CAPÍTULO 03 : FATOS ESTRANHOS COMEÇAM A ACONTECER

4 0 0
                                    


Trimmmmm... Toca o bendito despertador, acordando Alex. O garoto rezou, se levantou, espreguiçou, colocou o uniforme foi para o banheiro escovar os dentes. Depois, desceu para a cozinha, ao chegar lá, encontrou sua mãe to- mando café calmamente. Passado alguns segundos, ouviu barulho de passos frenéticos descendo a escada, era seu pai.

Alice ficou um pouco incomodada com o desespero do marido e perguntou:

—Que isso, querido, para quê essa correria?

Tomás ajeitou a gravata, secou um copo de café em três segundos, literalmente engoliu duas rosquinhas e respondeu:

—Hoje é o meu primeiro dia de trabalho, quero chegar cedo e causar uma boa impressão.

Depois disso, beijou a esposa, desejou-lhe um bom dia de trabalho, passou perto de Alex, beija-o na testa e lhe desejou um bom dia de escola.

Passados uns três minutos, Guilherme chegou à cozinha, com os olhos fundos e sonolentos, parecendo um verdadeiro zumbi. Para ele, que era um dorminhoco de cartei- rinha e sempre estudara à tarde, acordar antes das oito da manhã era um sacrifício, mas, com o tempo, se acostumaria.

Às seis e meia, os dois irmãos já saíam de casa. Por sorte, Beatriz também estava indo para escola. Com a mesma cordialidade e doçura de sempre, cumprimentou os dois, porém, alguns segundos antes dela perceber que os garotos estavam saindo, Alex a observou, quase não piscou. O que se passava em sua mente? Era algo complexo de explicar, era aquele sentimento de quando existe uma oscilação entre amizade e quase uma paixão. Guilherme percebeu a contemplação do irmão, deu uma risada abafada e encarou Alex com um olhar malandro e malicioso, aquele olhar que só irmãos muito ligados entendiam, aquele olhar tipo "agora, saquei!"...

Após uma caminhada de cerca de vinte minutos, chegaram à escola. Era simplesmente incrível: trinta e duas salas, cinco laboratórios, duas quadras e um campo de futebol oficial. A fachada era branca, com uma placa contendo o nome da escola e, abaixo, pintada em azul, a frase: Da mesma forma que um escultor molda sua obra, a educação molda o caráter de um homem.

A classe que Alex ia ficar era duzentos e um, ficava no terceiro andar, sala número dezenove, e a de seu irmão, no primeiro andar, sala número três. Alex sentou-se na primeira carteira da quinta fila e, para seu azar, sua mesa era colada com a do professor. Assim que se sentou, o garoto olhou ao redor, a turma parecia ser boa, alguns pareciam ser bem comunicativos e simpáticos, e outros, um pouco mais calados e fechados. A única coisa que ajudava muito na adaptação à nova escola era o fato de que Beatriz estava na mesma turma que ele, a presença dela o fazia, de certa for- ma, sentir-se mais seguro e calmo para permanecer em um novo ambiente escolar.

A primeira aula foi de matemática, o nome do professor era Victor, devia ter cerca de trinta anos, era loiro, tinha a feição de preguiça e sempre andava com headphones vermelhos no pescoço. Victor terminou de explicar sobre logaritmos (sorte que Alex já havia estudado antes em Lírios do Campo) e ordenou:

— Façam os exercícios da página setenta e seis agora e, se alguém tiver dúvida, é só me chamar.

Dizendo isso, sentou-se e foi mexer em algo no note- book. Alex fazia os exercícios, quando Victor parou o que estava fazendo e encarou-o por alguns instantes, depois, digitou algo em seu notebook. Alex começou a suar frio, o que será que ele tinha feito? Em pleno primeiro dia de aula, será que seu nome já estava em uma lista que seria entregue ao diretor? O garoto estava com um olho no caderno e outro no relógio de pulso; os segundos se tornaram horas, e os minutos, dias, e novamente Victor voltava a encará-lo como se já o conhecesse de algum lugar ou tivesse algo que resolver com ele. Alex ficou nessa tensão durante todo o primeiro horário. Assim que se passaram os eternos cinquenta minutos, Victor se despediu da turma e, na saída, sorriu para Alex e acenou com a cabeça, como se quisesse confirmar algo. O garoto ficou o resto da aula pensando sobre isso, aquele professor não era normal. O restante do período se seguiu bem, mas Alex percebeu que o ritmo dessa escola era mais pesado e tinha seis horários, em Lírios do Campo eram apenas cinco.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 28, 2019 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Pistas sem NexoOnde histórias criam vida. Descubra agora