_ Chris, acorda! Temos clientes.
O Manoel me tirou do vazio dos meus pensamentos na loja silênciosa. Era normal está vazia, era um antiquário. Tudo o que tinha aqui só era valioso para um grupo seleto de pessoas, as que davam muita importância a objetos e histórias.
Levantei indo atender, mas entraram em bando. Um senhor se dispersou entre os móveis. Outro foi direto para o balcão onde estava o dono da loja e o mais misterioso me mediu meticulosamente ao passar por mim em direção ao fundo da loja. Atendi o único amigável.
Fez muitas perguntas, examinou os itens e elegeu o que mais lhe agradou. Ele não tinha uma necessidade, apenas o desejo de comprar algo carregado das impressões de outros donos. Que histórias se escondiam no cristal ovalado que levou?
Não reparei na saída dos demais. Sou muito distraída e introvertida. O mundo externo me interessa bem pouco. O que me interessa? Livros. Os mais pessoais e íntimos que eu conseguir encontrar. Não me importo com a escrita, os escritores mais apaixonados raramente sabem escrever como o "correto" exige, mas sabem se expressar. E como sabem!
Como o ordenado, estou limpando os móveis do fundo da loja. São os mais feios, não há muita esperança de que sejam comprados, por isso não são limpo com a mesma frequência dos objetos mais a frente da porta.
Um caderno de capa dura estava sobre um móvel estranho. Achei que fosse do Manoel, mas ao abrir, notei que era um livro manuscrito. Adorei o tom da escrita. Era formal, mas expressivo. As descrições eram leais e coerentes. Foi amor a primeira vista. Escondi no meu avental urgentemente. Não que o senhor fosse o dono, mas porque talvez pensasse em tirar proveito do meu achado. Tudo tem valor, para o Manoel, no meio das velharias desta loja empoeirada, mas esse objeto com certeza não pertencia a este universo.
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Brilho de Helena
Mistero / ThrillerOlá, meu nome não é importante. Nada realmente importa muito por mais que uns segundos. Nada que não seja verdade. Eu sou de verdade. Vou te mostrar...