Romeu e Julieta
O verão é sempre um época boa, principalmente para as fazendas da Família Orchard que nesta época recebia visitantes de várias regiões, que viam experimentar o banho de cachoeiras e as frutas de um dos maiores plantação de pomares da região. Eliot está animado ao lado de seu pai que se orgulhava do império que construirá.
Está tudo pronto para receber os visitantes amanhã?
Indagava Joseph pai de Eliot, aos seus funcionários.
O último verão foi uns dos melhores desde que a família de Elliot decidiu hospedar turistas em sua fazenda, pois a renda apenas dos pomares e dos produtos produzidos ali, já não davam para sustentar a família, uma produção artesanal não conseguem competir com uma Industrial e é impossível parar o progresso, há pouco mais de 3 anos se instalou na redondeza uma fábrica, fazendo com que dezenas de fazendeiros assim como a família Orchard falirem e vissem obrigados a venderem suas fazendas para a companhias Romuald Enlatados.
A Fazenda Orchard, foi a única que continuou de pé, logicamente pelo significado que ela tinha para Joseph, que mesmo pela pressão que sofreu para vender suas terras, ele se recusava entregar de mãos beijadas a história da sua família, para um desconhecido mesquinho e milionário e capitalista Ernesto Romuald. Mas como sempre história não enche barriga e sustenta família, aos poucos o número de funcionário da antiga fazenda foi diminuído, os pomares já não produziam mais como antes, já que não havia pessoas para tratarem e preparar a terra, os integrantes da família viviam no seu limite de esgotamento físico e mental, pois o trabalho aumentava, ao compasso que o lucro diminuia, os clientes já não preferiam mais as geleias fabricadas amorosamente por Joana mãe Elliot, uma doce senhora de meia idade, que vivia de avental e cabelos presos, apesar de não ser tão velha, entre os dourados fios era possível ver alguns feixes de cabelo branco, quem a conhecia pela primeira vez era tomado pelo doce aroma que vinha da sua pele de canela ora de castanhas, pois ficava horas em sua enorme cozinha mexendo e experimentando as geleias, estava sempre alegre, sua pele era avermelhada pelo vapor que vinhas das panelas ao fogo, apesar do trabalho árduo, ela sempre expressa um ar de esperança, talvez fosse isso que mantinha a família forte.
Apesar de uma parcela significativa dos clientes diminuir, ainda havia aqueles que se mantiveram fiéis, uma delas ela a Sra. Marcelina, um senhorinha que conheceu os pais de Joseph, ainda quando a fazenda era apenas um terra deserta, ela com seus cabelos já grisalhos, parecia neve de tão brancos, refletia a luz do sol, fazia questão pelo menos uma vez na semana pela manhã, visitar a fazenda e levar consigo dois ou três potes de geleias, alegando sempre que um deles era para um vizinho querido, ela não tinha filhos e o marido havia morreu muito cedo, vivia sozinha, o que era estranho tanta geleia para uma única pessoa, mas a intenção dela era ajudar a família. Carregava em seu peito um amor de infância, que por questões familiares não pode se entregar a ele, mas ela vivia dizendo " Que se há vida, a tempo de viver um amor".
Embora com as dificuldades a fazenda conseguiu sobreviver alguns meses, o inverno havia começado intenso naquela região, e cada vez mas as manhãs iam ficando mais frias, até Joana, mãe de Elliot adoecer, pelo cansaço e o trabalho extra, começando com um pequeno resfriado, mas ao longo do tempo, se alimentando mal e dormindo poucas horas, levou a forte mulher a ficar de cama por longos dias, com um terrível pneumonia, Pedro e Eliot ajudava seu pai no campo, embora não tinha muito o que fazer, enquanto Eliza cuidava da casa, embora não sabia fazer muita coisa, pois ainda era muito jovem, quando não estava na cozinha preparando as refeições, que inclusive às vezes era insossa, ela estava aos cuidados da mãe, diariamente ela a ajudava a comer o mingau e a tomar os chás que a adorável vizinha Aziza, fazia questão de preparar e levar duas vezes ao dia, ela dizia que aprenderá com seus antepassados que foram trazidos de outro continente, em um tempo passado, Aziza era uma mulher robusta, de pele preta, tinha um sorriso largo e na cabeça trazia um turbante sempre de cores vibrantes, sempre alegre.
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CONFISSÕES DE UM ASSASSINO
Mystery / ThrillerNem sempre é possível seguir em frente, ainda mais com um passado como o de Eliot, que o atormenta todos os dias. Embora o passado estivesse vivido em sua mente, ele seguia de forma resolvida a sua nova vida, até aquela fatídica noite, onde seus ma...