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Acordo com o ruídos dos ratos e baratas que percorrem o telhado já desgastado e velho, as madeiras tem muito mais pregos do que o comum para sustentar a casa de pé

Calço as botas que consegui no último verão quando em uma caçada consegui abater um veado, aperto o cinto da calça que nunca foi meu número, mas era de Laurem, já bem desgastada e velha, os pequenos buracos costurei e foi preciso também alguns remendos

Meu nome é Emma, tenho 1,73 e meu peso deve estar abaixo do que consideram adequado já que nunca param de perguntar se me alimento, só que não olham o quanto eu trabalho para ajudar o sustento da minha família já que o custo de vida tem sido cada vez mais caro e minhas "adoráveis" irmãs gêmeas só se importam com que o mercador trará de novo que elas possam gastar até o último centavo de nosso pai

Arrumo os lençóis que são minha cama e os tiro do chão onde estavam estendidos e vou preparar o café

Não temos o suficiente por nem mais três dias, amasso o restante da farinha com alguns ovos e faço um pão, também passo o café

Emma-Pai!

John(pai de Emma)-ja preparou o café?

Emma-Já está na mesa, a farinha acabou, fiz um pão do que ainda tínhamos no pote

John-É o suficiente por hoje, depois do café eu vou ver se consigo mais, chame suas irmãs, elas já devem estar com fome

Emma-Sim senhor

Enquanto Emma se dirige ao quarto das gêmeas seus pensamentos gritavam em sua cabeça o quanto não queria pertencer aquela família, suas irmãs fruto do primeiro casamento de seu pai e ela simplesmente um relacionamento passageiro que a mulher morreu logo após dar a luz, ninguém naquela família a realmente valorizava, as noites pela floresta caçando somente os importavam a carne ou a quantidade de moedas, mas mesmo não tendo amor ela sentia a necessidade de fazer alguma coisa por eles, ela havia tomado a responsabilidade para si desde que viu a primeira vez seu pai chorando com algumas moedas de cobre nas mãos

Emma-Lauren! Alicia! O café está na mesa, nosso pai pediu para chamar vocês

Lauren-Espero que não tenha esquecido meu leite dessa vez, odeio leite frio

Emma-Eu vou esquentar Lauren

Lauren-não muito quente, podem queimar meus lábios, não são ásperos como os seus, e retire a coalha, ouvi dizer que engorda

Lauren literalmente me dá nos nervos, está gorda feita uma leitoa e ainda por cima não se esquece nem por um segundo de se por como superior, esquento o leite para as "madames" enquanto se sentam na mesa

Alicia-Pai, você não tem ideia a Júlia, filha dos Meneses da pensão estava usando usando ontem uma pluseira linda, toda verde e muito brilhante

Laurem-Era linda mesmo, todos viram, a pele dela ficou até mais corada e também percebi que o Patrício Alencar não tirava os olhos dela

Emma-O Patrício é um preguiçoso que vive as custas dos pais, ele nunca trabalhou em absolutamente nada!

Alicia-Quem você que é para falar assim do meu futuro esposo!

Emma-Ele está interessado em uma noiva com quem ele lucre mais para não ter que trabalhar a vida inteira!

Laurem-Pai como permite essa moleca falar assim de um bom rapaz, ela deve dizer isso nas ruas!

O que vão pensar da nossa família?
Emma-Eu tenho mais o que fazer do que ficar olhando a vida dos outros como vocês, não sou eu que vive nas janelas procurando fofocas

Jonh-Cale-se, Emma não quero saber de você falando mal desse rapaz novamente!

Emma-Mas pai!

Jonh-pai nada, o Patrício é um bom rapaz, e aproveitando a oportunidade, Alicia pode chamar ele para jantar conosco

Emma- Não temos o que comer nos próximos dias se eu não conseguir caçar alguma coisa e seu trabalho não anda tendo muitos pedidos de carpintaria

Jonh-vai melhorar, e não é por sua causa que mantemos essa família Emma, não ache que você tem essa posição nessa casa, não preciso de você nem de ninguém para por comida nessa mesa

Emma-Otimo então, de verdade pai
Espero que tenha mais sorte no trabalho e não tenha que encontrar vocês de barriga vazia

Emma se levanta da mesa, e escuta as palminhas se suas irmãs ao ouvirem o pai dizer que ele dará dinheiro para comprarem pulseiras e colares, mesmo que sua família não seja fácil de conviver é a única coisa que ainda faz voltar para aquele vilarejo, a única coisa que a prende aquele pedaço de chão onde ela sempre conheceu o desprezo, ela agarra sua aljava com duas flechas somente e seu arco, fechando a porta da casa, deixando suas irmãs iludidas por faltas belezas e seu pai convencido de que pode se virar sozinho

Vão ficar melhor sem mim

Herança de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora