de vez todas as intrigas de sua família, e respirar livre.

Ainda assim, aquele bilhete...

Olhou para o fogo que ardia brando na lareira pensativo.

Se ela vinha até ele, e avisava que estava vindo ainda que em cima da hora...

Boa coisa não era.

O elfo doméstico da modesta casa que morava agora, preferência do marido claro que não suportava exposição e publicidade, muito menos uma mansão e que aceitou porque simplesmente não conseguia dizer não a Potter, veio até si e ele nem precisou abrir a boca.

— Traga-a, Monstro,

— Sim, senhor Malfoy.

O elfo saiu rápido e ele cruzou as pernas evitando demonstrar sua tensão. Nada de bom vinha com aquela yang... Nada...

— Sonserino, você cresceu – A voz fria, seca e carregada de ironia soou antes que a mulher que nunca envelhecia, ou pelo menos não aparentava externamente envelhecer, veio até ele e ao invés de se sentar na poltrona diante da sua, apenas se escorou no balaústre da lareira. Seus olhos sorriam maquiavélicos, mas ele não esperava nada menos de Lady Campone. O casaco branco, longo cobria seu corpo belo, ela era quase tão pálida quanto ele mesmo – Meu 'time' é perfeito.

— Diga o que quer.

Ela deu um risinho divertido e se curvou para ele:

— Ora ora que mesmo na cama de um grifinório, você ainda fala com veneno na língua desse jeito.

— Deixe meu marido fora disso!

— Impossível, ele é parte disso – Ela sorriu letal e foi se sentar na poltrona lhe encarando – Agora que essa brincadeira de guerra bruxa acabou e temos você e Harry focados, vamos ao que de fato é importante. Avalon foi refletida em todo os doze mundos e está mais poderosa do que nunca. Diante disso as rainhas devem protegê-las. Não queremos pezinhos indevidos para além das brumas, concorda?

— Os conflitos de vocês não me interessam, nem me diz respeito. O três não se cansa de envolver os outros em suas confusões?

Ele disse ríspido. Ele e Harry finalmente se acertaram, estavam casados de todas as formas possíveis, seu marido agora era um Auror, não havia mais nenhuma sombra sobre seu relacionamento, nenhuma. Tudo o que queria agora era viver com ele em paz.

— Você quer paz, Malfoy? Eu estou te oferecendo paz. Morar na ilha fará bem principalmente ao garotinho de olhos verdes inocente e...

— Fale dele assim outra vez e verá do que sou capaz.

Respondeu sorrindo tão cruel quanto ela e soube que tinha pisado em falso. Nada passava pelos olhos afiados daquela mulher... Quis quebrar algo na parede em frustração...

— Em toda Fantasia, não existe alguém capaz de proteger e cuidar daquele lugar além de vocês dois. Terra Média, Narnia, War, Westeros, ninguém, nenhum deles é uma terra com uma rainha, Malfoy. Foi dado a você um espelho, essa é sua tarefa embora a tenha a

ignorado por mais de vinte anos.

Ela disse intensamente séria, sem ironia e ele sustentou o olhar embora odiasse aquilo. Sim, era segredo do seu nascimento, quando ele nasceu, um espelho chegou em sua mansão com ordens expressas de jamais ninguém tocar no objeto além dele. Seus pais acharam que era coisa de Valdemort e assim ficou. Mas seu espelho não era como os três senhores do mundo dos espelhos. O seu não tinha um espírito dentro dele, não era vivo e...

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