Cap 11. Cartas.

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3 meses depois

Já estavam no final do outono, ao contrário do seu plano inicial, Brendon não voltou para a faculdade naquele semestre, nem Mike e nem Dan. A banda estava em ascenção, Brendon tinha a atenção de milhares de pessoas, tinha fã clubes, uma plateia que gritava seu nome, tinha cada vez mais dinheiro e mesmo assim se sentia vazio. A banda teve seu nome trocado para Panic! At The Disco e era esse nome  que todos escutavam nas rádios e era essa banda que todos queriam ver.
Nicole era uma garota extremamente bonita e simpática, Brendon gostava de tê-la na banda, mas seu coração durante todos os dias desses três meses parecia ter perdido o ritmo das batidas. Por vezes pensou em desistir de fundo, por vezes pensou estar desmoronando em um conto de fadas formado por mentiras.
Ele não tinha notícias de Dallon a meses e isso o deixava louco. Será que foi apenas tudo passageiro? Dallon já encontrou um outro amor e porquê ele não viera atrás de Brendon, já que sabia onde o encontrar, já que o nome dele aparecia em quase todos os jornais.

Dallon por sua vez, mantinha o ritmo das coisas, montou uma banda pouco conhecida com seu amigo na faculdade e os dois tocavam por alguns bares. Ele manteve os estudos e passava grande parte do seu tempo tentando focar nisso. Dallon também se sentia vazio, e a cada vez que escutava a voz de Brendon nas rádios a cada vez que ouvia alguém dizer seu nome, era como se uma faca o invadisse cortando de fora a fora tudo que tem dentro dele até chegar a sua alma. Ele tinha certeza, ele nunca havia amado daquele jeito, ele nunca amaria novamente.
Mas os jornais diziam que Brendon e Hannah Brown era o casal favorito de Hollywood, mostravam como estavam felizes e Dallon preferiu acreditar naquilo ao invés de iludir-se com a chance de que talvez Brendon estivesse pensando nele. Até porquê a vida de Brendon estava interessante demais pra que ele se lembrasse não é mesmo?

— Brendon? - Hannah chamou a atenção do menino que fitava o central park pela janela do hotel.

— Sim - ele disse. - Desculpa, eu só...

— Tá pensando nele - ela se sentou na cama ao lado dele.

— Me desculpa fazer você viver com isso.

— Nós não escolhemos que amamos Brendon. E eu odeio viver na mentira. Mas eu tô feliz que escolheram você, porque eu não suportaria se tivesse que fingir estar me relacionando com outra pessoa. - ela diz tentando manter algum humor.

— Sabe como isso parece horrível quando você escuta né?

— Eu sei! Mas é só por um tempo... - Ela diz e Brendon suspira.

— Eu não sei sobre ele. Eu não sei se ele esta bem, se está doente e se está vivo. Eu não sei nada - ele desabafa.

— E por quê não procura saber?

— Por quê ele não procura saber? Ele foi embora. Foi escolha dele e eu... - Ele olha pra Hannah - Eu não sei sabe, ele sabe onde me achar e eu se ele não vem, talvez ele só...

— Brendon! - ela diz firme - Para de olhar por suas perspectivas apenas. Tenta pensar sobre ele... Ele te deixou pra você viver seus sonhos e provavelmente abriu mão de muito do dele para isso. Tudo que ele sabe de você vem pela mídia, e você mais do que ninguém sabe como isso funciona. Ele tá te vendo como alguém feliz, mergulhado na fama e prestes a mergulhar na fortuna.

— E como eu faço? - ele diz confuso.

— Escreve algo. Procura um jeito de chegar até ele - ela diz. - Brendon eu sou romântica demais pra deixar esse amor acabar bem na minha frente e não fazer nada. Escreve uma carta, eu vou enviar. Você conhece o endereço dele... E aí você vai saber, se ele vai voltar ou não.

Hannah o deixou sozinho naquela tarde. Brendon ficou dentro do quarto de hotel o dia todo e normalmente era o que ele fazia mesmo. Se trancava e depois voltava aos palcos como se realmente estivesse vivendo tudo aquilo de maneira plena. Brendon tomou alguns shots, andou pelo quarto, viu as folhas caírem das árvores pela janela e então pegou o papel e uma cante.

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" 24 de setembro de 1969.

Querido Dallon,

Eu não sei como começar uma carta, afinal, eu nunca escrevi uma. Hoje fazem 96 dias desde que você entrou no avião, e eu estive contando. 96 dias em que não consigo olhar para nada e me sentir feliz.

Nesses 96 dias eu pude perceber, que eu tive em um verão o que algumas pessoas nunca terão na vida. Eu estive mergulhado em um mar de falsas sensações e miseráveis afetos, onde as pessoas te empurram o que deve sentir e você tentar aprender a lidar com isso. Algumas pessoas, convencem a si mesmo de que estão felizes, mas dentro dos olhos de cada uma delas, não existe o que existia nos seus quando você estava comigo.

Eu vivi os melhores dias da minha vida ao seu lado. Nós matàvamos o tempo como se nunca fossemos deixar de ser jovens e eu sinto falta de ser selvagem e livre com você! E eu tive notícias suas e tudo o que eu gostaria é de saber se esse brilho ainda existe em seus olhos.

Eu fui um egoísta por um tempo, mas com a ajuda de uma boa amiga, e por Deus não odeie a Hannah, ela é tudo o que esses outros caras não são... enfim, ela me ajudou a olhar por uma outra perspectiva e é o que decidi fazer. Te dando a chance de não desistir de mim, da mesma forma que eu não consegui desistir de você.

Nós vamos tocar em LA novamente, na quarta 31 deste mesmo mês. Eu sei que você consegue chegar até la, então por favor... eu espero uma resposta.

Com amor e sinceridade,
ainda seu.
Brendon Urie. "

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Brendon dobrou o papel a sua frente e o encarou por alguns minutos. Decidiu pegar o violão ao seu lado, e com a palheta de Dallon tocou algumas acordes. Usou aqueles mesmo papéis para expressar algumas palavras...

"... stop that and let me correct It I wannna live a life from a new perspective.
You come along because I love your face and I'll admire your expansive taste
and who cares? Divine intervention I want to be praised from a new perspective..."


Summer of' 69.Onde histórias criam vida. Descubra agora