Capítulo I

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Cinco anos depois

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Cinco anos depois


           Acordei no meu enorme quarto como sempre. A cortina estava fechada impedindo que o sol entrasse. Dei um comando de voz e logo ela abriu-se. Tudo estava no seu devido lugar, nada fora do normal.

          Eu possuía diversos livros que meu pai me dava de presente para sempre estar aprendendo novas coisas. Não tinha muitas roupas porque não saio de casa. Vivemos isolados do mundo.
         Meu pai não gosta muito das pessoas porque ele acha que a maioria são idiotas, ladrões, burros e sem um pingo de maturidade. Desde de sempre eu estudo em casa com ele.

         Levantei-me da cama e abri o guarda roupa tirando de lá uma calça moletom cinza e uma camiseta preta. Costumo me vestir enfrente ao meu espelho para ver o lindo trabalho que meu pai fez em mim. Quando ele me adotou  disse que eu estava quase morrendo e que era necessário fazer isso comigo para que eu sobrevivesse. Ele sempre foi um bom pai para mim, ele brincava de boneca comigo, me contava histórias antes de dormir e fazia meus aniversário com os amigos dele como convidados. Nunca encontrei nenhuma foto minha quando era bebê, mas tudo bem. Também nunca conheci pessoas novas ou tive melhores amigos. Meu pai é muito protetor.
        Meu pai sempre diz que um dia vai ajudar as pessoas a se tornarem melhores e especiais assim como eu quando for o presidente do país. Eu acho engraçado porque ele fala isso como se estivesse encenando algum tipo de vilão querendo dominar o mundo.
       Ouvi alguém bater na porta do meu quarto e mandei entrar. Era a empregada da casa, seu nome era Marta. Eu gosto da Marta porque ela sempre me conta coisas que aconteceram na vida dela. Como por exemplo o dia que os dois filhos gêmeos dela nasceram, ela estava no metrô e sentiu contrações, todo mundo que estava no mesmo vagão que ela ficaram desesperados ligando pra emergência. Acabou que ela teve eles ali mesmo. Ela deve ter uns 40 anos.

- Seu pai mandou te chamar pra tomar café. -Disse ela.

- Já estou indo.

       Marta fechou a porta e eu terminei de me arrumar. Sai do meu quarto descalça e desci a escada de madeira pura com delicadeza pois se não tomasse cuidado com minha força, quebraria a casa toda.
     Juntei-me ao meu pai que estava sentado à mesa de mármore tomando seu café e lendo ao jornal matinal na cozinha. Sentei ao seu lado e esperei que Marta me trouxe-se o café.

- Pronta para o treino de hoje querida?- Ele falou comigo ao mesmo tempo que dobrava seu jornal e tomava um gole de café.

- Sempre pronta papai.

       Ele sorriu para mim e eu o devolvi. Marta trazia panquecas do jeito que sempre gosto, muito recheadas e quentinhas, e também leite achocolatado.
      Depois do café da manhã fomos treinar. Primeiro vinha a corrida pela floresta; eu tinha que correr da minha casa até um monte que separava a natureza da cidade e depois tinha que voltar no menor tempo possível. Era um pouco difícil essa prova porque eu tenho que atravessar um lago enorme correndo, mas nada que o trage feito pelo papai para facilitar minha vida não possa ajudar. Depois vinha o treinamento da minha força; eu tinha uma sala própria para testar minha força. Quando eu terminar esses exercícios básicos eu vou estudar, e por fim, eu tenho o treino durante a noite.
      No momento que papai apertou o botão do cronômetro comecei a correr; quando estou correndo tudo em minha volta fica em câmera lenta, é como se eu estivesse andando ao invés de correndo. Corri pela floresta, pulando por cima das raízes das árvores, desviando dos cipós que formavam uma extensa cortina, até que cheguei no lago. Faltava pouca para chegar no monte que ficava do outro lado. Dei um passo para trás, peguei impulso e continuei à correr. Estava atravessando o lago, não sentia a água, mas sabia que ela tocava meus pés. Cheguei ao fim do lago.
      Ali estava o monte que me separava das pessoas. Eu tinha que voltar pelo mesmo caminho que acabará de passar e chegar o mais rápido que pudesse, mas lá estava eu curiosa de novo. Subi o monte pedregoso até o sinal dele para ver a cidade de longe. Dei um zoom em cada uma das pessoas que passavam pela rua. Suas expressões faciais falavam sobre elas. Havia pessoas tristes, com raiva, pessoas felizes e muitas mentirosas, mas não acaba por aí. 

      Papai não gosta muito de mostrar seus sentimentos, mas eu sempre vejo felicidade em seu rosto.

     Perdi muito tempo pensando, ele iria desconfiar que eu estava a observar as pessoas. Voltei para casa quase voando de tão rápida, mas foi como eu imaginava. 

- Você demorou muito. -Disse papai.

- Desculpa me distrai.

- Que isso não venha acontecer de novo. 

      Nesse momento um dos guardas que meu pai contratou para olhar nossa casa apareceu me salvando de mais bronca. 

- Senhor Victor o agente Gregório está aqui e quer conversar com o senhor. -Disse o homem.

      Papai calou-se na hora dando um sinal positivo com a cabeça. Papai e Gregório trabalham juntos, mas não sei que trabalho é esse. Não faz sentido, Gregório trabalha no FBI e meu pai é algum tipo de cientista que vive em casa. Mas desconfio que ele também trabalha no FBI só não pode ficar me contando detalhes.

- Tudo bem. Hilly eu dispenso você do seus treinamentos por hoje. Estarei ocupado. -Olhou para o guarda.- Preciso que você vá a cidade comprar algumas coisas que estão faltando aqui em casa, irei te dar a lista.

- Pai posso ir junto? Eu prometo que não sairei do carro, não vou conversar com ninguém, só quero ver a cidade de perto. -Ele me olhou severo.

- Já conversamos sobre isso. Você não está pronta para ir a cidade.

- Por favor pai, deixa vai. -Continuei insistindo.

     Ele olhou para o céu se segurando para não gritar comigo. Parecia que estava se debatendo por dentro ao pensar se deixaria ou não eu ir.

- Tudo bem, mas só desta vez. Você não vai sair do carro e nem conversar com ninguém estranho tá me ouvindo? -Disse ele.

- Sim eu prometo.

- Certifique-se que ela cumpra essa promessa. -Disse ao guarda.

- Sim senhor.

     Papai foi para dentro de casa encontrar Gregório. E o outro homem foi preparar o carro. Corri até meu quarto para me arrumar porque seria a primeira vez que eu vou para a cidade.
     Tentei achar minha melhor roupa; então vi um vestido branco esquecido por mim que estava ali. Vesti o mesmo, pus meus sapatos e desci as escadas de casa correndo para o carro antes que papai mudasse de ideia.

Mente Mestra (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora