Posso não saber quem eu sou, mas eu sei quem eu era. Bom, na verdade eu lembro de pouco coisa porque já faz um bom tempo que não sou sincera comigo mesma a ponto de saber o que eu realmente fui.
Na educação infantil eu era uma criança que dividia o lanche com todo mundo, perdia a lente do meu óculos na escola, era bem inteligente, era a criança que a professora falava "ela só conversa muito", eu era feliz e até um pouco mimada pela minha vó.
No fundamental eu era a menina que não se encaixa em nenhum grupo de alunos, mas que tinha amigos porque eu ainda dividia meu lanche e sempre dava bala também. Sempre me senti muito estranha, diferente então sempre fiz de tudo pra ter pessoas por perto.
Eu dançava na igreja batista, por incrível que pareça eu não tinha vergonha e eu amava dançar as musiquinhas.
Apesar de algumas coisas que aconteciam em casa eu era bem feliz, sorridente, brincalhona e muito implicante com a minha irmã mais velha. Sempre fui muito "respondona", bom sempre foi isso que minha mãe falou. Mas não era bem assim, eu apenas defendia meu ponto de vista, as coisas que eu acreditava e as coisas que eu queria.
Eu sempre implicava com a minha irmã, pois nos víamos de quinze em quinze dias e eu sempre achei que a minha mãe tinha preferência nela. Mesmo que minha mãe sobre falasse que amava ambas iguais eu não acreditava e tinha que implicar com ela.
Eu era feliz, me sentia amada, importante, legal, inteligente e maravilhosa. Eu me amava muito, não ligava para quase nada, amava as ferias, gostava da família reunida e eu amava pintar minhas revistas de colorir.
Sem contar que eu amava andar de carroça e charrete com o meu tio. Era divertido, me amarrava quando passava nos buracos e eu voava alto por ser magrela.
A adrenalina da minha infância era ir brincar na rua escondido da minha mãe, eu fazia a cabeça da minha irmã, a gente esperava minha mãe dormir e ia brincar, mas sempre íamos ver se ela já havia acordado e quando dava certo eu me sentia a brabona. Mas quando não dava eu chorava muito, ainda mas se eu tivesse arrebentado o chinelo porque eu ia apanhar mais e ainda ia ficar sem chinelo.

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Quem sou eu?
NonfiksiMe pergunto sempre quem eu sou e porque eu sou tão confusa com as minhas decisões. Acho que nem tão cedo vou descobrir isso, então eu decidi escrever sobre mim de uma forma bem breve e direta para que um dia eu possa refletir sobre como eu era. Desc...