A Herdeira da Fênix

Capítulo 7 - Peter

As duas se trocaram com as roupas que haviam sido deixadas em seus armários e desceram para o jantar.
Havia uma mesa enorme com todos os alunos e funcionários da escola sentados, uma cadeira ao lado de Scott estava reservada para Jenevive, e Bizzy se sentou na cadeira em frente, logo todas as cadeiras estavam ocupadas, exceto uma ao lado de Tempestade. O jantar foi servido.

- Então, Jenevive... está gostando da escola? - perguntou Tempestade.

- Sim! é muito bonita.

- Sua mãe cresceu aqui, ela era muito nossa amiga; não é Hank?

- Sim... amiga? Claro... -disse Hank.

- Esta é a filha da Jean? -perguntou Kurt.

- Sim, minha filha também -respondeu Scott com um sorriso.

- Parabéns papai. E elas tem os mesmos poderes?

- Nem todos, nada de telecinese até agora, mas Jenevive é a nova herdeira da Força Fênix.

- Força Fênix? -quis saber Jenevive.

- É o nome que demos a entidade cósmica que possuiu sua mãe e agora habita em você -disse Scott.

Ao ouvir isso O Fera se levantou bravamente da mesa e disse:

- Com licença.

- Algum problema diretor? -perguntou Jenevive preocupada.

- Quer saber se tem algum problema garota? Então eu vou lhe dizer... tudo estava indo muito bem pra gente até que saímos naquela missão espacial e essa droga de entidade entrou na sua mãe, depois disso só desgraças aconteceram, sei que antes de morrer sua mãe salvou a minha vida, mas ainda antes disso ela tirou a de alguém muito importante para mim, eu tentei mas não consigo perdoa-la - gritou.

- Para com isso Hank, Jenevive não teve culpa de nada do que aconteceu a dois anos atrás -disse Scott abraçando a filha que agora estava chorando.

- Pode até ser... mas essa porcaria de poder dentro dela tem, e eu digo que enquanto ela estiver aqui nenhum de nós estará seguro.

- Agora chega Hank! -gritou Tempestade. - Jean é nossa amiga, ela pediu que nós treinassemos e acolhessemos Jenevive, então é isso que vamos fazer.

Hank se acalmou e Tempestade o levou para fora.
Scott ia falar com a filha mas ela saiu correndo enquanto chorava.

- Este jantar foi melhor do que eu esperava -pensou Bizzy.

Já em uma varanda Jenevive estava perdida em seus pensamentos enquanto as lágrimas caiam, até que ouviu alguém chegar por trás:

- Oi, tudo bem? -perguntou o rapaz.

Ela olhou para trás e viu um jovem-adulto de cabelo platinado usando óculos de um modelo específico repousado na cabeça.

- Oi, sim, eu só... tive uma noite complicada -disse ela secando as lágrimas.

- Ah... a confusão no jantar, você é a filha da Jean não é?

- Nossa as notícias correm rápido mesmo por aqui. Sim, sou eu.

- Nem tanto. Notei porque você lembra muito sua mãe.

- Você não tem um motivo para não gostar da minha mãe, tem?

- Na verdade, Jean me deixou bem machucado em nossa última "conversa".

- Peço desculpas por ela.

- Tudo bem, sem recentimentos -disse ele enquanto limpava uma lágrima do rosto dela - Me chamo Peter.

- Sou Jenevive Grey - disse ela apertando a mão dele.

- Tô sabendo. Ei Jen... notei que você está um pouco pra baixo, quer fazer uma coisa legal?

- Claro! - ela disse sorrindo.

Peter a abraçou e a levou para correr, eles corriam muito rápido, mas o mundo parecia passar lentamente; o céu se perdia em uma mistura azul escura, esverdeada e roxa, vagalumes piscavam em sintonia como luzinhas de natal, beija-flores batiam as asas bem devagar enquanto enterravam seus bicos nas flores, em um campo florido pétalas se espalhavam em lentidão pelo ar.

Peter e Jenevive pararam para descansar em cima de algumas pétalas, e deitados começaram a conversar:

- Isso foi fantástico! Me animou com certeza, muito obrigada. Você deve adorar isso.

- Sim, eu gosto. Mas... as vezes é cansativo sabe?

- Como assim?

- É que quando você é rápido demais, as pessoas se tornam meio lentas, eu entendo que elas não podem me acompanhar, mas ainda assim as vezes fico meio ranzinza.

- Eu entendo; tenho um poder chamado Força Fênix, você já o conheceu, parece que todos o temem, e como consequência temem a mim também, sei que não é culpa deles, eu não pretendo machucar ninguém, mas não posso evitar ficar meio triste e até um pouco zangada com essas atitudes.

- Jenevive... eu te entendo e você me entende, não é a mesma coisa mas nos identificamos, isso é muito bom.

Seus rostos iam chegando cada vez mais perto, e um frio já tomava conta de ambos os estômagos; até que caiu a ficha e Jenevive disse:

- Aí meu Deus. Desculpa... esse nosso momento está excelente, de verdade! Mas temos que voltar, meu pai deve estar muito preocupado a essa altura, ainda mais depois da maneira que saí da sala de jantar.

- Você tem razão, vamos.