10 de Outubro 2018

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Dia do incidente

Em uma sala qualquer de escritórios dessa que possui uma parede de livro, mesas e cadeiras luxuosas e imensas pilhas de papelada, já era mais das dez da noite, mas para Eliot Fox dono de umas das maiores multinacionais em tecnologia era comum trocar as noites de família pelo negócio, naquela mesma noite algo lhe preocupava, uma sombra de seu passado obscuro voltava o assombrar, passado o qual tentou anos esquecer e esconder.

O imenso prédio de 60 andares no centro neste momento se encontrava vazio, Eliot já se preparava para descer, cabisbaixo olhava fixo para folhas amareladas pelo tempo, com letras telegrafadas manchadas por café e poeira, quando ele ouve passos no corredor de frente para sua sala, por um instante hesitou em gritar, pensando ser seus pensamentos, mas torna ouvir os passos, mas dessa vez com uma freqüência maior, ele se levanta chamando pelos faxineiros do prédio, mas como se esperava, não obteve resposta então caminha para perto da porta em busca de encontrar alguém, mas não havia nada somente o escuro, Eliot se sentiu inútil seria que seu passado o perturbava, esse foi o estopim para que ele guardasse os papéis em um envelope pardo e o colocasse no cofre escondido por de trás de um quadro, pendurado por cima de sua mesa. Pegou o casaco e o guarda-chuva, chovia naquela noite, desligou as luzes e caminhou em direção ao elevador. Insistia em apertar o botão para que o elevador subisse mais rápido, Eliot é tomado por um sentimento aéreo, seguidos de calafrios que o leva a pensar na pequena sophie, seus cabelos dourado lhe tocava o ombro, sua tez branca com as extremidades avermelhadas e seus olhos verdes acinzentados transpareciam sua inocência. Inocência o qual fazia Lembra-se de Helena quando ainda namoravam. Seus pensamentos são interrompidos pelos abrir da porta do elevador Eliot entra cabisbaixo em um movimento automático aperta o botão que leva a garagem e retoma seus pensamentos.

Sophei e Eduard brincavam na grama verde naquela tarde de primavera, Helena da varanda os vigiava, com seus cabelos loiros impecavelmente penteados e acomodados em um chapéu floppy bege de abas longas, comprado na última viagem a Paris, vestida com uma blusa azul que lhe deixa de ombros a mostra acompanhada por uma saia de estampas minúsculas de margaridas que dava às canelas e seus pés confortados em uma sandália, seus olhos são obrigados a deixarem de olharem as crianças, agora ela olhava a governanta Sra. Dorca que lhe pergunta o que servir para o jantar, apesar das suas condições, helena era uma mulher simples, adorava jantares em família e se fosse preciso brincava com as crianças na lama só para vê-los felizes.

- O prato preferido de Eliot. Diz Helena em um tom cordial.

Ela acreditava que aquela noite seria especial havia convencido o marido a chegar mais cedo para o jantar, ela acreditava nas promessas que ele fazia. Ao ouvir o barulho da porta bater por de trás, helena chamas as crianças. Eduard ao ecoar do grito se põem em encontro da mãe, sophie faz de conta não ter ouvido ignorando o chamado, até que ecoa novamente um novo som, mas que desta vez a voz de Helena vinha acompanhada de uma rispidez, vendo que não lhe sobrava opção já que seu companheiro lhe abandonará sophie se rende ao chamado de sua mãe. Apesar das empregadas, Helena adorava dá banho nas crianças segundo ela era o momento perfeito para ensiná-las lições que aprendera na infância.

As seis em ponto as crianças estavam prontas sophie tinhas os cabelos penteados e ajeitados em uma tiara de laço branco, vestida em um vestido rosa, sua cor preferida, com as meias nos tornozelos sobre seu sapatinho preto envernizado, Eduard não era diferente, seu cabelo penteado de lado, uma camisa azul clarinho sobreposta por um suéter preto que ganhou de presente de natal de sua tia, vestindo uma calça de linho que caia sobre seus sapatos pretos compunha se ele. Jenna naquela hora já se encontrava em casa trancafiada em seu quarto, helena respeitava a privacidade da filha dês que completou quinze anos, mas aquele jantar era especial demais para que ela não participasse, batendo a porta comunicou lhe o evento.

Às sete em ponto as crianças encontravam se sentadas na sala, Eduard via televisão, enquanto a irmã mais nova brincava de boneca, Jenna em seu ápice de rebeldia encontrava se trajada de uma calça jeans e uma blusa preta dessa de banda de rock qualquer em seu pé a bota que lhe acompanhava em qualquer lugar, sem falar de seus cabelos sem pentear, ela tinha os olhos fixo no celular, a sala nesse instante é tomada por uma fragrância doce típica da perfumaria francesa, os olhares são direcionado ao portal da sala, nele uma mulher de meia idade, mãe de três filhos exibiu seu corpo sem nem um efeito do tempo, encaixado em um vestido vermelho caído aos ombros seguindo sua silhueta, as maçãs do seu rosto estavam rosadas seu cabelo preso em um coque e alguns fios propositadamente soltos lhe dando um ar de jovialidade revelando o quão era peculiar aquela noite. Oito horas soava o relógio da sala quando Helena convida os filhos à mesa sentar, pois a qualquer momento seu marido entraria pela porta. Passa meia hora, ainda à porta nem um sinal de Eliot, às nove em ponto Helena já reprimida e com uma raiva, pensando o que diria a Eliot quando chegasse. As lamúrias de Eduard que julgava estar com fome faz com que ela mande servir o jantar, durante aquele momento só podia ouvir os sons dos talheres, nem mesmo Sophie teve a audácias de perguntar sobre o pai que tanto ansiava vê. Após a lenta e demora refeição da família que a qualquer barulho de carro ou porta abrindo viravam se em busca de vê Eliot.

Os bocejos de Sophie convencem sua mãe os levarem para cama, já naquela hora só restavam os três à mesa, pois Jenna já trancafiava-se dentro do quarto. Helena sobe com as crianças e ordena que Senhora Dorca retire a mesa. As crianças não levaram muito tempo para dormir. Helena pega garrafa de vinho que havia separado para a noite com o marido, despeja o líquido avermelhado enchendo a taça pela metade, caminha e para em frente à janela que cobria quase por completa a parede da sala, olha para chuva que agora caia de leve, e se perde em seus devaneios. Lá fora a chuva parou. Ouvia-se o cantar dos grilos. Helena despojada na poltrona com os cabelos acabrunhado olha para garrafa que se encontrava pela metade, tenta se levantar, mas suas pernas não obedecem,

deixa cair-se pelos braços do móvel, permitindo uma lágrima desce em seu rosto no movimento, quando menos percebe adormece.

Eliot na garagem lembra-se da promessa que fizera para sua mulher, olha o relógio e percebe que é já tarde demais, sabendo que ao chegar em casa teria que ouvir as lamúrias de Helena como da ultima vez , então decide pegar o carro e parar no primeiro bar que vê a sua frente, a fachada do estabelecimento não tão comunicativa, o letreiro de luzes coloridas que outrora algumas luzes estavam apagadas, na fachado do bar dizia aberto 24 horas, ele hesita por um instante mas entra convencido de que não vai demorar muito, quando olha novamente para o relógio já havia passado da meia noite.

Ao longe Eliot observa uma movimentação incomum na porta de sua casa, vários carros de polícias iluminavam o ambiente com suas luzes frenéticas, sem entender o que estava acontecendo, estaciona o carro na rua ao lado do imenso portão, em seu rosto a expressão de extremo vazio, caminha meio lento em direção a casa que estava mais distante do que o normal, com um andar titubeante, com sua visão turva, devido o excesso de álcool a vista Helena aos prantos sendo consolada pela empregadas, ao passar pelos policiais os empurra, quase caindo, mas sendo segurado pelos mesmos, sr. Dorca balança a cabeça para os policiais os anunciando que aquele era o pai, ao chegar de frente para Helena, com a voz trêmula e com palavras confusa indaga.

O que houve?

Helena, cerrou os lábios e franziu a testa , olhando em direção ao marido, que naquele instante nem sequer imaginava o que o esperava, ela até tentou dizer alguma coisa, mas toda a raiva se perde, o ar é tomado por uma tristeza, o olhar de raiva agora era de um tremenda dor, Helana abaixa a cabeça e sai andando em direção a casa, deixando o marido para trás. Sra, Dorca pega Eliot pelo braço e o carrega para dentro, no meio do caminho ela sussurra para o patrão.

Aconteceu alguma coisa com Sophie.

CONFISSÕES DE UM ASSASSINOWhere stories live. Discover now