Romance Supernatural ~ Dean Winchester & Loren Backer

Highway to hell

P.O.V Loren

   Eu e Cass decidimos ficar vigiando a casa do Thomas. Ele poderia ser atacado à qualquer momento.

 - Dean, preciso que me encontre na Rua Laker, 420. - Digo.

 - Tudo bem. Estamos à caminho. - Ele responde.

   Após alguns minutos, o Impala vira a esquina e para atrás do meu carro. Todos descemos dos carros e nos encostamos nos capôs.

 - O que conseguiram? - Pergunto.

 - Ouvimos a ligação que Penny fez antes de morrer. Ela estava desesperada e, depois de gritar muito, conseguimos escutar o rosnado. - Sam diz.

 - É um cão do inferno, sem dúvidas. - Dean completa.

 - Bom, eu e Cass vamos ficar de vigia por aqui. - Digo.

 - Essa casa é do Thomas, um dos amigos da Penny. - Cass diz.

 - O cara está um porre. A casa está toca trancada, por fora e por dentro, e ele parece não dormir nem banhar há dias. Perguntei se havia algum motivo pro tal bicho querer matá-lo e ele admitiu ter feito um pacto há dez anos com seus amigos. No total eram cinco, contando com a Penny, mas só sobraram esses quatro.

 - Pra quê fizeram pactos? - Sam pergunta.

 - Pra poderem ganhar muito dinheiro. A questão é que todos faliram, pois se empolgaram e perderam tudo só em Vegas. Ainda faltam mais alguns amigos do grupo. Pensei em nos separarmos e ficarmos cada um com um deles. 

   Todos se entreolham com minha proposta.

 - E sabe onde cada um mora?

 - Pra sorte de vocês, joguei meu charme pra cima dele e consegui as informações. - Me exibo, mais de brincadeira do que falando sério. 

   Entrego um papel pra cada, menos pro Cass, já que ele sabia o endereço.

 - Dois deles moram na mesma rua. Cass já tem um endereço e ele vai com o meu Bumblebee. Vocês ficam com os vizinhos. - Digo. - Em algum momento um deles vai ter que aparecer...

   Dean e Sam entram no Impala, enquanto Cass entra no meu carro.

 - Se cuida. - Dean diz antes de sair.

   Me escondo atrás de um arbusto e fico na espera de qualquer movimentação estranha. Estava tudo correndo bem, quando vejo a porta da casa ser forçada com brutalidade, como se alguém quisesse sair desesperadamente.

   Rapidamente puxo meu telefone do bolso e envio: "ele está aqui" pro Dean. Com a arma em mãos, corro até a janela e a quebro. Pulo pra dentro e acabo me cortando nos cacos, mas nada que me impedisse de seguir com o plano. Ouvia os gritos de Thomas vindos da sala, então corri até lá e o encontrei se contorcendo no chão.

 - ELE ESTÁ AQUI! - Ele grita.

   Jogo o sal pra ele.

 - Faça um círculo de sal ao seu redor e não saia de dentro dele.

   Thomas assente.

 - Onde ele está?

 - Fugiu pro segundo andar quando você chegou.

   Pego os óculos que Cass me deu pois disse que consigo enxergá-lo com eles. Subo as escadas, lentamente. A cada passo eu podia ouvir seu rosnado aumentar. Viro no corredor e dou de cara com ele. Ele era gigante, gigante mesmo. Cheio de cicatrizes e machucados e espumava pela boca. Olhos vermelhos, escorrendo sangue e cortes nas orelhas.

   Disparo o primeiro tiro mas, antes que eu pudesse raciocinar, ele vem pra cima de mim. Pude sentir suas garras rangando minha barriga, cortes profundos, tirando meu fôlego. A dor era tanta que não arranjei forças pra gritar.

P.O.V Dean

   Entramos na casa pela janela que já estava quebrada.

 - Cadê ela?! - Cass pergunta ao ver o tal Thomas escondido.

 - No andar de cima! - Ele responde, tremendo.

   Subo as escadas correndo. Chegando lá, vejo Loren sendo rasgada em pedaços. Eu nem pensei em pegar meus óculos. Disparei tiros sem parar e pude ouvir o miserável gritar de dor. Quando notei que ele estava morto, voltei minha atenção à Loren.

   Sam e Cass estavam atrás de mim, paralisados. 

   Era possível enxergar sua costela. Os cortes tomaram seu corpo todo, a despedaçando. 

 - Lory? - Apoio sua cabeça em meus joelhos.

 - D-dean. - Ela sorri.

 - Ei, por favor, fica comigo. Vai ficar tudo bem, ok? 

   Vejo uma lágrima escorrer de seus olhos... Não seguro o choro.

 - C-cuida do Bumb-blebee pra mim... - Ela leva sua mão e cobre a minha, acariciando meu punho.

 - Não! Você vai cuidar dele, vai estar dirigindo ele todo dia. Vai ficar tudo bem! - Tento me convencer disso...

 - A-aquela vida da qual... C-conversamos na pesca... - Ela diz com dificuldades, sua voz falha e trêmula.

 - A vida no Texas! - Sorrio. - Por isso não pode morrer, Kiddo! Precisa tê-la.

 - Eu queria tê-la c-com v-você! - Ela sorri, mais uma lágrima escorrendo de seus olhos.

   Sinto um vazio tomar meu peito. Perco o fôlego e minha vista fica embaçada. 

 - Eu te amo, Lory. - Digo afagando suas bochechas cobertas de sangue com minhas mãos.

 - V-você é meu Johnny Cash! - Sinto suas mãos abandonarem meu punho, fazendo o ferro de suas várias pulseiras soarem ao se colidir com o chão, seguidas de seu último suspiro, quando seu olhar já era vazio... Morto.