Inesperado

Capítulo Doze: Emoções

Sasuke sentia como se o tempo tivesse parado naquele instante. Sua mão estava entrelaçada com a de sua noiva, apertada com suavidade — o tipo de gesto que dizia tudo, mesmo em silêncio.
Eles estavam na sala de espera, aguardando ansiosamente o momento da primeira ultrassonografia.

A porta do consultório se abriu, e uma mulher grávida saiu calmamente. Em seguida, o nome de Hinata foi chamado. Ela se levantou, e Sasuke a acompanhou, fazendo um grande esforço para parecer tranquilo enquanto entravam juntos.

Assim que a porta se fechou atrás deles, outra silhueta feminina grávida já os aguardava. Era Sakura.

— Bom dia. — disse ela com um sorriso acolhedor.

— Bom dia. — o casal respondeu em uníssono.

— Como está se sentindo? — Sakura direcionou o olhar gentil para Hinata.

— Estou bem. — Hinata sorriu leve, colocando a mão sobre a barriga. — Já está começando a aparecer...

— Está mesmo. É comum quando são gêmeos. — Sakura levantou-se com leveza e entregou uma roupa hospitalar. — Pode se trocar, por favor?

— Tudo bem. — Hinata caminhou lentamente até o banheiro.

O silêncio que se seguiu foi denso, mas não desconfortável. Apenas carregado de tudo o que não precisava ser dito.

— E o casamento? — Sakura quebrou o silêncio, olhando para Sasuke.

— Daqui três semanas. — ele respondeu, levantando-se e fitando a porta do banheiro, ansioso.

— Hm... daqui três semanas, a barriga dela vai estar bem maior. — ela comentou enquanto acariciava sua própria barriga já saliente.

— Vamos conseguir esconder. — respirou fundo. Nesse momento, Hinata voltou, vestida com uma roupa hospitalar verde — uma cor que ambos odiaram em silêncio.

— Ah! Então vamos começar. Deite-se aqui. — Sakura indicou a maca. Hinata deitou-se com certa pressa.

— Venha, Sasuke.

Ele se aproximou e sentou-se ao lado da sua noiva, segurando sua mão novamente. Sakura começou a espalhar o gel na barriga de Hinata, para facilitar a leitura do aparelho.

Sasuke suava frio. Ou talvez fosse ela. Ou os dois.
A tensão era silenciosa, mas real — como se o mundo tivesse parado, mais uma vez, à espera de uma imagem.

Sakura deslizou o aparelho sobre a pele delicada da Hyūga.
A tela estava embaçada no começo.
Mas aos poucos... uma forma começou a surgir.

— Estão vendo? — Sakura apontou para a tela com o dedo. — Este aqui é um dos bebês. — era tão pequeno...
— E aqui está o outro. — ela continuou.

Sasuke sorriu para Hinata e apertou sua mão com carinho.

— Ainda não dá pra saber o sexo, mas eu diria que você está com cerca de doze semanas.

— Tão pequenos... — Hinata murmurou, encantada com a imagem na tela.

— Querem ouvir os corações? — Sakura perguntou, sorrindo de orelha a orelha.

— Queremos. Por favor. — respondeu Sasuke com pressa, sua voz mais ansiosa do que pretendia. Sakura se surpreendeu com a intensidade.

Os batimentos começaram baixos, mas logo se tornaram fortes e claros, preenchendo a sala.
Sasuke não conseguia esconder o que sentia — um redemoinho de emoções tomou conta de seu peito.
Hinata o observava, sorrindo com os olhos marejados.
Eles estavam tão felizes que desejaram que aquele momento durasse para sempre.