Nunca é tarde

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- Eu sou Amber Charlotte Phillip Androns  e eu declaro revolução contra meu pai - Grito com toda a minha força e a multidão ruge com gritos de aprovação...
 
   Acordo com batidas fortes. Puta merda.
- Amber, acorda logo, hoje você não pode se atrasar. - Escuto a voz abafada pela porta, chamar meu nome. Abro, antes que ele consiga bater novamente.

- Bom dia Jeffrey, você enchendo meu saco logo de manhã cedo, que novidade? -  Deixo-o entrar no meu quarto, enquanto recebo uma xícara de café.

- Não me surpreendo que esteja atrasada. Chegou que horas ontem? - Pergunta, levantando uma sobrancelha. Dou de ombros. Jeffrey descobriu as minha saídas noturnas alguns meses atrás, uma semana depois de eu ter começado a fazê-las, não dá para guardar segredo desse cara. Mas ele nunca contaria, ou pelo menos eu acho que não.

- Melhor eu nem saber o que você faz. Ou ficaria com mais cabelos brancos do que já tenho. -  Se olha no espelho e ajeita o cabelo. Jeffrey tem 48 anos, e acho que faz uns 10 anos desde que começou a ter cabelos brancos, e desde então ele me acusa de ser a causadora deles por causa todas as confusões que arrumei, já eu acho que ele está mentindo.

- Tá e porque a mocinha ainda está parada aqui? - Pergunta - Vamos andando, andando.- Me empurra em direção ao closet.

- Você só pode estar de brincadeira. -Grito para Jeffrey, colocando a cabeça para fora do closet. - Rosa? É sério? - Ele abre um sorriso e acena com a cabeça. - Quem em sã consciência usa um vestido todo babado rosa de dia. Nós estamos em 2020 e eu tenho dezenove anos. Por que diabos não usamos calças, acho isso ridículo.- Reclamo, saindo do closet. - Pareço um palhaço. - Anúncio.

- Então, é o palhaço mais lindo que eu já vi. - Fala me provocando fazendo eu resmungar.

- Quem escolheu essa roupa?- Peço já imaginando a resposta.

-Euzinhaaa - Fala Diana entrando no quarto.  Só para avisar privacidade não existe aqui.

- Algum dia vou mandar gliotinar você. - Daclaro fazendo-a rir.

Diana é  negra com o cabelo encaracolado, perfeito, é minha melhor amiga, desde sempre, sua mãe   era melhor amiga da minha, e foi assim que nos conhecemos e ela virou minha assessora.

- Você está linda. - Fala,  com um sorriso de lado, me dando um beijo na bochecha de bom dia, mas nós duas sabemos que isso é uma vingança por  tela feito ficar uma hora a mais ontem de noite na rua, e que a única coisa que quero fazer agora, é dar-lhe um soco, mas vamos manter o decoro.

- Devo prender o cabelo? - Pergunto, olhando-me no espelho. Tenho 1,65, olho marron um pouco esverdeado e cabelo com um tom de mel, ou seja sou o mais sem graça possível, a e agora estou indo conhecer meu futuro marido.

- Não acho que precise. - Fala Diana olhando por cima do meu ombro. - Mas acho melhor você se apressar. Seu príncipe já chegou. - Rosno para ela e saio indo em direção a sala de reuniões.

Se me perguntarem se eu pensei que daqui a uns meses estarei casada com um homem que conheci quando tinha cinco anos e que comia terra, a resposta será não. Tentei ao máximo pensar que um milagre mágico aconteceria e eu não precisaria casar, que não imaginei que teria que conhece-lo agora.  Paro enfrente a porta da sala de reuniões, escuto vozes abafadas. Okay vamos nessa. Abro a porta e a conversa que acontecia cessou.

- Bom dia, desculpe-me pelo atraso. - Falo fazendo uma reverência, que coisa ridícula. Ergo o olhar e vejo Patrick sorrindo, nossa não era assim que eu me lembrava dele.

- Sente-se. - Ordena meu pai. Sento ao lado de Patrick, o único lugar vago da sala. O parlamento inteiro está aqui e não é só o meu, mas o do príncipe também. - Bom a princesa Amber se casará com o príncipe Patrick assim já determinado. - Fala me olhando para ver se eu vou abrir a boca, estou ferrada.  -  Vamos definir os termos desse casamento. - Então começam a  discutir estratégias políticas e quanto dinheiro cada um ganhará com essa união.

- Acho que não temos muita escolha. - Patrick sussura para mim enquanto todos estão distraídos.

- Desculpa. - Sorrio ele dá um aceno com a cabeça como quem diz não me importo, a culpa não é sua, não foi você que determinou a minha vida e sim meu pai e o seu.  Passo duas horas encarando o teto e analisando cada homem do parlamento e criando apelidos idiotas para cada um deles.

-  Teremos também que passar uma imagem de que eles estão perdidamente apaixonados para a imprensa ou o povo não acreditará nessa história, por isso proponho que o príncipe fique aqui uma semanas para eles passarem um tempo juntos e serem fotografados. - Fala o rei Guilherme, pai do Patrick, será que se eu bater em um rei eu vou presa?

- Concordo, e temos que avaliar os danos caso algo desse acordo saia para a imprensa. Temos que fingir que ele estão apaixonados, por isso meus assessores fizeram uma pasta com as informações necessárias sobre a princesa e outra com as do príncipe . Então eles decoram e estarão prontos para a entrevista daqui a dois dias. E parecerá que se conhecem faz anos. - O rei ordena. Meu pai só pode estar de brincadeira. Esse é o plano "brilhante" dele? Se eu matar dois reis, sendo um deles meu pai, eu conseguiria sair da prisão algum dia?

- Combinado. - Os reis fazem um aperto de mão, e então Patrick e seu pai saem da sala, junto com o bando de assessores ou como eu chamo cachorrinhos. E é assim quem meu destino está selado. QUE SE FODA. Se eu acredito em destino e se eles acham que eu vou aceitar isso, eles estão muito enganados.  Fico olhando pro homem sentado a frente enquanto os parlamentares saem, até ficarmos sozinhos.

- Plano brilhante. - Falo fazendo- o me olhar.

- Algo a declarar? - Pergunta soltando os papéis. - Você quer se casar com quem?

- Com alguém que eu ame ou que pelo menos conheça mais do que por pastas? - Grito ficando de pé, ele controlou minha vida toda, mas isso é algo importante demais, pessoal demais.

- Você tem que tirar essa ideia da cabeça de que as pessoas se casam por amor. Acha mesmo que me casei com sua mãe porque  a amava? - Ri se aproximando.

- Achei que você fosse tonta mas não achei que fosse tanto, para acreditar em felizes para sempre. - Fala segurando meu rosto. - Não tente estragar isso, ou terá uma vida pior do que  já está tendo.

Sinto meu rosto queimar, depois de receber um tapa, abaixo o rosto para tentar impedir as lágrimas que estão caindo. Escuto-o rir e sair da sala. Me deixando sozinha com a pasta idiota.

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Se você está lendo isso MT obrigada desculpa qualquer erro.







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