Capítulo 2 - "A noite é longa se quisermos."

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"Bjorn..." Você sussurra.

"Eu não sabia quem você era até agora." Ele diz ainda passando os dedos em seus cabelos.

"Você ainda não sabe."

"Sim, eu sei." Ele para de passar os dedos em seu cabelo e fica novamente em sua frente.

"Você é a garota cujo nome é *S/N* que cuida de seu pai que na época era um grande guerreiro e é solteira." Ele sorri.

"Como?" Você o questiona. "Tanta coisa mais pra falar de mim e você me diz que eu sou solteira?"

"Mas é uma verdade sobre você." Ele sorri novamente.

"Quem disse?" Você cruza os braços. "Você é inconveniente Bjorn, eu não sou solteira."

"Ah é? Pois então me diga o nome do seu atual parceiro?" Ele a olha com curiosidade.

O silencio toma conta do local, você não tinha respostas para dar a ele porque estava mentindo para si mesma e sabia que isso a poderia livrar de tirar de sua mente os desejos que estava começando a sentir por ele e acabar caindo nos encantos de uma pessoa que você sabia que nunca daria certo ter algo sério.

"Eu não disse? Você é solteira." Ele dá as costas. "A única coisa que eu vejo você fazendo todas às vezes *S/N* é cuidar de seu pai e do lar, nada mais."

"Como eu disse, você é inconveniente e agora um mentiroso."

"Por quê?" Ele volta a te olhar.

"Inconveniente por ficar me observando por aí, sabendo que tem uma mulher com filhos e mentiroso por dizer que não me conhecia quando cheguei aqui." Você vira de costas para ele. "Eu preciso ir agora, não quero perder mais meu tempo aqui, eu só queria saber do meu pai."

"Você acha mesmo que se eu estivesse com a Torvi eu estaria aqui, com você?" Ele a questiona.

Essas palavras a fizeram se arrepiar. Não sabia em que sentido Bjorn tinha falado aquela frase, mas sabia que quanto mais ficava no mesmo ambiente com o filho de Ragnar mais as coisas ficavam estranhas em relação aos seus sentimentos relacionados a ele. O maior problema que você enfrentava com seus sentimentos era a amizade que tinha com a Torvi. Ela era uma pessoa que te causava muitas inspirações, principalmente quando ela lutava e você sabia que não poderia crescer sentimentos por Bjorn, isso poderia magoa-la e isso era a última coisa que você queria.

Você então resolve sair dos aposentos de Lagertha, deixando Bjorn sem nenhuma resposta. Ele não faz nada, apenas a observa indo embora parado. Chegando a sua casa, você tranca a porta e encosta-se a ela, se deixando escorregar, sentando logo em seguida no chão com as mãos em seu rosto.

"Deuses, eu não posso." Sussurra ao pensar em Bjorn. "Odin, pai de todos, me ajuda. Eu não posso ter sentimentos por ele... eu sei que sempre tive isso dentro de mim, desde que o vi a primeira vez naquela floresta caçando."

Você se levanta e resolve que precisava distrair a cabeça, não estava mais querendo pensar em tudo isso e em todo esse sentimento que estava voltando, precisava mentir mais um pouco para si mesma. Olhando para um machado que seu pai tinha deixado no chão perto da cama e para um escudo que estava pendurado na parede, você resolve pegá-los. A única coisa que poderia distrair a sua cabeça era treinar na floresta, contra as próprias árvores, já que não era uma guerreira e não havia ninguém para fazer isso com você.

Tudo estava escuro a caminho da floresta, a única luz que passava entre as árvores era a do luar, a sua luz preferida. Você olha para a lua e respira fundo sorrindo em seguida, aquilo era realmente o que queria, nada mais que usar um machado e um escudo lutando a favor de seu povo. Um pequeno barulho se forma entre as plantas e folhas que estavam no chão, como se alguém estivesse andando. Você se posiciona rapidamente com o escudo e se prepara para atacar qualquer coisa que a queira atacar também. O barulho vai ficando cada vez mais próximo até que você avista um veado.

Imagine: Bjorn IronsideOnde histórias criam vida. Descubra agora