Two:stand by me

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-Sina Deinert?-diz uma voz masculina

-Se veio me falar que sente muito ou dar-me a porra de seus pêsames eu sinto muito ,mas é melhor ficar calado.-e quando me viro me deparo com um belo homem,de estrutura mediana ,ele não era muito musculado,era no nível que eu acho atraente,seus cabelos castanhos levemente bagunçados,seus olhos.Ai.Seus olhos eram perfeitos,eram claros,num verde leve e delicado.Ele usava umas calças pretas surradas e uma camisa preta com um pequeno símbolo da loja do meu pai.Num dia normal eu não hesitaria em leva-lo para a cama ,mas hoje não era um dia normal..

-Não..eu só vinha chamar você precisamos de ir ,vão começara a cerimónia

Assenti sem graça e ele pegou minha mão me arrastando por entre a triste multidão

Chegamos no palco improvissado.O garoto sem nome começou a tocar acordes da música favorita de meu pai

"Stand by my"

A música me fez querer chorar mas não o fiz ,porque seja lá onde quer que o meu esteja ele detestaria ver-me chorar por ele.

Cantava de olhos fechados e fazia tanta força no microfone que meus dedos estavam brancos.

Quando a música acabou abri-os .Lucy não esteve presente no funerál de seu marido,o que choca o total de 0 pessoas.

Olhei e vi a terra por cima do caixão do meu pai.

Ele se foi,e a realidade caiu em mim como uma ficha,rápida e ríspidamente,sem rodeios ,sem bricadeiras.

Em vez de ir lá colocar flores começei a correr,sem um rumo muito certo.Num dia eu era a garota do papai que tinha o mundo a seus pés ,agora tudo se mantém o mesmo,menos o facto de já não haver papai...

Estava indo bem rápido,rápido demais até ,saindo do cemitério atravessei a estrada .Foi o que pareceu melhor.Mas não era..

Na hora em que passei um carro decidiu fazer o mesmo.

Eu ia ser atropelada,mas não fui.

Naquele momento ,que poderia ter sido o meu último recebi um empurrão forte nas costas o que me fez cair em vez de ser atropelada.

-Você está bem?-disse me o garoto da guitarra

-Estou-Disse brava

-Tem certeza ?Não quer ajuda?Eu posso te dar carona se quiser,você quer?-ele disse ,ele era tão doce ,ele era tão perfeitinho,era tão irritantemente gentil que me apetecia bater-lhe e beija-lo e voltar a fazer tudo outra vez.Só queria gritar,não me perguntem,eu apenas acho o grito a melhor maneira de expressar todo o tipo de emoção.

-CARALHO VOCÊ É SURDO EU DISSE QUE ESTOU BEM-gritei me levantando bruscamente e saindo.Uma atitude grosseira porém senti uma coisa estranha e fiquei com raiva,raiva do desconhecido,raiva de algo novo.

Fiquei com pena dele mas nesse momento esse sentimento era irrelevante ,tal como o raspão em meu joelho.

O resto do dia foi rápido

No dia seguinte...
Me levantei cedo naquele dia,fiz minhas higiénes e fui até à cozinha comer,estava tudo tão estranhamente calma,com o papai por perto não havia um segundo assim,tudo era muito agitado e alegre.

Depois da mesma rotina de todas as manhãs fui até meu carro ,e em como todos os sábados de manhã fui me encontrar com a minha melhor amiga,Heyoon Jeong.Ela era minha melhor amiga desde que me lembro por gente,ontem ela não conseguiu ir ao funeral porém me mandou uma mensagem de apoio.Me perdoem a ignorância mas foi a única que li.Falar com Heyoon era como falar com uma psicóloga LITERALMENTE,era a sua profissão,ela sabia tocar violão,meu pai que ensinou.

-Oi Sin,você está bem?-A morena perguntou assim que me viu.

-Não,mas vai ficar...-disse

E assim se passou toda a manhã,conversamos sobre tudo,rimos ,choramos.

Estava de volta na mansão ,decidi parar o meu carro na garagem,meu pai sempre me dava sermões por eu nunca o fazer,mas hoje fi-lo,por respeito.

Entrando pela porta da garagem vejo Lucy e um engravatado que presumo ser o advogado,Lucy tinha um sorriso radiante em seus lábios que claramente passaram por processos estéticos a mais.Esse seu sorriso carregava maldade o que me fez ter medo,muito medo..

𝐓𝐡𝐞 𝐠𝐮𝐢𝐭𝐚𝐫 𝐬𝐭𝐨𝐫𝐞|✓Onde histórias criam vida. Descubra agora