Capítulo 1 - SAUDADES

257 49 391
                                    

Eu estava sentado na cadeira do consultório, olhando para o que o médico me mostrava, sem entender sua explicação

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu estava sentado na cadeira do consultório, olhando para o que o médico me mostrava, sem entender sua explicação.

Como assim, um tumor? Eu era um homem saudável de trinta e cinco anos, sempre me cuidei e fazia check-ups anuais para me manter com saúde. Isso não podia estar certo.

— Você entende o que eu digo? — o médico perguntou.

Eu encarei o homem grisalho de meia idade.

— Desculpe, o que você disse?

O outro suspirou, olhando para mim com pena.

— Sinto muito. Sei que é difícil assimilar algo assim, principalmente para um homem tão jovem e que se cuida, mas às vezes, Sr. Sullivan, a vida nos traz surpresas desagradáveis, e não podemos fazer nada, senão aceitar e aproveitar o melhor possível o tempo que nos resta. Eu avaliei três vezes os exames, mandei você refazer e chamei colegas neurologistas e oncologistas, não há dúvidas e, infelizmente, não há nada que possamos fazer. O tumor no seu cérebro é minúsculo e está em uma área muito sensível, impossível de acessar. É inoperável.

— O que isso significa, exatamente? Vou poder viver normalmente por quanto tempo?

— Sr. Sullivan, eu queria poder lhe dar uma resposta otimista, mas a verdade é que o tumor tende a crescer, e quanto maior ele ficar, mais perto estará de fazer uma artéria estourar na sua cabeça. Isso significa coma, morte cerebral ou óbito. As únicas opções que posso lhe oferecer se resumem a radioterapia experimental, que não tem probabilidades reais de funcionar, ou viver sua vida o melhor que puder, ao lado de seus entes queridos. Sinto muito, eu realmente gostaria de poder ajudar.

Minha mente estava em um turbilhão. Por que isso tinha que acontecer comigo? Estava tudo bem, eu estava feliz com a mulher da minha vida e nossa filhinha. Por quê?

Despedi-me do médico e saí dali, atordoado.

Precisava de conforto, precisava de um tempo para entender e aceitar que aqueles foram os anos mais felizes da minha vida, mas que iriam acabar.

Como contaria isso para a minha esposa? E pior, como explicaria para minha filha que ela cresceria sem o pai?

Entrei no meu carro e fui para casa. Ao chegar, dirigi até a lagoa onde vivi momentos inesquecíveis com Evelyn. Meu peito doía insuportavelmente. Só de pensar que teria tão pouco tempo para estar com minha família...

Minha querida Evie, mais bela aos trinta e três do que era aos vinte e sete. A mulher que foi meu porto seguro, a causadora da minha felicidade, por quem meu coração batia. Aquela que viveu ao meu lado em todos os momentos nos últimos seis anos.

E minha filha? Minha doce Sophie. Ela foi o maior presente que recebi da vida e da minha esposa. Eu tinha orgulho de sua inteligência e talento, minha princesinha de apenas cinco aninhos... como poderia me despedir dela?

MEU TIPO DE AMOR - Evie Grim 2Onde histórias criam vida. Descubra agora