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Karol

- Eu acho que estamos sendo seguidos- eu disse observando o carro preto estacionar do outro lado da rua enquanto entrávamos com o carro de Ruggero na garagem.

- O quê? - ele perguntou franzindo as sobrancelhas e ainda olhando para o painel.

Dei de ombros.

- Deve ser só coincidência - murmurei me sentindo estúpida por ter tido esta ideia.

Nós descemos do carro e levamos as sacolas em diversas viagens para dentro do apartamento. Após terminarmos, Ruggero guardou as coisas nos armários e na geladeira.

- Eu tenho que estar em meu trabalho em trinta minutos - comentei enquanto observava ele abrir uma lata de refrigerante.

- Precisa de uma carona? - ele perguntou levando o refrigerante até sua boca.

- Sim, seria bom.

Ele terminou a latinha em dois segundos e eu fui até o quarto para me arrumar. Tirei a calça jeans e puxei a camiseta para cima quando a porta foi aberta.

- Olha, eu comprei esses iorgutes que as garotas costumam tomar, está bom para você? - Ruggero me perguntou distraidamente enquanto encarava a embalagem na suas mãos.

Tentei me cobrir com as mãos mas ele já tinha erguido seus olhos para mim. O iorgute caiu diretamente no chão.

- Puta que pariu - ele disse mais para mim do que para a enorme mancha rosa sobre o carpete.

Senti minhas bochechas queimarem.

Eu estava com minhas roupas íntimas, mas ele já havia me visto nua, de qualquer forma. Mesmo assim eu me sentia envergonhada diante de seu olhar.

- Eu devia ter batido antes - ele comentou, recuando dois passos para trás. - Eu vou limpar isso - completou saindo pela porta.

- Foda. Agora eu estou duro. - sua voz soou no corredor e eu achei graça.

Coloquei as roupas do uniforme rapidamente enquanto ele pegava os produtos para limpeza.

Um momento depois ele estava em pé na porta segurando um pano úmido. Ele limpou o carpete.

- Vamos, eu vou te levar - ele disse se levandando e tateando os bolsos à procura de suas chaves.

- Tudo bem.

O segui para fora do apartamento.

Ele estacionou o carro em frente a lanchonete, desta vez eu não prestei atenção se o carro estava atrás de nós ou não, quando saímos ele já não estava mais estacionado em frente ao prédio.

Dei um rápido beijo em Ruggero e saí do carro acenando para ele. Fui em direção à porta branca e a empurrei.

O sino soou e Valentina se debruçou sobre o balcão e me deu um enorme sorriso.

A lanchonete estava vazia, exceto por um casal que comia panquecas enquanto conversava entre si.

Retribui um sorriso à ela.

- Oi, desculpa ter chegado atrasada hoje. Tive que ficar mais um período na faculdade, obrigada por cobrir uma parte do meu turno.

Ela abanou com a mão no ar.

- Está tudo bem, nós fazemos isso todo maldito dia, exceto os finais de semana. A lanchonete não está tão movimentada hoje - ela disse girando seu dedo indicador ao redor.

Eu percebi isso.

Alguns minutos depois a mulher loira do mercado cruzou a porta fazendo o sino soar.

Apenas mais uma - Adaptação RuggarolOnde histórias criam vida. Descubra agora