Prólogo

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Veni,
Vidi,
Amavi.

A cidade dos pecados estava em euforia. Os sinos ecoavam junto aos sons das roletas e dos caças níqueis. A casa estava cheia, diferentes homens vestidos de terno rondavam o local, e seus perfumes se misturavam com o ambiente. Havia um quê de comemorações, e nem era o ano novo.

O relógio marcava apenas Onze e Oito da noite. Sr. Lansky discutia em seu escritório com Lucky e Bugsy no alto do Cassino, o clima não era o dos melhores, haviam perdido uma bolada, e tudo por causa de um nome, um belo nome.

Merda! Aonde você estava com a cabeça quando confiou nela Meyer?! – Lucky havia batido com o punho na parede do escritório, por raiva ou desespero. A sorte de todos era que o barulho lá fora abafava o que acontecia ali dentro.

– Nesses dias não se pode confiar nem em nós mesmos – Bugsy estranhamente concluiu arfando pesado. Todos se entreolharam com tensão nos ombros.

– Tem algo a dizer Siegel? – Lansky ergueu seu olhar, acendendo o charuto ao seu lado, colocando todo o tabaco pra dentro de seu organismo. – Ela vale. Vocês podem não entender agora, mas essa mulher é ouro.

Pearl, Dona de um bordel em Kokomo, usava seu charme a atração para conseguir o que quisesse. Assaltos, cúmplice de crimes, assassinatos. A mente e ambição dessa mulher encantou Meyer, que a princípio a viu como uma forte aliada, entretanto acabou por ser sua esposa.

Ambos encararam Meyer Lansky com uma pontada de dúvida. Ele era um homem bastante rígido. Com um pavio curto e bastante calculista. Não era atoa que era o contador.

– Você pode até estar certo, em tese. Ela não. Mas quem ela gera dentro dela. – Bugsy concluiu concentrado na bolada de dinheiro na qual estava em suas mãos, contando.

Bugsy, Siegel. Lucky, Charlie. Lansky, Meyer.

Os 3 financiavam os Cassinos de Las Vegas e hotéis como Flamingo. A ambição deles aumentavam a cada milhão que ganhavam. Seus jogos eram sujos, não perdoavam ninguém nem mesmo as autoridades. Tinham sempre uma solução na ponta da língua.

Meyer bateu os pés. Incrédulo pelo que acabara de ouvir. Savannah ainda estava sendo gerada por Pearl, que já tinha 7 meses de gestação. Sua intenção não era de modo algum colocá-la naquela vida. Afinal uma vez que entra, você não consegue escapar dela.

– Você tem porra na cabeça? O que tu quer fazer com MINHA filha que NEM NASCEU AINDA? – Meyer apertava sua mão em um punho fechado, dentes trincados, era um sinal que sua paciência estava prestas a explodir.

– Porque ela seria tão importante assim? Não vejo ela sendo útil em alguma coisa – Charlie por sua vez, numa tentativa de impedir uma morte, piscava seus olhos sem parar, demonstrando nervosismo.

Bugsy jogou seu corpo pra trás, estirado na cadeira, soltara uma gargalha alta, com um sorriso perturbador. – Não agora, idiotas. – Mas vocês precisam concordar comigo, que daqui a alguns anos, ela será muito útil. Uma jovem atraente, e com as personalidades de Meyer Lansky, principalmente da nossa Famosa Pearl Elliot. – A palavras saíram de sua boca num tom presunçoso, provocante e avassalador.

Após o anúncio de Siegel, todos permaneceram em silêncio, por mais que Lansky quisesse Savannah longe de sua vida profissional - Suja -, ele não podia negar que em algum momento, mesmo que não fosse por si, ela iria cair em tentação.

Todos caem.

...

O relógio marcava 4h, Lansky era o único que havia restado no Cassino. Ele circulava pelas roletas que, horas atrás esbanjava dinheiro e luxúria.

Let It All BurnOnde histórias criam vida. Descubra agora