Prólogo; O jantar a luz de velas.

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O relógio caminhava lentamente até marcar meia noite de uma entediante noite de inverno. Na televisão só passava chatos telejornais, mais um punhado de filmes clichês e ah...desenhos.

Lá estava eu. Deitado no sofá surrado sofá vermelho da sala com uma das almofadas repousando em baixo de minha cabeça, onde meus longos cabelos negros se espalhavam como raízes de uma árvore, e a outra na outra ponta do sofá onde repousava meus pés coberto por meias.

Minha mente estava vazia. Vagando livre para longe do meu corpo, me puxando sempre para o mesmo lugar. Cenas de crime. Eu ansiava por sentir novamente o sangue em minhas mãos, ansiava por gritos de dor, ansiava por aquilo que me faz sentir que estou vivo, a morte.

Fazia já um mês desde que toquei em sangue. Havia sido em uma briga de bar, o homem estava bêbado e descontrolado e acabou apanhando por tentar pegar a mulher de alguém. Ele havia caído desacordado em um beco. Suas roupas estavam manchadas de vômito, seu olhos estavam inchados e seu nariz quebrado.

Naquele beco eu fui feliz. Comecei abrindo seus pulsos em longos cortes verticais. Os gritos do homem foram afogados pela música do bar que tocava rock ao vivo. Pouco a pouco eu arranquei as suas unhas, pouco a pouco o fiz sangrar, até a hemorragia dos braços e tantos outros cortes o levar. Eu sumi na noite depois de o homem parar de respirar, mas todos os telejornais já conheciam meu nome. "Jeff The Killer faz mais uma vítima no centro da cidade". 

 Me levantei, sentado no sofá e calçando meus velhos All stars negros sujos de lama.

Minha casa era branca, de janelas com vidros pretos. Tinham dois andares. O primeiro tinha logo na entrada uma sala de estar, com um sofá surrado  da cor marrom e almofadas vermelhas. Estava encostado na parede da esquerda com uma mesa de centro a frente, e uma Tv de plasma roubada de uma loja local de eletrônicos. Ao da Tv havia uma janela com longas corotinas brancas, e semi-transparentes, uma porta que dava na cozinha. ao lado do sofá continha uma passagem sem porta que dava para a escada do segundo andar e um corredor onde continha o banheiro.

Me levantei, indo para a porta da cozinha. Deslizei meus dedos em sua maçaneta e a abri. Ela não era muito grande. Estava ilumina por uma lâmpada de teto que se acendeu quando liguei o interruptor. 

Na cozinha havia um fogão na ponta direita, uma mesa de madeira em formato retangular - usada por mim como bancada -, estava repleta de facas de todos os tamanhos e tipos, desde cutelos a facas de desosar. Em cima da mesa tinham uma janela grande, que estava fechada. A parte oposta havia uma armário, com várias lousas, pratos limpos e utensílios de cozinha. Ao lado do armario  havia uma pia repleta de lousa suja e copos sujos - depois lavo...se eu lembrar - e ao fundo da cozinha havia apenas uma grande geladeira, que era para onde eu ia. 

Parei em sua frente e abri sua porta.

La estava repleto de caixas de pizzas na parte do meio e na porta da geladeira havia várias barras de chocolate, bombons, e palitos de chocolate.

- O que devo comer? - me perguntei olhando a geladeira.

Abri o congelador.

Estava repletos de garrafas e latinhas de cerveja, energéticos e até algumas peças de carne.

Pegue uma garrafa de cerveja da cor preta com o rótulo azul dizendo "Winter Beer". Abri uma das caixas de pizza, peguei uma enfiando-a na boca mas sem a morder, fechei a porta da geladeira com o pé e o congelador com o cotovelo.

- Tenho que fazer compras - pensei abrindo a garrafa, desligando a luz e saindo da cozinha.

Rumei pela sala ilumina pela Tv com apenas a companhia do som dos meus passos na lagem áspera e branca e da própria Tv que estava sintonizada em um canal de filmes antigos e chatos.

A casa dos monstros.Onde histórias criam vida. Descubra agora