01. Visitas

10K 568 21
                                    

O grupo de crianças passou correndo tentando disfarçar suas risadas entre os corredores do orfanato, sua roupas levemente surradas, estavam sujas de lama e possuiam folhas grudadas em seus corpos, estavam uma verdadeira bagunça. Ou seja, haviam aprontado mais uma de suas travessuras. O pequeno grupo era formado por Lilith, uma garota de cabelos loiros e olhos azuis tão profundos quanto o mar, Nataniel, uma jovem rapaz de cabelos negros e olhos mais negros que o próprio carvão, e Lucas, o caçula do grupo, possuia cabelos ruivos e olhos castanho claro. Eram considerados irmão no local, nunca os viam separados, ambos faziam as freiras e o diretor ficarem de cabelos em pé com as travessuras que realizavam pelo local.

- O QUE SIGNIFICA ISTO ?

 O grito foi o bastante para fazer o trio soltar a gargalhada que haviam segurado - com muito esforço - o tempo inteiro. A freira de pele branca observa o pequeno jardim com os olhos arregalados e a boca levemente aberta, analisou os buracos feitos e as flores acidentalmente arrancadas. Ao se virar para ver se conseguia encontrar os ¨delinquentes¨, mas no momento em que ouviu as gargalhadas do pequeno trio ela reconheceu os culpados imediatamente.

- LILITH, NATANIEL E LUCAS!!! VOCÊS IRÃO VER SEUS PESTINHAS

- LILITH, NATANIEL E LUCAS!!! VOCÊS IRÃO VER SEUS PESTINHAS

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Lilith narrando 

O diretor nos olhava mortalmente, seu rosto seu rosto altamente vermelho por ter que nos dar outro dos seus sermões diários. Eu e os meninos olhávamos para o maior tediosamente, fingindo que entendiamos ou ouvimos o que dizia. Solto um suspiro entendiado quando o diretor começa seu discurso sobre estar decepcionado conosco e que precisamos mudar nosso comportamento, para ser sincera isso pouco me importa apenas quero sair daqui e ir em direção a pequena sala de música que tínhamos e tocar o piano simples que ali havia. 

- Dessa vez não poderei lhes aplicar o castigo,pois teremos visitas - Fala se sentando em sua enorme cadeira e nos olha novamente - vão para seus quartos e se arrumem adequadamente, eles irão chegas daqui á duas horas e espero não ter problemas com suas brincadeiras - fala fazendo com que eu revire os olhos, mostrando o quão tediosa é esta conversa.

Saio da sala acompanhada dos meninos em um silêncio confortável, ambos perdidos em seus próprios pensamente e tenho certeza que os dois pensavam o mesmo que eu, duvido que alguém em seu juízo prefira nos adotar do que adotar um bebê, que não teria problemas em chama-los de mamãe e papai.

- Acham que podemos ser adotados dessa vez ? - Pergunta Lucas ajeitando seus óculos em seu rosto

Vejo um pequeno brilho de esperança em seus olhos castanhos, fazendo com que eu sorrisse levemente, Lucas é sem duvidas o filho que qualquer um amaria ter, inteligente, tímido, carinhoso, bonito e entre mil e outras coisa, mas eu não irei fazer com que o mesmo tenha esperança, somos adolescentes, raramente somos adotados. Mas eu realmente gostaria de ter isso, esperança, mas isso é algo que não posso ter, não mesmo.

- Eu não sei - Falo fazendo o maior sorrir levemente e assentir com um simples aceno - nos encontramos daqui a vinte minutos ? - Pergunto com um leve sorriso

- Se a madame não passar meia hora dentro do banheiro - Fala Nataniel fazendo com que Lucas risse abertamente e eu desse um tapa no braço do menino de cabelos pretos

Ficamos conversando por mais alguns minutos até ambos entrarmos em nossos dormitórios, solto um curto suspiro ao fechar a porta do quarto e vou em direção a um pequeno e velho que continha meu nome em uma pequena placa dourada, abro e tiro de dentro um simples vestido azul, ele estava um pouco velho, mas ainda sim era bonito.

- Visitas, são apenas visitas - Falo pra mim mesma, tentando matar a pequena esperança que insisti em nascer.

São apenas visitas...

My Angel Onde histórias criam vida. Descubra agora