Relata a solidão da existência em um compreender filosófico dentro de um universo onde tudo e todos são apenas figurantes do mundo que gira ao seu redor. Nada, ninguém existe, apenas você, apenas eu.
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O surgir da noite já se apresenta e diante dos olhares traz um airoso (lindo) luar, mas sei que a lua está a brilhar por mim, sei que o brilho de tudo o que brilha, brilha para mim. Não haveria lua, estrelas, sol e qualquer outra coisa brilhante se eu não existisse. O cachorro late, late para que eu o possa escutar latir, o vento traz sua obra de ventania para que somente eu venha apreciar, a chuva que caí, molha meu corpo e somente meu corpo, pois não há ninguém que sinta a sensação de molhado quando deixo a chuva me molhar, pois a dor da ferida somente quem foi ferido sente, o outro é incapaz de sentir tal dor, não porque ele não queria sentir, mas sim porque todos os sentimentos pertencem somente ao seu “Eu”. Todas as sensações, todas as dores, tudo o que traz o poder da sensação até seu “Eu” só pode ser sentindo e vivido por um ser, e esse ser, sou Eu e mais ninguém. O universo, é o meu universo; é engraçado o sentimento de solidão porque ninguém quer estar só, muito menos entender que existe apenas um ser que é realmente existente. Na madrugada o que me encanta é o lindo “baile do silêncio” onde um pequeno barulho ganha uma dimensão gigante, nesse “baile” o vento toma o lugar de DJ e transmite um único som a noite inteira. Se na madrugada olhares para o céu, prontamente veras a lua, sim a lua presa numa imensa escuridão que a rodeia, quanta escuridão, porém a escuridão também existe por minha causa, logo eu existo e tudo existe, no caso da minha inexistência como iria sentir o vento? Como saberia dos cachorros que latem? Como conheceria a lua? Como saberia da existência do brilho? Percebo que tudo o que é real,só tem vida porque eu sou a realidade e a existência. Eu sou o barulho que interrompe o silêncio da sombria madrugada que assusta, sou o ouvinte de todas as músicas do vento,pois no meu “Eu” estão contidas todas as noites, eu sou a madrugada que em meio a solidão assiste o resplandecer da esperança, promovido pelo brilho do Luar, todavia também sou a madrugada que oculta o flamejar (brilhar) da lua nas nuvens com o intuito de provocar tristezas aos que procuram uma luz. Minhas projeções, criam diversos senários com diversas pessoas e situações com o objetivo de me fazer acreditar que o irreal é real. O mundo está girando apenas porque eu acredito que ele está girando, por outro lado, eu acredito que ele está se movendo porque alguém me ensinou que ele está em sua imparável rotação, o que me faz pensar a respeito das minhas crenças, tudo o que eu acredito ser, simplesmente é. Uma questão surge ao perceber que minhas crenças estão envolvidas com períodos de tempo, pois em cada tempo existe história e em cada história há um protagonista; preocupo-me ao desvendar o saber que minhas verdades estão interligadas aos períodos de tempo que eu, nem o meu universo existia, assim vivendo a verdade de outros e consumindo as migalhas da fantasiosa história que diz ser a verdade, vivendo sem uma verdade própria, sem uma verdade absoluta. Lutai oh meu “eu” clama, pois minhas veias, lutai! Para que sejas o protagonista e o antagonista, para que sejas o único capaz de te fazer sofrer, e também o único capaz de te fazer feliz, pois apenas um indivíduo pode decidir sua felicidade ou tristeza esse indivíduo é seu "Eu" que o único ser existente faça história, que as pessoas que são minhas projeções sejam um dos meios de criar a minha própria verdade sobre tudo. O saber do quanto és real e só tu és real, o fará entender que és em ti mesmo o bem e, ao mesmo tempo o mal, que és a boa madrugada e também a madrugada ruim, és apenas o “Eu” a existir e a reagir a essa existência.
