Eu tenho escondido isso, vou te contar uma coisaApenas para deixar enterrado
Agora eu não posso mais suportar isso
Por que eu não podia dizer, então?
Tenho estado ferido, de qualquer maneira
Realmente, eu não posso suportar isso
E é então que lampejos vem em minha mente. Imagens de fortes luzes em meu rosto, vejo alguns borrões e barulhos de máquinas. Ouço uma voz semelhante a de Jimin gritar por meu nome e sinto várias mãos alheias e frias tocar meu corpo. Ouço o som de maquinário, parece uma cena de filme, em que tudo começa a ficar agitado.
Um raio de luz forte parece estar bem a minha frente, como se apontasse a saída de um longo e frio corredor escuro que aos poucos ia sendo preenchido até se tornar tão claro que era impossível manter meus olhos abertos. Ouço choros e vozes familiares, mas ainda indistintas para mim.
Uma dor invade meu peito, sinto fôlego e lembranças esvaecerem. Sem perceber, me torno um com o todo, ou um com o nada. Não existe mais uma definição para o que era aquilo. Poderia ser a junção de absolutamente todas as coisas resultando naquilo, ou o completo oposto. É algo semelhante ao branco ou ao preto, mas não é branco nem preto, apenas é.
— Jungkook?
Ouço a voz suave e familiar de Jimin. Era a mesma voz que ouvi antes, mas ainda assim me soava tão diferente. Como se pessoas diferentes pudessem ser a mesma pessoa.
— Jungkook? Está na hora do café...
Sinto um toque frio e carinhoso sobre meus braços. Sou retirado do meu transe momentâneo, encontrando um Park Jimin com uma camiseta listrada preto e branco e uma bermuda escura. Seus olhos pareciam levemente preocupados, sinto sua mão vir até minha testa na tentativa de medir minha temperatura.
— Você não parecia estar febril noite passada, e agora está pingando suor. Vou preparar algo para você comer tudo bem? — O garoto fala com a mão ainda em meu rosto.
Levo minha mão de encontro a sua, entrelaçando nossos dedos e trazendo-a de frente a meu rosto. Uma lágrima escorre de meu rosto, não sei dizer o porquê, mas uma onda de tristeza e felicidade invade meu ser.
— Você sabe sobre a lenda dos fios vermelhos, não é? — Falo sem o encarar — A lenda diz que a conexão vital do coração de uma pessoa, não acaba no menor dedo de sua mão, pois desse dedinho se desprende um fio vermelho invisível que leva o rastro da sua alma e te conecta profunda e definitivamente com os fios vermelhos de outra pessoa, então no final, se trata da conexão de dois corações. Acho que nossos fios vermelhos estão tão conectados agora que você já se tornou o meu destino Park Jimin.
Curtos instante em silêncio, parecem eternos, encaro os olhos de Jimin, não consigo lê-los. Não consigo encontrar palavras para descrever a imensidão de coisas que vieram em minha mente naquele instante, talvez fosse insegurança, ou só euforia. Mas tudo cessou no instante seguinte.
— Existem algumas coisas na vida que me fazem questionar se existe ou não um destino pré-escrito, a ideia de sermos meros personagens nascidos dos devaneios de algum autor me assusta. Mas ainda que fosse este o caso, acho que posso me considerar privilégiado, porque de tantos personagens que esse autor poderia criar, ele criou a mim e a você. Você é o meu Jungkook e eu sou o seu Jimin. — Sinto uma leve caricia em minhas mãos e percebo que o garoto a minha frente sorria com tanta alegria que nada mais vinha a minha mente além de uma imensa paz. — Você com certeza é o meu Destino Jungkook, e ainda que esse não fosse o caso, eu lutaria com esse autor e mudaria nossas histórias para uma que pudéssemos escreve-la nós mesmos.
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Cartas para você
FanfictionE se você já não visse mais nada que te trouxesse animo? E se você encontrasse uma carta com seu nome? E se essa carta contasse uma história de amor lhe envolvendo? Foi isso o que aconteceu com Jeon Jungkook. Agora encontrar essas cartas é, para ele...