IV

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Chego a casa e vejo um clarão enorme na entrada, era o INEM e os Bombeiros. Saio do carro a tremer para entender o porquê deste alarido todo em frente a casa. Será que a Milka se sentiu mal? Ou alguém se magoou á procura dela? Já estou a por todas as hipóteses em cima da mesa.

Ao chegar mais perto do local, encontro uma pessoa no chão, inconsciente, com ferimentos graves em todo o corpo e fraturas expostas nos membros inferiores do corpo. Pela maneira que o corpo estava, o indivíduo deve ter sido atropelado há pouco menos de 30 minutos. Mas a pessoa que foi atropelada não era a Michaela. Era um homem alto, moreno bronzeado, bem constituído, cabelo castanho claro e olhos azuis. Passo a vestir a minha profissão, ajudo a levá-lo para o INEM que a Dona Karen tinha chamado, e fomos para o hospital. Dentro do hospital, passo os papéis ao meu colega mais competente no assunto, ajudando-o sempre onde ele necessitasse.

Entretanto, procuro se ele tem alguma identificação, alguma coisa para saber mais sobre ele. A única coisa que sei é que o indivíduo é do género masculino, de resto não sei mais nada. Vejo o seu cartão de cidadão, o seu nome é Jake Peterson, tem a mesma idade que eu, 1,89 de altura, mora também no condomínio. Agora a questão é: como é que ele foi parar a esta situação?

Recebo um diagnóstico de Jake vindo do meu colega: neste momento está num estado de coma, por pouco que tinha um traumatismo craniano, mas está a recuperar bem, precisará depois de algumas cirurgias plásticas, pois a sua cara está um pouco deformada, mas de resto está tudo bem.

Quando a família chega, vem juntamente com a polícia para eu dar o meu depoimento, sendo que fui das primeiras pessoas a encontrá-lo juntamente com a Dona Karen e a vizinha que já deram o seu depoimento antes, e também dar o diagnóstico à família e à polícia. Pelo que a polícia pode dizer, a vizinha disse que ele foi atropelado por uma senhora de estatura média, de 20 anos mais ou menos, cabelo loiro com madeixas azuis, olhos castanhos. Espera aí, essas características fazem muito lembrar a Milka... Será que foi ela que atropelou o Jake?

Continuando a ligar à Milka, finalmente ela responde à minha chamada.

- MILKA! Estás bem? Estava tão preocupado. Desculpa por te ter chamado para dançar, não o devia ter feito, só deveria ter respeitado a tua decisão. O erro foi meu, eu é que sou estúpido. Mas também porque é que tiveste de fugir? Estou preocupado e zangado contigo ao mesmo tempo!

- Calma Luke! Estou bem agora. Já passou. Mas estás chateado comigo porquê? E fugir do que? O que se está a passar?

- Mau. Tu não fugiste do teu quarto?

- Não... Eu fui para o meu quarto buscar bolachas, tive a chorar ao ver umas fotos minhas com o Nate e depois fui para o sítio secreto. - Sim, ela tem um sítio secreto, é a casa de banho da garagem. Não é preciso ela sair do quarto para ela chegar até lá, ela tem uma passagem secreta que dá para se deslocar até lá, por isso é que a porta ficou sempre trancada.

- Pois claro! Como é que eu pude esquecer de te ir procurar lá? Mas olha, diz me uma coisa, tu nunca saíste daí pois não?

- Não, porquê?

- É porque eu estou no hospital porque um rapaz do nosso aldeamento foi atropelado à nossa porta, e pela descrição da vizinha a pessoa que o atropelou tem as mesmas características físicas que tu...

- Estás a falar a sério?

- Achas que eu ia agora brincar contigo? Além disso estás a ouvir os sons do hospital pelo móvel de certeza.

- Pois é verdade. Mas eu nunca saí daqui, aliás eu até ouvi uma ambulância e assim, mas pensei que estivesse a passar e que não fosse nada.

- Ok, mas está tudo bem agora que me atendeste, vai ter com os teus pais, conta-lhes o que me disseste agora, que não saíste do quarto e eu já vou para casa. Até já!

- Até já Johnny!

Isto está mesmo a ficar complicado. Ela não fez nada, eu acredito nela, e além disso se ela me mentisse teria outro tom de voz (eu conheço a muito bem), mas neste momento as provas estão a ir contra ela. A testemunha ocular deu uma descrição muito pormenorizada da pessoa, e é mesmo parecida com a Milka. Não percebo. Será que a vizinha lhe quer mal? Mas ela é tão querida... Estou confuso, mas isto também não me compete a mim agora porque não sou do AFP (Polícia Federal Australiana), isto agora é trabalho de outros.

Com isto já são 2:00 de Domingo, estou estafado e vou para casa ter com a Família Chesterfield, que está na sala. Conto o que se passou desde o momento em que a Milka se trancou no quarto até ao momento em que cheguei, e como está o Jake, dou um abraço bem apertado à Milka e vou para o meu quarto descansar.

No meu quarto estou na cama, deitado, cansado, mas não consigo adormecer só de pensar no que se passou, e agora que estou na cama começo a ligar peças: a Milka desapareceu, vejo um corpo no chão... O meu sonho previu esta cena! Mas o que será o clarão com o taco de beisebol? E porque é que a vizinha fez uma descrição do criminoso exatamente igual à da Milka? Isto está tudo a moer-me a cabeça. Com tanto pensamento, o cansaço acaba por vencer e acabo por adormecer.

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⏰ Última atualização: Oct 11, 2020 ⏰

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