Capítulo II

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     O carro balançava ao passar por cima de buracos que havia na trilha que tínhamos pego e que nos levaria para a cidade. O cara que dirigia havia pego esse caminho, que é terrivelmente longo. Atravessando pelo lago seria o caminho perto, mas é óbvio que ele não iria pelo lago. Pedi ao mesmo que deixasse eu colocar em uma música para me distrair daquele balanço horrível que estava acontecendo, e assim fiz.

Home - Phillip Phillips

Espere, para mim enquanto avançamos 
Hold on, to me as we go 

Enquanto rolamos por essa estrada desconhecida 
As we roll down this unfamiliar road 

E embora essa onda esteja nos amarrando 
And although this wave is stringing us along 

Apenas saiba que você não está sozinho 
Just know you're not alone 

Porque eu vou fazer deste lugar sua casa
'Cause I'm going to make this place your home

Acalme-se, tudo ficará claro 
Settle down, it'll all be clear 

Não preste atenção aos demônios 
Don't pay no mind to the demons 

Eles te enchem de medo 
They fill you with fear 

O problema que pode arrastar você para baixo 
The trouble it might drag you down 

Se você se perder, sempre poderá ser encontrado
If you get lost, you can always be found

Apenas saiba que você não está sozinho 
Just know you're not alone 

Porque eu vou fazer deste lugar sua casa
'Cause I'm going to make this place your home

     Durante a viajem me veio em mente uma lembrança do dia em que papai estava apertando os parafusos do meu braço esquerdo. Ele havia retirado a pele do braço e posto na água para a mesma não ressecar. No momento em que ele saiu do meu quarto para buscar alguma peça que faltava em sua maleta de ferramentas, não perdi a oportunidade de me olhar no espelho. Eu estava fantástica; desde sempre me achei sortuda por te a oportunidade de receber esse corpo que tenho. Agradeço a vida.
   
     Aquela música me trazia várias lembranças junto ao meu pai. Lembranças muito boas; como da vez em que encontrei um filhote de coelho marrom em um dos meus treinamentos pela floresta. Ele era tão fofinho que pedi ao papai que deixasse eu ficar com ele, mas ele não deixou, então eu o soltei e ele saiu pulando seja lá pra onde. A natureza é muito bela. O lago, as árvores, o céu e as estrelas de noite, eu simplesmente adoro observa.
     Passei tanto tempo voando em meus pensamentos e belas lembranças que só depois de muito tempo percebi que já havíamos saído da trilha e estávamos na estrada. Íamos para Traverse City (Michigan).

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     Pouco tempo depois entramos na cidade e a primeira coisa que o motorista fez foi parar em um posto de gasolina para reabastecer e usar o banheiro.

- Senhorita Hilly, permaneça no carro e não fale com ninguém, já volto._Falou enquanto dançava de tão apertado que estava.

          O mesmo partiu para o banheiro e me deixou escondida no carro enquanto um outro homem que trabalhava ali no posto de gasolina fazia seu trabalho de encher nosso tanque.
         Tudo estava bem até eu querer abrir o vidro do carro. Eu estava no banco de trás, no lado esquerdo e resolvi abrir o vidro só por um tempo, só até que o motorista voltasse. Assim fiz.
         Não éramos os únicos que estava reabastecendo ali. Havia um homem com uma moto em mal estado, que precisava de uma revisão urgentemente ou aconteceria um trágico acidente. Ele era alto, sua pele negra, cabelos longos e cacheados (pintado com uma cor de mel), seu biotipo corporal é o ectomorfo, mas seus músculos era definidos, o que significa que ele treinava frequentemente.

        Enquanto ele enchia seu tanque eu me segurava para avisar dos defeitos de sua moto, que pude ver com um dos presentes que me pai me deu (os olhos). Foi aí que ele percebeu que eu estava observando-o.

- Algum problema moça?- Ele perguntou.

- Não... Quer dizer, sim. Eu daria uma revisão na sua moto porque ela está precisando.

- É eu sei que ela está precisando, mas eu vivo com preguiça de arrumar.- Sorriu.

      Eu não sei não, mas tenho a impressão que ele quer morrer. Continuamos a conversar.

- Me chamo Zack Anderson.- Veio perto do carro para dar um aperto em minha mão.

      Eu sabia que papai havia falado para os quatro ventos que eu não deveria falar com nenhum estranho ou se quer sair do carro, mas o Zack havia se apresentado formalmente para mim e eu não quis parecer mal educada.

- Hilly, só Hilly.

- Olá Hilly. Como soube que minha moto precisa de um check-up?

     Pensei o suficiente para dizer:

- Eu tenho experiência com esse tipo coisas.

- Que interessante, talvez eu te contrate para da um check-up na minha moto o que acha? Talvez você tenha um telefone ou sei lá.

- Bom  eu não sei... Não tenho telefone.

    Ele fez uma expressão de surpresa quando eu falei isso.

- Bom tudo bem. Eu gostaria de conversar mais Hilly, só que tenho que ir trabalhar. Se quiser conversar comigo de novo, eu sempre janto no restaurante do Roberto. Só tem um restaurante do Roberto por aqui então será fácil de me encontrar.- Falou indo até sua moto e subindo na mesma.

     Zack foi embora em sua moto e não demorou muito para o motorista volta e começar a dirigir novamente.

-  Agora vamos ao mercado.- Disse o motorista.


Mente Mestra (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora