Capítulo 2

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Eu não sabia absolutamente sobre ele, nem sequer o nome, na agência me informaram que ele se apresentaria e que acertaríamos o restante do contrato pessoalmente. Estava com medo. Minhas mãos tremiam e suavam. No percurso longo entre minha casa e a casa do meu cliente, fiquei apenas olhando para a janela do taxi e imaginando como seria horrível a minha vida dali pra frente, como seria viver com um homem anos mais velho que eu, quais seriam as coisas exdrúxulas que ele me pediria para fazer só para agrada-lo. Pensar nisso, me fez querer vomitar e chorar ao mesmo tempo, será humilhante e desesperador aguentar isso por tanto tempo. Despertei dos meus pensamentos com a voz do taxista informando que já havíamos chegado. Paguei a corrida, peguei minha mala de mão e desci do carro. Me deparei com um condomínio extremamente luxuoso e imponente. Fiquei imaginando quanto dinheiro uma pessoa teria de ter pra morar num lugar como aquele. Antes que o porteiro me achasse suspeita e chamasse um segurança para me tirar de lá, toquei o interfone do lugar.

- Olá Senhorita, em que posso ajudar ?

- Oi, eu sou visitante do Senhor... – Droga, porque não me falaram pelo menos o primeiro nome desse homem ? – Do morador do 1500.

- Qual o seu nome ?

- Abigail Montenegro.

Observei o porteiro discar o algum número no interfone e falar rapidamente com alguém. Segundos depois minha entrada foi permitida. Dener, o porteiro, me acompanhou até o hall de entrada do edifício e me informou gentilmente onde ficava o elevador e o número do andar que eu deveria ir. Fiquei ainda mais deslumbrada com a parte de dentro do edifício. O chão e as paredes eram de mármore branco impecavelmente limpo, havia sofás para as visitas aguardarem, um lustre gigantesco e muito bonito no teto, e espelho de moldura dourado que ia do teto ao chão. Quadros de artistas famosos e alguns vasos de plantas bem cuidados completavam a decoração, parecia uma galeria de arte, bem, como eu imaginava que seria uma galeria. Tudo muito sofisticado e de bom gosto, aquele lugar suspirava dinheiro. Esse mundo é mesmo muito injusto, uns com tanto e outros com tão pouco.

Decidi parar de observar o local e ir logo para o meu "destino". Aproveitei que no caminho para o elevador tinha um espelho e dei uma olhada final no meu visual, afinal, tinha que agradar o meu cliente. Tinha escolhido um vestido simples, tubinho, preto, sem mangas que ia até um palmo acima do joelho. Um salto scarpin também na cor preta, uma maquiagem leve e os cabelos soltos. Parecia até uma executiva de sucesso, que pena que a realidade aqui, era outra.

Direcionei-me ao elevador e subi até o vigésimo quinto andar a cobertura. Quando as portas se abriram deparei-me já com a sala de estar do apartamento, o edifício tinha um imóvel por andar. Dei dois passos para fora do elevador, sentindo como se eu estivesse invadido o local. Olhei ao redor, o local era enorme, o chão era de mármore preto, com móveis da mesma cor, ao fundo uma janela que ia do chão ao teto e de uma parede a outra com vista para a grande cidade de Nova York, ao lado do sofá uma lareira moderna. Ao lado uma televisão com inúmeras polegadas e uma coleção com incontáveis números de dvds, cds e LPs. Havia do outro lado uma escada de acesso ao segundo andar, e um corredor que levaria até os outros cômodos. Era tudo muito bonito. Estava tão absorta em pensamentos e na observação do local que nem percebi passos se aproximando de mim, vindos do corredor. Só saí de meu transe quando o dono dos passos me chamou.

- Você deve ser Abigail Montenegro. – Levei um susto tão forte que levei a mão ao coração. – Desculpe, não queria assustá-la.

Me virei em direção a voz, e quase minha voz não saiu. A primeira coisa que vi, foi um par de olhos muito azuis, quase como o oceano, e um homem muito, mais muito lindo. Aquele definitivamente não era o meu cliente, ele nem tinha idade para ser um Sugar Daddy, tinha o que será? 35 anos? Ele tinha um rosto muito bonito, quase como um ser celestial, tinha cabelos longos castanho claro e as pontas meio loiras, era alto, com um corpo bem definido, era a definição do homem perfeito, pelo menos, na aparência. Percebi que estava demorando muito a responder quando ele me olhou franzindo o cenho e com um ponto de interrogação no rosto.

- Oi, sim, esse é o meu nome. Eu vim... – De repente percebi que não sabia como explicar o que eu vinha fazer ali, sentia uma vergonha absurda de verbalizar aquilo. Como eu diria para esse homem que eu seria como uma prostituta de luxo para o pai dele? – Seu pai está? – Fui direto ao ponto.

- Eu não tenho pai. – Ele me respondeu. – Fui eu que contratei você.

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