Kate
O quarto estava silencioso, exceto pelo som do chuveiro que ecoava do banheiro. A água caía como um alívio sobre Nathan, mas para mim, nada parecia aliviar. Fiquei deitada na cama, o lado dele vazio, e só consegui me perguntar onde ele tinha ido. A sensação de distância, de não saber o que se passava na cabeça dele, me consumia mais do que qualquer outra coisa.
Levantei-me devagar, me arrastando até o banheiro para iniciar minha rotina matinal. Um banho quente, uma escova de dentes, e o café da manhã em solidão. Nada de Nathan. Eu me forcei a não pensar demais, a não me preocupar com os motivos pelos quais ele ainda não tinha aparecido. Ele era o tipo de pessoa que se fechava quando algo estava errado, e eu sabia disso. Mesmo assim, a preocupação me rondava.
Durante a manhã, tentei distrair a mente conversando com Scarlet e Guadalupe. Mas nada parecia funcionar. O tempo passava devagar, e a angústia aumentava. Eu precisava vê-lo, saber se estava tudo bem. O almoço veio e foi embora sem que ele aparecesse. Estava começando a me preocupar de verdade.
Foi quando ele apareceu, sujo, com o rosto fechado. Entrou pela porta e subiu para o quarto sem dizer uma palavra. O coração apertou de imediato. Algo estava errado, e eu sabia que não seria fácil tirá-lo de seu silêncio.
Levantei-me do sofá e segui até o quarto. O barulho do chuveiro ainda ecoava, e o cheiro de suor e terra ainda estava no ar. Vi as roupas dele jogadas pelo chão e, instintivamente, as recolhi, colocando-as no cesto de roupas sujas. Ele se virou quando me ouviu, mas não disse nada, apenas me olhou por cima do ombro.
— Tudo bem? — perguntei, minha voz suave, tentando não parecer tão preocupada, mas era impossível esconder.
— Aham. — Ele respondeu sem me encarar, o tom ríspido e distante.
Senti o peso da distância entre nós, mas tentei não mostrar.
— Onde você estava? — insistir na pergunta não era o que eu queria, mas a ansiedade tomou conta de mim. Eu precisava saber.
— Porra, Kate, se vai começar com essa droga de interrogatório toda vez que eu saio, é melhor sair daqui, caralho. — Ele disparou com raiva, me empurrando de volta para a porta com as palavras.
O impacto foi forte. Fechei os olhos por um momento, sentindo a raiva e a frustração subirem à tona.
— Idiota. — Murmurei, sentindo uma lágrima querer escapar, mas me forcei a sair sem dizer mais nada.
Eu sabia que ele estava ferido, mas também sabia que suas palavras machucavam mais do que ele imaginava.
Desci as escadas, sentando no sofá com o controle remoto na mão, mas sem conseguir focar no que estava passando na TV. O tempo parecia se arrastar enquanto tentava entender o que havia acontecido. O som da água no chuveiro se misturava com o vazio do ambiente. Nathan desceu em seguida, ainda com o cabelo molhado, passou por mim sem dizer nada e se dirigiu à cozinha.
Ele voltou para o sofá, se jogando no canto, com um prato de comida na mão, mas sem um olhar sequer em minha direção. O silêncio entre nós dois era ensurdecedor.
— Se o Ryan chegar, fala que eu tô no escritório. — Ele disse, mas não parecia se importar com a minha resposta.
Assenti sem dizer uma palavra. Ele já tinha saído para o escritório quando Ryan apareceu na sala, sorrindo como sempre, mas eu mal tinha forças para retribuir.
— Hey, gordinha. — Ele provocou, e eu apenas lhe mostrei o dedo do meio, forçando um sorriso.
— Cadê o Drew? — Perguntou, se acomodando no sofá.

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Nas Mãos do Destino [Versão Atualizada]
Fiksi RemajaDuas almas marcadas. Dois caminhos opostos. Um mesmo alvo. Kate Cooper, agente do FBI. Nathan Miller, traficante cruel. Ambos jovens. Ambos perigosos. Ambos com um passado que grita por vingança. Quando o destino cruza seus caminhos, o caos se insta...