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Estacionando o carro, Justin me olhou com uma expressão de quem dizia "chegamos". A pergunta era: "aonde?".
Ele saiu do carro e eu também, me deparando com um portão enorme de ferro.

- Deixa eu adivinhar? Estamos na sua casa. - eu dizia encostada em seu carro, ele riu fraco.

- Sim. Como já são quase 3 da manhã, não tem mais nenhum lugar legal aberto.. - ele dizia abrindo o portão que dava para um pátio enorme, onde ele estacionou seu carro.

Entramos em sua casa, em silêncio, para não fazermos barulho e acordar a mãe dele. A casa dele era enorme e fomos para o segundo andar subindo pelas escadas, adentrando seu quarto.

Ele percebeu que eu estava observando seu quarto com uma certa expressão de estranheza.

- O quê foi? Esperava que meu quarto fosse todo cheio de coisa chique? - ele perguntou enquanto tirava seu relógio.

- Acho que sim, não sei. É tão simples, mesmo com esses móveis que imagino que sejam caros. É simplesmente lindo. - ele tinha uma estante, onde boa parte dela estava preenchida com troféus e medalhas. - Tá explicado o por quê de você ser o capitão do time de futebol. - ele riu fraco.

- Gosto bastante de jogar, é algo que me faz distrair a mente. Não penso em nada, só consigo me concentrar no jogo, como se eu estivesse conectado com o campo. - era incrível o observar falando sobre algo que amava.

- Seu amor pelo esporte é explícito em todos esses troféus e medalhas de primeiro lugar. - sorri ao passar a mão por eles.

- Mas e você? Qual a sua paixão? - ele se jogou na cama.

- Ser modelo. Desfilar, apesar de ser algo que provoca muito a minha ansiedade, é uma das coisas que eu simplesmente me sinto muito feliz em fazer. Eu amo ser fotografada, passar por todo aquele processo de se maquiar, fazer cabelo e colocar roupas diferentes para fazer ensaios. - eu suspirei ao se sentar ao seu lado. - Gosto de fazer isso por amor, por um amor real, e não pra ficar me mostrando para os outros.

- Isso é incrível. É bom termos no que se agarrar para conseguirmos voltar a respirar. - Justin todo sentimental e sincero? Isso tava estranho.

Ele resolveu ligar a televisão para assistirmos algo, me recostei no travesseiro atrás de mim e me acomodei.
Pegando meu celular, comecei a rir baixinho e ele me olhou.

- Lá vai. Do quê você está rindo? - ele perguntou.

- Da foto que tirei de você caindo na piscina.. - eu ria muito. - Ficou perfeita.

- Eu não caí, né? Você me enganou e me empurrou lá. - ele riu fraco.

- Você disse que tava calor, ué. Só quis ajudar. - dei de ombros, rindo.

- Mas eu não estava falando desse tipo de calor. - ele me olhava sério, quando finalmente olhei para o mesmo. Ele começou a se aproximar lentamente de meu rosto.

- Bêbado?.. - sussurrei.

- Lúcido o suficiente pra saber o quê quero e o quê estou fazendo. - eu ri fraco.

Seus olhos caramelados eram tão lindos ainda mais de perto. Só conseguia pensar que até agora não o empedi de se aproximar de mim.. Que droga! Não consigo resistir a ele, de certa forma, desde o dia do guarda-roupa.

Ele finalmente tocou seus lábios nos meus, me beijando suavemente, mas que com o tempo, passou a ficar mais intenso e com vontade. Ele me puxou para cima de seu colo, se deitando na cama, me deixando por cima. A intensidade era tão grande naquele momento que sentia ele arfar entre os beijos, assim como eu.
Ele segurou minha cintura para baixo, em cima de seu membro, e isso só me fazia sentir mais vontade, só que eu sabia que não podia deixar chegar a esse ponto, pois ele iria descobrir quem eu era..

- Hailey.. - ele murmurou entre o beijo.

- Sim..

- Você precisa parar de me fazer ficar assim.. Estou ficando rendido por você... - essa era a hora de pararmos.

- Não fique.. Não vale a pena. - o respondi, me jogando para fora de seu colo. Ele não estava entendendo nada.

- Por que? - ele perguntou me olhando.

- Isso não importa. - respondi ao lembrar das mensagens. - Além disso, não sou nada demais.

- Você está enganada. É muito mais do que você mesma pensa. - ele respondeu algo que eu não esperava. - Seu beijo.. ele me lembra algo, mas não sei exatamente o quê.. De qualquer forma, me faz ter boas lembranças e sentir coisas muito boas. - é amigo, a gente transou num guarda-roupa, talvez seja isso.

- Olha.. você sabe que a minha visão sobre você não mudou totalmente ainda, não é? - me sentei em sua cama, na ponta, de costas para ele. - Uma noite só conversando um pouco e ficando bêbados numa festa, não significa que ainda não ache você meio babaca na escola. - ele arqueou uma de suas sobrancelha.

- Você não me conhece de verdade, sabia? Aliás, ninguém praticamente me conhece. - até parece, né?! - Nem tudo são o que as aparências apresentam.

- Bem, no seu caso parece que é. Quase sempre fica se gabando por pegar todas as garotas da escola, como se isso fosse um mérito, e se auto intitula como "o reizinho da escola". - suspirei. - Isso fala muito sobre você.

- Não é verdade. As idiotices que faço, não me definem. Não sou assim o tempo todo. - ele se sentou.

- Jura? Mas é essa a imagem que você passa pra todos ao seu redor. E quando você passa a fazer toda hora essas "idiotices", elas começam a te definir sim. - eu estava sendo sincera. Sempre o vi dessa forma e não é só porque conversamos de vez em quando, que ele seria diferente.

- Eu tô pouco me fodendo pras outras pessoas, com o que acham ou pensam de mim. - ele respondeu ríspido. - Sei quem sou. E além do mais, não tenho culpa se todas elas me querem ou só pensam em sentar em mim.

Isso me incomodou horrores.. não sei por qual razão.. Mas eu sabia que ele era um babaca, e eu estava certa.

- Olha, a noite foi bem legal, mas preciso ir. - respondi ao me levantar, já pedindo um táxi pelo celular.

- Deixa que eu te levo..

- Não precisa. O táxi já tá chegando. Obrigada por me fazer rir essa noite. Até mais, Bieber. - Saí de seu quarto, descendo lentamente pelas escadas e saindo para o estacionamento. Lá de seu quarto, ele abriu o grande portão de ferro pelo controle, e eu fui para a rua.

O táxi não demorou muito a chegar e eu entrei, informando para onde eu queria ir, vulgo minha casa. Enquanto olhava para fora da janela, não conseguia entender por qual motivo me incomodei com o que ele disse, só sei que senti algo estranho e um pequeno sentimento de raiva queimou dentro de mim ao ouvir aquelas palavras. Ele pode até saber conversar, fazer alguém rir e ter uma ótima pegada, mas nada muda o fato de que ele é um completo idiota.

Desbloqueando meu celular, ainda estava na foto que tirei dele caindo, e eu só consegui observar a foto por alguns segundos e sentir como se algo estivesse se esvaindo de dentro de mim. Só queria chegar logo em casa e me jogar em minha cama.

UNKNOWN • jaileyOnde histórias criam vida. Descubra agora