Capítulo Um.

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Me levantei da cama e meus olhos ainda estavam semicerrados e imploravam para serem fechados de novo completamente. Com alguma dificuldade devido a nitidez que dominava a minha visão, olhei para o relógio digital. 10:09. Céus! Corri até ao banheiro e tirei minha roupa na velocidade da luz. Meu horário de trabalho é 10:30, ou seja, estou mais que atrasada. Costumo me despertar às 9h - o mais tardado - mas sinceramente, não sei o que aconteceu. Ando muito na lua ultimamente.

Acabando as minhas necessidades e higiene matinal, enrolo minha toalha a altura do peito e me encaminho de volta ao meu quarto. 10:17. Porra! Quanto menos você quer, mais o tempo avança. É incrível! Peguei uma calça jeans skinny e um sweater cor creme e os vesti rapidamente. Sem me esquecer dos meus óculos indispensáveis para me protegerem dos raios solares e meu precioso celular que joguei momentaneamente na minha bolsa preta que me foi oferecida por George, meu padrasto.

Fiz uma maquiagem básica e deixei meu cabelo solto. Me encarei no espelho por poucos minutos. É, acho que estou pronta. Dei uma última olhada no relógio e suspirei fundo vendo que são 10:23. Peguei minha bolsa, jogando-a no meu ombro e saí do quarto. Faltam precisamente sete minutos para chegar ao meu horário de trabalho e eu estou correndo desesperadamente pelas escadas, que até tropecei no último degrau.

- A que se deve toda essa pressa? - pergunta minha mãe, que dava de comer à Keyla na cadeirinha de alimentação da mesma.

- Estou atrasada para o trabalho, mãe. - respondi, me dirigindo para a cozinha e pegando uma pequena garrafa de iogurte.

- Okay, filha. Mas prefere partir o tornozelo e passar noites deitada numa cama do hospital ou prefere atrasar alguns minutinhos mas chegar sã e salva no trabalho? - voltei para sala e ela me olhava com uma sobrancelha arqueada - Além do mais, você nunca se atrasa, Rose. Seu patrão vai entender perfeitamente.

- Mãe, eu trabalho na Calvin Klein, uma das melhores marcas do mundo e lá o gerente é super rígido e chato. - murmurei fazendo uma careta. Me aproximei delas e sorri para Keyla. Depositei um beijo na sua bochecha e juntei nossos narizes. - Não siga o exemplo da sua irmã em trabalhar numa loja de marca. É bem menos enervante trabalhar num restaurante, ou coisa do género. - sussurrei-a e ela sorriu quando apertei de leve seu nariz. Ah, essa menina ainda me mata de fofura!

- Wose.

Sorri amarelo e apertei sua bochecha fofa. Por vezes, me apetece morde-la. Keyla tem um ano e dois meses e alguns dias, mas é tão espertinha e saudável que pessoas que não a conhecem deduzem que ela tem dois aninhos. Depositei um beijo na testa de minha mãe. Olhei para o relógio de parede. 10:31. Acenei para uma despedida e minha mãe murmurou apenas um "Bom trabalho, filha. E cuidado com as escadas" e Keyla deu um gritinho amoroso que eu considerei um jeito de despedida. Fechei a porta atrás de mim e andei disparada até ao meu BMW X5 - o qual eu juntei imenso dinheiro e até pedi empréstimos ao meus pais só para poder compra-lo - e destranquei as portas chegando até ele. Entrei pela porta do motorista, liguei o motor e dei arranque.

.....

Abri a porta dos fundos da loja e fui diretamente para onde os funcionários trocam de roupa. Peguei o meu uniforme no meu cacifo e logo o vesti. Deixei meu celular no bolso do mesmo, pois se o meu patrão me depara com ele na mão, ele fica puto. Passei a procurar por Vanessa, minha companheira de trabalho e também melhor amiga.

- Vanessa! - exclamei animada assim que a localizei, arrumando as novas mercadorias que haviam chegado em um novo stock.

- Rosie! Atrasada... - ela sorriu e veio até mim, me puxando para um abraço - Temos que arrumar uma tonelada de roupas novas. - ela suspirou e eu assenti olhando para o enorme conjunto de roupas que ela arrumava. - Vem. - me puxou e logo peguei numa camisa masculina - Por que se atrasou?

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