A Garota e o Vampiro

Tragédia

P.O.V. Sebastian.

Eu a matei. Eu a matei. Estou segurando seu corpo inerte e drenado em minhas mãos. Eu não pude controlar. Ela não pode me parar quando ataquei e eu não pude me deter.

Hope Mikaelson dissecou-me novamente para impedir-me de matar Clarissa, porém isso só tornou tudo pior. Minha fome ficou pior desde que retornei pela primeira vez e agora eu entendo o porque. Foi a maneira das ancestrais de garantir que sua vontade, sua maldição seria cumprida.

Porém havia algo sobre Clarissa que ninguém inclusive, aparentemente nem mesmo os ancestrais sabiam. Ela não ficou morta, ela foi ressuscitada. E foi uma... cena incrível.

Ainda estou chorando. Foi lindo. Vê-la criar lindas asas douradas reluzentes, envolta por aquela luz dourada. Divina.

-Oi.

-Oi.

Estou abraçando-a para impedi-la de partir, para ter absoluta certeza de que é real porque eu ainda não acredito.

-Sebastian, eu não consigo respirar.

Ela não era uma bruxa, não. Ela era um anjo. Com asas cintilantes e tudo isso.

-Você é um anjo.

-Tecnicamente sou Nephilim. E passei uma puta rasteira nesses ancestrais idiotas!

Berrou ela como se as bruxas mortas pudessem ouvi-la.

-Você retornou dos mortos.

-Oh, isso foi o mínimo. Eu não sabia naquela época, porque meu pai apagou minhas memórias todas e as da minha mãe. Ela não lembrava que o meu pai era um anjo. Ninguém lembrava. Eu não só burlei a porcaria da maldição, eu criei algo que nunca existiu antes. Algo, incrível.

-Que seria?

-Você.

-Oh, eu fui gerado muito antes do seu nascimento.

-Eu sei. Não te transformei em vampiro, mas te transformei em algo muito mais raro. 

-Que seria?

-Me dá o seu anel.

-Clarissa... sem o meu anel...

-Confia em mim. Me dá o anel.

Respirei fundo e contra todos os meus instintos tirei o meu anel em plena luz do dia e dei nas mãos dela. Esperei pela dor da luz queimando a minha pele, mas não veio.

-O que? 

-Um diurno natural.

Disse com um sorriso diabólico, brincando com o meu anel.

-Meu Deus!

-É a evolução, amor. Toma.

-Eu não preciso mais.

-Mas, eu preciso. Preciso que use.

-Porque motivo?

-Porque eu tenho gosto de luz do sol numa bela garrafa ruiva.

Levou-me alguns minutos para processar aquela informação, para compreender o significado daquela sentença.

-Beber o seu sangue tornou-me imune á luz do sol?

Ela fez que sim com a cabeça.

-Então, por favor use o anel. Por favor? 

-Muito bem.

-E mantenha isso entre nós. Não quero que isso se espalhe.

P.O.V. Narrador Onisciente.

Infelizmente, a conversa entre os dois foi ouvida pela única pessoa de Mystic Falls que simplesmente não conseguia ficar de boca fechada, adorava uma fofoca e estava ressentida.

Lizzie Saltzman!

P.O.V. Lizzie.

Eu vou contar. Vou contar para o M.G. e ele não consegue ficar quieto. Ele vai contar pra todo mundo.

Chamei ele no antigo moinho.

-Oi Lizzie.

E tentei parecer preocupada, apreensiva. Andei em volta.

-O que foi?

-A Clary é um anjo. 

-O que?

-Ela é literalmente um anjo, M.G. ela é Nephilim.

-O que?!

-É. E quer saber a pior parte?

-Pior parte?

-É. O sangue da Clary... fez o Sebastian andar no sol.

-Lizzie...

-Sem precisar do anel!

-O que?! Tem certeza?

-Tenho.

Então, eu disse as seis palavrinhas mágicas.

-Mas, não pode contar pra ninguém.

Pronto. Agora toda a Mystic Falls e provavelmente o mundo vai ficar sabendo. E eu vou me livrar da anjinha.

Levou menos tempo do que eu esperava. Foi questão de horas para a fofoca se espalhar e é claro que a sonsa da Clarissa pensa que quem contou foi o Sebastian. E eles estão de mau.

Infelizmente as coisas saíram fora de controle.

-Você parece nervoso, ansioso, preocupado e um pouco raivoso.

-Preciso de ajuda. Preciso de um feitiço localizador.

-Porque? Pra que?

Perguntou a Josie.

-Porque acredito que alguém tenha sequestrado Clarissa. Ela sumiu, sua cama não foi mexida e aparentemente todos os vampiros deste mundo tecnológico e futurista sabem que o seu sangue cria diurnos naturais! Malditos mecanismos de comunicação! Eles se voltam contra nós.

O que?!