Meio

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Tommy acorda com dores e cansaço execessivo, mesmo assim se levanta e vai assistir ao jornal na sala.

Todas as notícias eram sobre o desastre de ontem: Lixo e chuva.

Ainda dolorido e cansado, faz força para processar as informações que recebia, tentando pensar cada vez mais para ver o que poderia fazer, para mudar toda aquela situação.

Sua mãe entra na sala.

-Tommy, vai descansar. Você precisa de repouso, assim pode se sentir melhor. Eu entendo como se sente em relação ao desastre de ontem, mas pode pensar nisso depois. É importante a saúde, além da conscientização.

O filho hesita, queixando:

-Eu prefiro não dormir agora, mãe. As noticias do jornais são muito sérias.-Murmura quase dormindo ali mesmo.

-Você não comeu nada desde ontem, filho. - Luciana alterna o assunto, apontando outro fator de risco.

-Eu consigo me virar sozi...- Antes de terminar a frase, o menino perde a consciência aos poucos, gradualmente os sentidos também, por fim sua linha de raciocínio.

Apenas ouvia, perto da inconsciência vozes desesperadas, e sentia alguém lhe carregar.
Depois, sentiu mais nada.

Horas passadas, Tommy acorda.
Percebe que está deitado; abrindo os olhos e recuperando sua percepção, se dá conta que está no hospital, melhor, agora sem dores e sono.

Decide levantar, caminhando pra fora do quarto e encontra seus pais conversando com um provável médico.

-Querido, que bom te ver melhor! - Diz o pai aliviado, abraçando Tommy.

-Ele está liberado. A alta já foi autorizada. O paciente precisa de descanso diário por duas semanas.-confirma o médico.

-Muito obrigado, doutor- Agradece a mãe.

Voltando para casa no carro, Marcos pergunta curioso:

-Filho, gostariamos de saber o que houve mais detalhadamente sobre sua preucupação em relação ao ocorrido de ontem. Quer compartilhar conosco? Vamos te ouvir e procurar lhe entender.

Meio abalado, Tommy não responde, mas continua com uma expressão triste.

-Tudo bem. Podemos conversar depois.

Chegando em casa, Tommy almoça e vai direto pro seu quarto.
Quer pensar em no que fazer para resolver tudo isso, logo.

Antes de começar a agir, lembra de Rascunho, e resolve ligar para ele.
A chamada é atendida: mas há outra voz.

-Alô? - Uma voz feminina é pronunciada da outra linha.

-Alô - Tommy mantém a ligação, e prossegue:

-Com licença. Desculpe se pareço grosso ou mal educado... - gagueja - é que eu gostaria de falar com o Rascunho, meu amigo. Compartilhar algo e saber se o mesmo está bem.

-Infelizmente, ele não pode atender agora. Está em estado de recuperação, com uma doença contagiosa de chuva, e não pode pegar objetos muito sujos, como celulares. - a voz adquire um tom cabisbaixo.

Doença?! Rascunho doente? Quantas noticias ruins... - pensou Tommy, com um sentimento de culpa.

-Eu entendo. Peço desculpas por atrapalhar.

-Não atrapalhou. Pode fazer uma visita a seu amigo, se quiser.

-Nossa... Sério? Poxa, muito obrigado...

-De nada, jovem. Qualquer coisa, ligue novamente. - a moça encerra, desligando.

"Preciso agir."

E cortou seus pensamentos.

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