O evangelho descomplicado

Culto de jovens que parece boates baratas

Quando vou pregar em alguns cultos de jovens, tenho a impressão que estou no mesmo ritmo de uma boate — só que baratinha.
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Igreja escura, música alta, jogo de luzes, alguém tentado mexer com meus sentimentos com frases sem sentido e cheias de clichês teológicos.
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O que mais me preocupa são as métricas. Os líderes avaliam que a reunião "foi uma benção" porque tinham muitos jovens. Eles tem a certeza de que "estamos alcançando a nossa geração". Será?!
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No livro Você é o que você ama, o James Smith acerta ao dizer: "manter nossos jovens entretidos no prédio da igreja não é de modo algum sinônimo de formá-los como membros dinâmicos do corpo de Cristo. O que se entende por ministério para jovens muitas vezes não é uma forma séria de formação cristã, mas sim, um esforço pragmático e desesperado de manter os mais jovens como membros de carteirinha de nosso clube evangélico".
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Estamos entretendo a juventude. Temos confundido manter os mais jovens dentro dos prédios da igreja, com mantê-los em Cristo. Quando os lideres pensam que estão "ganhando uma geração", na verdade, foram engolidos pelo espírito do tempo!
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A forma mais simples de percebermos isso é a substituição das práticas formativas da Igreja (catequese, discipulado, confissão, caridade, meditação) pelas liturgias seculares.
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Substituir o liturgista por um DJ, é mais do que contextualizar o evangelho para os jovens. Estamos importando uma série de ritmos, sons, práticas e posturas estranhas à fé cristã para dentro das igrejas.
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Em um cenário assim, nós podemos encher um estádio de futebol (outro templo secularista que ascendia o coração de líderes evangélicos) que, ainda assim, nossos jovens estarão participando de um evento que, silenciosamente, reforça visões de mundo totalmente rivais ao Evangelho de Cristo.
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O discipulado e o culto não têm nada a ver com a forma que esses eventos são planejados. Negar a si mesmo e tomar sua cruz não só é o inverso do narcisismo profundo que motiva alguns líderes evangélicos, como também é o único antídoto para resgatarmos nossos jovens do egoísmo atávico que a cultura os mantêm.

Pedro Dulci