Um dia feliz. Novamente avistei a moça do prédio a frente. Não sei quem é, ou onde vai, ou o que faz. Mas é linda como um sonho bom. Um dia feliz.
No metrô quase vazio, tarde da noite, minha mente dispersou e quando notei, estava sozinho no vagão. Minha atenção estava de repente, sobre a única coisa que me fazia companhia, um caderno de capa vermelho sangue. Fui impelido para o objeto por uma curiosidade incomum a mim. Chamou-me como uma armadilha mortal.
Abri na primeira página e constatei que era um diário. A escrita era bem simples, rebuscada até, nada sofisticado. Qualquer um poderia ter escrito isso. Mas o conteúdo, este era de um requinte de crueldade digna de um serial killer não capturado ainda. Uma mente brilhante totalmente empenhada em causar dor.
A quem pertenceria este caderno, um escritor, ou um psicopata?
Hoje o clima estava estável, mas eu tinha certeza que o nevoeiro cairia de madrugada. A mudança é sempre a melhor aposta. Saí naquela noite, bem vestido, mas não demais, perfeito para me misturar na multidão.
Estava num aglomerado na Avenida Paulista, quando senti um olhar queimar a minha nuca. Avistei um garoto jovem, era tão bonito quanto uma garota, mas tinha o dom da imparcialidade de gênero. Discretamente, me aproximei dele. Seus olhos dançavam sobre mim, como borboleta sobre as flores. Sua beleza me atraia igualmente.
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O diário
Mystery / ThrillerUm dia feliz. Novamente avistei a moça do prédio a frente. Não sei quem é, ou onde vai, ou que faz. Mas é linda como um sonho bom. Um dia feliz. No metrô quase vazio, tarde da noite, minha mente dispersou e quando notei, estava sozinho no vagão. Min...