Jardins Flutuantes

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"O ser humano gosta de complicar as coisas, é só uma brisa, quem sabe ela bagunce teu cabelo, quem sabe te acaricie o rosto, quem sabe, quem sabe…" - Dom Casmurro 

Meu corpo estava relaxado, sorri de olhos fechados sentindo a presença ao meu lado, tateei com a mão até encontrar o braço dele e afundei o rosto nele, circulando-o com o meu, depositei um beijo.  

- Ok, isso tá estranho. - a voz feminina falou.  

Dei um pulo e sentei apressada na cama, assustada.  

- Ino?!? - exclamei. 

Ela levantou, estendeu os braços olhando para eles, pegou uma mecha loira e analisou, olhou para trás e deu um tapa na sua bunda.

  - É, sou eu. - gargalhou, pulando de volta para a cama, quase encostando o nariz no meu - eu vi o senhor lobo cruel saindo mais cedo do seu quarto, pode me contar tudinho.

  - Não aconteceu demais, só dormimos juntos, aliás, você não deveria ir arrumar suas coisas pra viajarmos? - segurei a cintura. 

 - Saky querida, todos estão prontos, só falta você. Foi isso que vim falar antes de quase ser beijada por você nessa cama. Se apresse. - saltou da cama e saiu me deixando sozinha.  

Arrumei tudo tão rápido que até o Flash teria inveja, amarrei os cabelos num rabo de cavalo alto e pus minha capa. 

 Desci as escadas com minha mochila mas a casa estava deserta.  Encontrei todos à minha espera na parte sul da floresta. 

Sasuke, Anko e o homem da festa conversavam em uma rodinha, Kakashi estava conferindo os cavalos e Sai explicava algo para Ino apontando para a direção que iríamos seguir. 

  - Bom dia. - saudei aos três, deixando minha mochila no chão.

 - Alteza! - o homem ruivo fez uma reverência. 

- Princesa, esse é Aiko, um instrutor do fogo, ele irá nos acompanhar durante a viagem. 

- Será um prazer tê-lo conosco Aiko. - retribuí a reverência. 

- Melhor irmos, o caminho é longo. - Sasuke disse, pegando minha mochila e a amarrando no cavalo. 

Montamos e logo começamos a galopar rápido floresta a dentro. Sasuke e Kakashi em sua forma lupina corriam um de cada lado dos cavalos, tão grandes quanto eles. 

                      (...)

Estava anoitecendo, por isso, montamos acampamento perto de um pequeno riacho que encontramos. Os dois lobos foram averiguar a área ao nosso redor, para evitar que alguma criatura nos atacasse de surpresa. 

Depositei os últimos galhos secos em cima do monte de madeiras que juntamos e Aiko lançou uma chama, fazendo aquilo pegar fogo instantaneamente. 

Miranda estava concentrada de olhos fechados, meditando. Ino e Sai estavam abraçados olhando a fogueira queimar, busquei sentar perto de Akio que brincava com algumas chamas. 

Uma mini fênix laranja com a ponta das asas roxas voava na palma da sua mão.

- Você tem talento. - falei maravilhada. 

- Gostou? É a Fênix de Slethen. - respondeu, brincando com a chama.

- Fênix de quê? - indaguei confusa  

-  De Slethen - ele riu - é uma criatura mística, dizem que quem consegue tocá-la sem ser carbonizado tem a permissão de adquirir parte de seus poderes, como invocar dragões de fogo, por exemplo.

- E alguém já conseguiu?

 - Além das Primeiras Bruxas? Não. Creio que por serem imortais elas poderiam fazer isso sem problemas, os outros que tentaram, bem, não voltaram para nos contar.

 Fiquei em silêncio pensando nisso.

 - O Rei Kizashi, seu pai, queria muito encontrá-la.

- Meu pai? O senhor o conheceu?

- Desde que era um bebezinho berrento e chorão, ele dominava o fogo sabia? Era o melhor do Reino, eu era seu instrutor. 

