Hyungwon suspirou com certa chateação ao entrar em seu novo palácio – Agora morava em uma das praias particulares daquela ilha grega, antes morava no Nepal - E ver que seu servo pessoal lhe esperava com envelopes verdes na mão. Aquilo só podia ser coisa da Alessa, ex rainha, assim como ele, mas que na prática continuava a reinar, assim como ele.
Alessa era a líder dos encantados, ele dos demônios, ela tinha casado com seus sobrinhos e por isso era de certa forma família e por questões de natureza comum, passaram a se falar mais. Ele não adorava a leoa, mas também não desgostava dela, contudo algo na fêmea lhe irritava de morte.
O hábito de não usar eletrônicos.
Eles eram os demônios, eram eles quem tinham magia que destruíam aquelas coisas e mesmo assim ele mantinha um telefone em seu escritório, devidamente selado com runas de proteção, só para se comunicar com os demais líderes e pessoas de interesse, mas ela continuava com as malditas cartas.
Pior que ela só o Ryven...
— Meu senhor...
— Já sei, Alessa.
Disse tirando as luvas e entregando ao Pete que sorriu de canto e assentiu.
— Chegaram a pouco, meu senhor.
— Se as águias dela deixarem de trazer cartas nesse exato dia, ainda poderíamos fazer um memorial de papel verde no salão e ainda sobraria envelopes, concorda?
Reclamou. O seu valete assentiu, mas ele sabia que o elegante demônio da água ria por dentro. Eles estavam há tantos séculos juntos que Woon sabia até quando ele pensava demais. Tinha escolhido seu valete pessoalmente no segundo em que subiu no trono com a morte do seu pai e jamais se arrependeu de tal decisão.
O tempo criou uma amizade entre os dois e Pete era uma das poucas pessoas que confiava cegamente em sua vida.
Atravessou a sala e foi para seu escritório onde se sentou na poltrona da janela, lugar que poderia ver o mar e finalmente estendeu a mão para pegar os dois envelopes.
— Se não for algo sério, irei mandar uma tempestade para a Amazônia e afogar o palácio dela em água com lodo.
— Sábia decisão, meu senhor.
Won olhou atravessado para o servo que fez cara de paisagem, ou egípcia como se dizia atualmente. Por fim abriu o primeiro envelope e viu o bilhete que era breve perto do que ela costumava mandar.
Caro Hyungwon,
Mandei minha águia com urgência devido a situação importante, peço que venha assim que puder, meus caçadores acharam Woniel quando foram investigar uma atividade estranha na divisa da tribo das panteras com os Andes. Ele foi encontrado petrificado, mas sem sinal de uma capela por perto. E ele não volta a vida quando anoitece. Temo pelo pior, mas como conhece essa gárgula pessoalmente, foi a única pessoa que me veio a mente avisar. Os anjos que tenho contato, não foram encontrados por minha equipe e as gárgulas que protegem o palácio das bruxas parecem estar fora em alguma missão para a Amora. Eu vou mantê-lo seguro em meu palácio, espero que possa vir.
Alessa
Hyungwon sentiu, por alguns momentos, seu corpo congelar e seu pulmão deixar de trabalhar. Woniel... Woniel!
Imediatamente lembranças arrastaram sua mente para o passado, em uma época onde ele ainda era apenas um príncipe viajante em busca de conhecer o mundo e se divertir enquanto pudesse e em uma dessas incursões, chegou a bela Marrakech, cheia de seu ar misterioso e lar de muitos guerreiros gárgulas em trânsito...
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Clame meu nome
FantasíaHyungwon se arrependia por te abandonado Wonho no passado, mas nada o preparou para o que o futuro lhe reservava e dessa vez, ele lutaria pelo outro com todas as suas forças.