Quando eu saí do caro, ele veio abrir a porta pra mim, eu saí e me virei pra ele, que se encostou na porta do caro que havia fechado e segurou meu braço, em seguida minhas mãos cruzando nossos dedos.
- Eu estou querendo te pedir uma coisa a noite inteira, mas estou com um pouco de medo da sua resposta - ele disse um pouco sem jeito.
- Você nunca vai saber se não pedir.
- Nós conversamos todos esses dias, tivemos esse encontro, eu peguei na sua mão, fiz carinho nos seus cabelos, mas ainda me pergunto o que isso significa pra você?
Ele fez uma breve pausa, acredito que esperando uma resposta minha, mas eu não entendi, não sabia onde ele queria chegar, ele percebeu a minha reação e continuou.
- Eu quis te beijar, várias vezes, e me segurei, porque não sabia o que você estava pensando sobre tudo isso, talvez eu estivesse sendo um pervertido na sua concepção, te beijar iria fazer você sair correndo e realmente não era o que eu queria.
Um sorriso saiu dos meus lábios, não suportei, ele estava sendo extremamente ingênuo, e isso era fofo, será que não percebeu que eu queria a mesma coisa a noite toda, se fosse pra sair correndo eu já teria largado a mão dele no café.
- Porquê você está rindo, os seus sentimentos são coisa séria pra mim, eu não quero brincar com você, encontrei alguém com quem realmente vale a pena ficar, e tenho medo de ser lento demais e perder, ou ser rápido demais e perder também.
- Eu estou te achando muito fofo, e quero que me beije.
Nós encaramos, acho que não esperava que eu disse tão direta. Mas reagiu rápido.
- Antes quero que seja oficial.
Ele pôs suas mãos na minha cintura, me puxou com delicadeza pra ele e falou no meu ouvido.
- Você quer ser minha namorada?
Ainda com o rosto colado falando ao ouvido eu respondi.
- Quero.
Neste momento ele suavemente me afastou, olhou nos meu olhos, em seguida para minha boca, colocou sua mão na minha nuca e fechou os olhos, encostou nossos lábios, abriu os olhos e olhou novamente nos meus, como se procurasse a minha reação aquele toque, fechou mais uma vez e me beijou, um beijo calmo e amoroso, mas ao mesmo tempo intenso e profundo. Nossos corpos estavam colados, suas mãos haviam descido para minhas costas e me pressionavam contra ele, minhas mãos que estavam ao redor do seu pescoço, agora já estavam entre os seus cabelos. Decidimos parar pois estávamos em público, e aquilo estava se tornando inapropriado para o local e para o primeiro encontro.
Ainda entre seus braços olhei para ele um pouco envergonhada, e ele falou.
- Valeu a pena esperar. Mas se eu soubesse tinha te beijado antes.
Sorrimos juntos.
- Acho que vou subir.
- Sim, eu te deixo ir, mas espero que seja por pouco tempo, o que você vai fazer amanhã? Agora você tem um namorado, tem que dar atenção a ele.
- É verdade, eu já tinha planos, mas isso era antes de ter namorado, o que vamos fazer amanhã namorado?
- Venho te buscar depois do almoço, fique pronta.
Ele me deu um selinho.
- Agora vá, antes que eu não te deixe ir.
Me virei e subi para meu apartamento. Quando cheguei, olhei na janela ele estava lá ainda, acenou e fez sinal com a mão que era pra fechar a janela. Eu fiz, em seguida ouvi o carro em movimento.
Deitei na cama e pensei no que havia acontecido, aquele que havia surgido na minha frente a poucos dias como um raio de sol, mudou a minha vida, em tão pouco tempo, todas as áreas que eram monótonas e cinzas agora estavam radiantes. Estou tão feliz...
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Como Um Raio de Sol
RomanceQuando virei a esquina vi ele vindo, os raios do sol antes escondidos pelo prédio o iluminavam, se misturavam, era tão brilhante e precioso que eu não sabia mais discernir entre o homem e os raios do sol.