Savannah caminhava sem rumo, desnorteada e traumatizada pelo que acabara de presenciar. Sua mente brincava, sentia o celular vibrando repetidamente, poderia ser Benjamin mas ela não estava com cabeça para isso. Ela não estava pronta pra de fato dar adeus a sua mãe, mesmo que fosse tarde demais.
Vagou por uma hora até se achar numa esquina perto de casa. O pesadelo ficava cada vez pior quando se deparou com a porta de sua casa escancarada, tudo estava revirado, e ela podia sentir um cheiro de queimado vindo da direção do escritório de sua mãe. Estava tudo em ruínas. Haviam ateado fogo e só conseguia enxergar apenas fumaça. Os vizinhos alarmados, ligavam para os bombeiros enquanto a garota só conseguia encarar as labaredas vindo a sua direção.
– Savannah, Eu tentei te achar que nem um louc... MAS QUE PORRA?! – Os olhos marejados de Benjamin se fecharam por um minuto sem acreditar no que estava vendo. A casa dela em chamas. A amiga estava prostrada com lágrimas nos olhos. Seu instinto foi único, a abraçou levantando ela do chão enquanto ela soluçava aos prantos.
– Eu não consigo – ela dizia entre os soluços, naquela altura sua maquiagem já estava completamente borrada, ela apertava o corpo de Ben contra si em busca de algum conforto, de paz.
– Ei, ei ei ei – Com o polegar levantou o rosto de Savannah – Vamos achar um jeito. Meyer deve estar à sua espera.
Seus planos de se sentir confortável ao lado de Benjamin foram por água a baixo, tudo estava confuso e estranho? Pareciam que todos sabiam de sua vida menos ela.
– Por acaso você foi capanga do famoso Lansky esse tempo todo? Por Deus eu não posso confiar em ninguém?
Agora a vez da confusão ser implantado na mente foi dele. Ele foi a muito tempo contratado para estar sempre alerta e ser capaz de ajudar a família Lansky. Por mais que seus sentimentos foram misturados a esse trabalho, prometeu a si mesmo servir a sua missão que seu coração.
– Como..?
– Benjamin Owen Caster. Você acha mesmo que eu sou uma bonequinha de porcelana? – Savannah deu de ombros, secando as lágrimas que há minutos atrás encharcava seu rosto. – Por mais que eu não esteja ENTENDENDO MERDA NENHUMA do que está acontecendo, eu sei muito bem quem é o meu pai e quem foi a minha mãe.
Ela pegou seu celular e pelo display podia se notar um número no qual ela nunca havia discado em sua vida, mas teria na sua agenda em caso de emergência. Pelo menos era o sua mãe dizia. Meyer Lansky.
– Estou despedaçada, com meus sentimentos querendo explodir, mas Ben, diferente de você, eu gosto de ir ao final. – Ouviu os bips do celular que indicava que estava chamando – Eu vou descobrir tudo.
– Savannah, você pode não gostar. E tão pouco querer. – Eles haviam se afastado da casa em chamas para não chamarem atenção, as sirenes dos bombeiros soavam longe.
– Quem decide sou eu... – Sorriu – Meyer? Não não não, você não me vê tem tempos – Suspirou tensa – Enfim chegou a hora. Você me deve explicações.
Do lado de Savannah, Benjamin estava apreensivo. Não era nada bom, nada bom. Meyer havia se distanciado exatamente pra não acontecer merda, e mesmo assim onde estavam agora, na merda.
– Meyer. Ou melhor pai, Pearl está morta.
♤
Suas mãos trêmulas seguravam o celular, sua respiração ofegante mostrava desespero. Meyer nunca pensou que ouviria tão cedo a voz de sua amada filha, muito menos que Pearl estaria morta. Mas quem? Havia inúmeros inimigos atrás deles. Era um equação complicada.
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Let It All Burn
RomanceEla precisava respirar, fugir de todo o caos que lhe foi presenciado. Dor. Vazio. Tristeza. Indiferença. Vontade de desistir. É tão fácil como a vida pode te derrubar sem você lutar. Ela precisava começar de novo, se renovar. Após a tentativa de as...