Capítulo 2

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Enquanto estava com a cabeça deitada no meu travesseiro, observando o teto cheio de estrelinhas antigas que minha tia colocou quando era menor, fico refletindo sobre as coisas que o dia de ontem me trouxe. Finalmente me abrir com alguém depois da morta da Tia Silvia, e por incrível que pareça ela sempre respeitou meu espaço, e me aceitou tão alegremente, devo desconfiar da vida? Não é sempre que ela é boa comigo afinal, não foi a vida que me deixou nesse estado até o dia da minha morte?

O que me preocupa é o Enzo está tramando, uma festa em uma chácara, nunca fui para um lugar tão remoto e com água por perto, já que morria de medo de me afogar. Não sei o que pretende fazendo esse tipo de jogo, claro que o prêmio é sexo e uma Ferrari, mas se depender de mim ele não ganha nenhum dos dois. Hoje ainda é Terça-feira dia 15 de março, tenho quatros dias até o dia 19 no sábado, então vou dar o maior gelo que puder no Enzo e terminar com ele, seja o que esteja planejando, vai dar errado. Não conseguir dormir direito na cama, tentando pensar nas possibilidades que aconteceria, e agora já seis horas da manhã, peguei meu celular e liguei pra Claudia, contei o que havia pensado, e ela achou que seria uma boa saída, mas que antes disso pedisse a localização da chácara do pai dele, por via das dúvidas sempre duvide de quem diz estar ao seu lado, e Enzo é totalmente duvidável, não sei se representa perigo nível psicopata, mas com certeza não é alguém confiável, pessoas são boas fingidoras.

Respirei fundo e peguei as minhas pernas pra colocar fora da cama, uma por uma, puxei a cadeira para cama, fazendo pressão nos braços conseguir fazer a forca para subir na cadeira de rodas, ajeitei minhas pernas e coluna ficando confortável de algum jeito. Não tinha portas dentro se casa, para facilitar minha estadia nela, passando as mãos sobras as rodas para movimentar elas, fui direto para a cozinha, fazer um chá de camomila, começar o dia que um belo chá me faz tão bem, me sinto tão renovada. Pego minha chaleira de vidro transparente e coloco no fogão, boto algumas folhinhas e florzinha da camomila e ligo fogo. Enquanto o chá está no fogo, movo minha cadeira para a terceira porta do armário e pego quatro fatias de pão e manteiga, me movo para a geladeira e pego algumas uvas para comer depois. Volto para meu quarto e tiro meu pijama, olho para o relógio ao lado da cama e vejo que já são 7:30, dou graças a deus da aula começar hoje as 9 horas, por que não teria condição algumas de fazer tudo as presas. Coloco um vestido rosa claro com algumas listas na manga e na barra da saia, em seguida volto na cozinha e desligo o fogo, coloco o chá na minha xicara dos minions, e começo a comer.

Começo a pensar o porquê de ainda estar viva, não tem sentido continuar nessa casa, na faculdade, em qualquer lugar nesse mundo sem a tia Silvia. Uma hora dessas estaria cantando alguma música do Roberto Carlos, enquanto fazia alguma coisa para o café da manhã, me contaria animada sobre algum ponto cruz que aprendeu a fazer e dizendo o quanto o porteiro era interessante, mas que já estava velha demais pra namorar. Uma vez perguntei a ela por que não fazia uma faculdade comigo, por que eu estava apavorada de estar em algum ugar sem ela, ela apenas sorriu e disse que tinha que cuidar da pessoas mais especial da vida dela, que a faculdade tomaria o tempo dela de me ver crescer. É nessas horas que meu coração aperta de saudade, que chá nenhum desse mundo esquenta o coração, da vontade de ter ela aqui, do meu lado que é lugar dela. Com as lagrimas tentando escorrer do meu rosto, eu balanço a cabeça me repreendendo mais uma vez, todo dia eu tento me por pra baixo, me lembrando dela tentando achar algo que faça meu gatilho de suicídio acender, mas ai me repreendo pensado em sua imagem de uma senhoria baixinha muito brava com esses meus pensamentos, e seco minhas lagrimas e continuo a comer.

Meu telefone toca, e o nome Cruz Credo aparece na tela, era Enzo me ligado, fico tentada a começar o gelo desde da ligação, mas lembro da carona rápida que ele oferece e atendo o telefone.

— Oi amor — tento fazer voz de sono.

— Minha linda, acabou de acordar? — tenta fazer a voz melosa.

Beloved HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora