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Esta é, definitivamente, a última vez que aceito pisar dentro de uma escola.
Desde que me formei a única coisa que tenho pensado é no que faço da vida. Porque, convenhamos, meu emprego não garante qualquer regalia e muito menos segurança. Não, definitivamente sem segurança. E é exatamente por isso que não pude recusar essa oportunidade; o preço proposto é excelente demais para que eu simplesmente recuse.
O último ano fora difícil e pagar minhas contas não é exatamente a coisa mais fácil de se fazer.
Mas cá estou eu de novo. Usando uma identidade falsa para voltar à merda do ensino médio.
Enquanto espero pela confirmação da maldita matrícula na sala do diretor, um garoto de cabelos esverdeados me estende o cigarro que está fumando, completamente alheio ao fato de estar na diretoria.
Parecia tão chapado.
— Eu espero mesmo que não esteja tão chapado ao ponto de enxergar um fósforo quando olho pra você, mano. – Ele diz, rindo da própria constatação. Eu por outro lado o encaro da forma mais mortal possível. — Quer um?
O chapado me estende o baseado, ainda rindo como um retardado da própria piada bosta.
— Não.
— Ah, para... Vai me dizer que você é que nem os mauricinhos dessa escola horrosa que dizem que fumam mas nem sabem tragar? Que isso, fósforo, esperava mais de você!
Esse cara está seriamente pedindo por um murro e eu estou prestes a dar, mas sou interrompido pela secretária que vem pela vigésima vez perguntar minha data de nascimento. Aparentemente a caneta em sua camisa só está ali de enfeite.
— Com licença... pode me dizer de novo sua data de nascimento?
— 29 de dezembro, minha senhora. – Repito, de novo.
— Tu ainda não entendeu, Rosângela? Caralho, eu que fumo você que fica chapada! – O moleque responde dentre mais uma risada e a mulher revira os olhos, como se já o conhecesse a tempo suficiente para saber que não valia a pena discutir. – Ó, 29 se soletra assim vin-te no-ve. De dezembro, o mês do sugar daddy de trenó que vai na sua casa te dar um bendito de um peru!
— Meu nome é Roye, Yoongi. Pela milésima vez. – A secretária bufa e exibe sua melhor cara de nojo e desgosto depois do que o moleque diz. — Você ainda vai ser expulso por fumar dentro da escola!
— Ah não, não... não se preocupa, Rosemary. Daqui eu infelizmente não vou sair nunca, não é?
Apesar do tom de ironia, quase consigo sentir uma pontada de tristeza em sua voz.
Eu não faço ideia do que está acontecendo ali, mas eu definitivamente estou preso no meio e o cheiro de maconha que o tal Yoongi exala já estava começando a me dar dor de cabeça.
Por isso eu finalmente me levanto e entro na porcaria da discussão, arrancando a caneta do bolso da camisa social da secretária para escrever a data em sua mão, a impedindo de vir me fazer a mesma pergunta mais uma vez.
— Entra lá e termina essa matrícula, por favor. Logo as aulas começam e eu ainda vou estar aqui.
Ela assente, se desculpando mais uma vez quando volta para dentro da sala.
Me sento de novo sem a mínima paciência e o moleque volta a me olhar, praticamente soltando a fumaça do baseado na minha cara quando se aproxima pra constatar que meu cabelo é mesmo vermelho e que ele não está vendo coisas.
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REDHAIRED | kth + jjk.
Fanfictiontaehyung sempre recebera as mesmas encomendas: estupradores, políticos corruptos, assassinos em série. agora, no entanto, têm um objetivo: matar jungkook. o assassinato de um garoto até então inocente estava, definitivamente, fora de seus planos. e...