- Por qual motivo ele queria achar a fênix? - perguntei. 

- Amor. 

- Amor? - indaguei confusa. 

- Sim. Ele queria  achar a fênix para impressionar sua mãe, ela era fascinada por dragões, ele prometeu a ela que a presentearia com um em seu aniversário. Enrolou ela por diversos anos. - rimos alto 

- Acho que vou dormir. - disse escondendo meu bocejo com a mão. 

 - Eu também, amanhã sairemos antes do sol nascer. Boa noite, alteza. 

 - Boa noite Aiko, me chame de Sakura, certo? 

 Ele concordou e fui até o cavalo pegar meu saco de dormir. Estava quase pegando no sono quando senti algo fofo roçar no meu rosto. 

Sasuke se alinhou em volta de mim, me cobrindo com seu pêlo quente, fiz de sua barriga meu travesseiro. Dormi bem, sem nenhum sonho dessa vez. 

                       (...) 

Era o último dia de viagem, segundo Anko, mais alguns minutos e chegaríamos até uma parede rochosas imensa.

 E de fato foi o que encontramos. O sol estava quase se pondo quando nos deparados com um paredão de rochas imenso, que se estendia de ponta a ponta, sem conseguir identificar onde começava ou onde terminava, e ia praticamente até o céu. 

 - Chegamos! - Anko anunciou descendo do seu cavalo.

 Todos também fizeram o mesmo.

- Daqui pra frente teremos que ir andando. - Sai falou, alcançando para Ino a mochila dela. 

Anko caminhava a frente de todos, analisando a parede rochosa como se procurasse algo.

 Seus olhos pousaram sobre uma pequena cratera em formato de triângulo invertido e ali ela repousou a mão, fazendo força contra a parede que se abriu. Um buraco se formou e quando cheguei mais perto, vi que se tratava de um escorregador dentro da rocha, era tão escuro que mal podia se ver lá dentro

- Quem quer ser o primeiro? - Anko ofereceu. 

 - Nem morta. - Ino cruzou os braços.

- Eu vou! - respondi. 

 Joguei minha mochila e ela escorregou no meio do escuro. Engoli em seco e me joguei de olhos fechados 

Talvez eu tenha gritado um pouco. Talvez muito. Fazia cerca de um minuto que eu estava deslizando por aquele túnel escuro sem parar. 

 Estava quase a ponto de ter uma crise claustrofóbica quando vi uma luz clara na minha frente. Luz que vinha aumentando de tamanho até que fui lançada nela. 

Caí sobre algo fofo e vi que eram florzinhas coloridas como um arco íris. Meus olhos foram se ajustando com a claridade, e se tratava de um vasto campo florido. Ao longe podia ver a parede rochosa circundado todo o lugar Estávamos na parte interna dela. 

Cavalos comiam algumas flores. Cavalos com asas? Não podia ser, pégasos! 

Os outros foram caindo um por um do túnel em cima das flores. 

 - Eu juro por Deus que nunca mais eu entro nesse negócio outra vez, perdi toda minha dignidade ali. - Ino disparava tentando acalmar a respiração ofegante com a mão no peito, os cabelos todos desagregados.

 - Eu poderia dizer que você se acostuma com o tempo, mas seria mentira, é sempre horrível. - Sai gargalhou achando engraçada a reação da namorada.

 - Se você acha horrível a descida, imagine só quando estiver subindo la para cima. - Kakashi apontou para o céu.

Lá no alto, estava uma enorme nuvem rosa claro. E-N-O-R-M-E. Quase do tamanho do campo inteiro Pégasos subiam e desciam de lá, e se podia ver vários pontos de luz voando de um lado a outro. 

 - Bem-vindos aos Jardins Flutuantes. - Anko anunciou.

As Crônicas de Lunear - Princesa SakuraOnde histórias criam vida. Descubra agora