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Boa leitura.

— Youngjae ficou tão próximo de Joohon repentinamente, não é mesmo? — Jackson disse, aproximando-se de Jaebum, que encarava o Youngjae ao longe, pegando seus materiais do armário, enquanto tinha um coreano ao seu lado.

— São 7:00 da manhã. Por que começar com as provocações tão cedo? — Jaebum apertou os olhos, nervoso, tentando enxergar melhor o garoto a alguns metros de si.

— É a realidade, Jaebum. — O Im não sabia se levava aquilo a sério, pois o chinês tinha um sorriso provocativo não-confiável nos lábios.

— Você pretende me ajudar falando essas coisas? — Jaebum perguntou, vendo Youngjae colocar a mão na barriga ao rir. Podia não ouvir a risada do mais novo de tão longe, mas pôde imagina-la, e aquilo o fez sorrir. Mas, então, lembrou que o motivo do Choi rir seria uma possível piada de Joohon, e aquilo fez seu pequeno sorriso e traços harmoniosos se transformarem em uma carranca.

— Ajudar você em quê? Você não admite o que quer. — Jaebum o mirou raivoso, mas logo começou a andar pelos corredores, desde que a sineta havia tocado e todos haviam começado a se locomover até suas salas.

Jaebum sentou em seu habitual assento em um dos últimos lugares da fileira mediana, encarou seus companheiros de classe se sentarem e o professor entrando na sala. Puxou seu celular de seu bolso frontal discretamente e o colocou sobre a mesa, logo abrindo o chat com Youngjae e lendo as mensagens trocadas na noite do último encontro deles.

Youngjae: "Hyung, eu nem sei por que eu ainda insisto"

Jaebum: "Como assim?"

Youngjae: "Não se finja de tonto! Você sabe exatamente o que eu quero dizer. Eu nem sei mesmo o que esperar!

Jaebum: "Eu sinto muito".

Youngjae: "Boa noite".

Jaebum: "Boa noite, bebê"

Apoiou a cabeça nas mãos e centralizou seu celular em sua mesa. Merda. Por que diabos ele havia usado "bebê" com Youngjae? Aquilo não havia soado bem. O Choi sabia muito bem que aquele era o apelido pelo qual chamava qualquer um de seus casinhos de uma semana. Jaebum sentia como se tivesse o afastado de si e, definitivamente, não era aquilo o que queria. Mas, também, não queria avançar sua relação com o outro. Definitivamente, não.

[...]

Era sábado passado, dois dias atrás. E, como todo sábado, Jaebum e Youngjae se encontraram. O esforço que o Im botava em cada encontro fazia o Choi passar o dia todo sorrindo, mas, assim que lembrava que tudo iria por água a baixo no fim da noite, quando, depois de trocarem alguns beijos e carícias, o mais velho simplesmente diria que não queria nada sério. E foi isso o que aconteceu novamente.

Eles andavam ao redor de um lago na noite de verão. Jaebum sabia que havia sido a escolha correta quando pôde ver as pernas desnudas do mais novo naquele short de cor cinza. Na opinião do mais velho, Youngjae era a perfeita união de fofo e sexy, e aquilo o fazia se sentir atraído como nunca antes. Mas sabia que era mais que isso. O modo como seu coração batia era diferente quando estava ao lado dele. Todos os simples gestos de Youngjae o faziam sorrir abobado, e aquilo era novo para si.

— Então... — Youngjae o encarou de soslaio e o puxou para perto de si, fazendo com que os corpos de chocassem. — Por que você está demorando tanto para me beijar hoje? — Ninguém saberia como aquele gesto havia feito o interior de Jaebum se chacoalhar. Este adorava pessoas com atitudes e não tardou muito em tasca-lhe um beijo nos lábios cheios, que logo foi aprofundado. Youngjae subiu as mãos até a nuca do mais velho e puxou alguns fios, enquanto acarinhava o local. Jaebum plantou as mãos na cintura do mais novo e a apertou com força, ouvindo-o soltar um suspiro de prazer, misturado com surpresa.

Não passou daquilo. Logo Youngjae ouviu algumas crianças rindo ao longe, separou-se do companheiro e começou a andar novamente. Jaebum ficou estático no lugar e, depois de alguns segundos, seguiu-o.

— Você sabe, não é mesmo? — Youngjae revirou os olhos. Não podia acreditar que ele iria dizer isso novamente. Não depois de um ano. Por que diabos ainda tinha esperanças? — Eh... não passou de uns beijos.

— Ah, Jaebum... — Youngjae passou a mão em sua tez e mordeu os lábios, apreensivo. — Então, nos vemos na escola. — Disse, sem olhar para trás, e fazendo sinal para o primeiro táxi que cruzava a via.

— Tchau...

[...]

Jaebum passou todas as primeiras aulas lendo mensagens de texto antigas, que havia trocado com Youngjae, e comparando com as atuais. Por que diabos parecia que eles haviam se distanciado? Por que aquilo não poderia ser o bastante para o Youngjae? Já era intervalo, e todos aqueles sentimentos o invadiam sem pudor algum.

— Bambam! — Avistou o tailandês ao longe e o encarou acenar para si. — Você precisa me ajudar, cara! — O mais novo revirou os olhos. Este era um dos melhores amigos de Youngjae, e sabia de muita coisa que poderia ajudar Jaebum.

— O que foi agora? — Continuou a andar em direção ao refeitório com um dos braços do Im ao redor de seu pescoço. Sabia muito bem que aquilo era para que ele não fugisse enquanto não terminasse de responder todas as perguntas.

— Joohon e Youngjae. Me fala tudo o que você sabe. — Encarou-o de perto. Sabia que o estrangeiro podia ser maquiavélico.

— Eu não posso trair Youngjae assim, Hyung. — Revirou os olhos novamente. A insistência de Jaebum o tirava do sério.

— Não é trair se você está sendo benevolente.

— O que é benevolente? — Encarou-o confuso.

— É quem pratica uma boa ação, entende? — Suspirou fundo, impaciente. Às vezes, esquecia que Bambam era estrangeiro. Como estava sedento por qualquer informação que fosse e sabia que o mais novo era muito esperto, tratou de manter o tom de voz neutro.

— Por que eu estaria praticando uma boa ação fazendo isso? — Encarou-o com uma sobrancelhas arqueadas.

— Só uma informaçãozinha, vamos! — Insistiu. Já estavam na porta do refeitório, então o girou e, tocando seus ombros, encarou-o frente a frente.

— Como você é chato, Im Jaebum! — Suspirou fundo. Jaebum tensionou sua face em uma careta pelo mais novo tê-lo chamado pelo nome, mas não ralhou. Bambam não era burro, com certeza havia feito isso de propósito. — Eles se falam por mensagens de texto frequentemente.

— O quão frequente? — Perguntou, exasperado.

— Tipo o tempo todo.

— Sobre o quê? Eu falo com ele por mensagens de texto também! Seja mais específico! — Quase implorou.

— Você está ouvindo, hyung? — Jaebum apurou a audição, mas não conseguia ouvir nada além do burburinho de conversas do refeitório e alguns passos pelo corredor. — É a minha barriga! Eu estou morrendo de fome. Tchau. — Livrou-se das mãos do maior e adentrou o refeitório, deixando-o com uma carranca do lado de fora.

Desculpem-me pelos erros.

COMPROMISSO - 2jae Onde histórias criam vida. Descubra agora