Primeiro Olhar

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Quando virei a esquina vi ele vindo, os raios do sol antes escondidos pelo prédio o iluminavam, se misturavam, era tão brilhante e precioso que eu não sabia mais discernir entre o homem e os raios do sol.

Por um minuto em êxtase, não me movi, como podia ser tão lindo.

Ele veio em minha direção estava falando ao celular distraído, calça jeans clara rasgada em vários lugares e a camiseta preta com algumas estampas, cabelo escuro penteado na lateral. Como eu travei e ele estava distraído nos esbarramos e minha bolsa caiu.

Ele foi muito educado, desligou o celular me ajudou a pegar as coisas que estavam no chão, quando levantou o olhar pra me entregar o que juntou, nossos olhos se cruzaram, e nossas mãos se tocaram, e como mágica, o mundo parou de girar, ficamos alguns minutos nos fitando, e parecia que tudo brilhava junto com o sol.

Quando recuperei a consciência, fiquei sem jeito, peguei o que ele estava me entregando coloquei na bolsa apressadamente, agradeci e levantei.

- Você está bem? - Ele pediu preocupado.

- Sim, não se preocupe, foi só a bolsa que caiu.

- Estava desligado falando ao celular, me desculpe.

- Sim, tudo bem, tudo bem. - falei ainda envergonhada pela situação.

- Me dê seu celular, vou anotar meu número, caso precise de alguma coisa.

Entreguei o celular a ele que anotou o número, e também deu um toque no dele para gravar o meu.

- Me ligue caso tenha perdido algo, eu vou te reembolsar com certeza, e se se sentir mal ou qualquer coisa, pode ligar. Você está realmente bem? Eu te convidaria para tomar um chá ou café, mas tenho uma reunião agora e não posso faltar.

- Não se preocupe, já disse, está tudo bem, eu tenho que ir trabalhar, já estou atrasada, provavelmente a culpa foi mais minha que sua por estar apressada. 

- Ok então, eu vou indo.

Passei o dia revendo aquela imagem, o momento em que ele apareceu junto com os raios de sol quando virei a rua, foi inacreditável. Mas também fiquei um pouco triste, porque a probabilidade de acontecer de novo, de nos vermos novamente era muito baixa, eu venho pelo mesmo caminho a três anos e nunca havia o encontrado antes, quem sabe eu espero mais três anos, com certeza valeria a pena.

O dia passou dessa forma, meus colegas algumas vezes me pediram em que mundo eu estava, eu realmente estava em outro lugar, e se pudesse não voltaria de lá tão cedo, se não fossem as urgências diárias do trabalho, que por poucas vezes consegui me concentrar. No fim do dia com certeza aquele seria meu caminho de retorno para casa, pois é o mais rápido para chegar ao metrô, e porque eu de agora em diante sempre teria esperança de revê-lo, mesmo que meu consciente dissesse que isso era improvável.

Como Um Raio de SolOnde histórias criam vida. Descubra agora