Você é a única pessoa pela qual eu estive procurando

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Nova York, Junho de 1985

Baekhyun saiu correndo do salão onde acontecia o Baile de Formatura, estava mais que claro que ninguém o queria ali, estava mais que claro que o convite não passava de uma chacota.

Mas, enquanto tocava o refrão daquela música dançante, alguém um tanto atrapalhado surgiu em sua frente feito um muro, usando roupas pretas e um jeans rasgado, ele apareceu no exato momento que a letra dizia "Baby you are..." e, como se seu coração fosse invadido pela letra daquela música, Baekhyun só consegui pensar que era ele, talvez sua alma gêmea, alguém por quem se apaixonou a primeira vista.

Nova York, Janeiro de 1985

Apesar de seus pais serem coreanos, Baekhyun nasceu em Nova York, tendo traços fortes de sua descendência, mas ainda assim, um americano.

Às vezes isso era trágico. Odiava chegar em algum lugar e a primeira coisa que perguntavam era se ele vinha na China ou Japão, como se não existissem outro país no oriente, a segunda coisa que mais o irritava era todos acharem que ele tinha obrigação de seguir o estereótipo de asiático inteligente, como se ele só servisse para isso e por último, mas não menos importante, odiava o preconceito dos outros com sua orientação sexual, muitos nem sabiam do que gostava, apenas gostavam de criticar.

Por motivos pesados demais para mencionar, seus pais o trocaram de escola no meio do semestre e estar em uma escola nova nunca era fácil, ainda mais no meio do semestre, logo após a pausa para o Ano Novo.

Apertou a alça da sua mochila e suspirou, olhando aquela multidão de gente vestindo roupas coloridas e falando alto pelos corredores. Olhou sua blusa antigamente preta do AC/DC e sentiu-se ainda mais desbotado.

Caminhou a passos apressados até a secretaria e pegou o folheto informativo com as aulas que teria aquele dia, procurando seu armário para deixar os livros antes de seguir para aula.

Em seu intervalo seguiu pelo meio da multidão rumo ao refeitório, mas sentiu-se deslocado demais para comer o lanche que sua mãe havia preparado no meio de todas aquelas pessoas que compraram comida na escola.

Suspirou triste e foi para o pátio, sabendo que, assim como na antiga escola, aquele seria seu lugar.

(...)

- Ei, viadinho. - gritou um rapaz de longe, logo depois andando de um jeito esquisito e abanando a mão, como se estivesse imitando o jeito do Byun.

O garoto apenas revirou os olhos e encostou a cabeça na árvore, estava demorando para começarem a surgir comentários e coisas como aquelas.

Apesar de sentir-se incomodado com aquela situação, prometeu que não deixaria mais aquilo lhe abalar.

Mal sabia ele que, ao longe, alguém o observava, querendo confortá-lo.

(...)

Deveria ter imaginado que o convite para o baile era apenas uma piada, passou o semestre inteiro sendo humilhado, o que lhe deu na cabeça de aceitar tal convite vindo de Kim Junmyeon? Não fazia ideia, mas enquanto estava ali, seu corpo quase colado ao do garoto enquanto olhava para cima e via o cenho franzido em um misto de raiva e confusão, imaginou que havia sido proposital, talvez o destino, se existia, tivesse o levado até aquele momento.

- Me desculpa. - disse fungando, se distanciando do garoto levemente, continuando a olhá-lo.

A primeira coisa que o maior fez foi levar as mão ao rosto bonito e secar as lágrimas, olhando ainda com aquela cara de mal humor.

Baby You AreOnde histórias criam vida. Descubra agora