Parte 18

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*ponto de vista dele*
Segunda-feira. Normalmente eu estaria minimamente animado para ir à aula mas com a Sarah me tratando daquele jeito... tenho que admitir que não estou muito animado. E se eu encontrar a Sofya, aí sim eu vou me arrepender de se quer ter aberto os olhos. Mas enfim. Estamos na famosa época de chuva, onde só falta desabar o mundo em forma de água de tanto que chove. E obviamente que com esse dilúvio a energia acabava toda hora. Mas ontem a noite, no noticiário, avisaram todo mundo sobre essa imensa tempestade que aconteceria hoje mais tarde.

O que eu tinha falado? Aqui estamos nós na escuridão da nossa sala porque acabou a energia! E, por algum motivo desconhecido, a escola decidiu que hoje seria um bom dia para juntar todos os oitavos anos lá no ginásio pra fazer alguma coisa. Bom, eu tava meio dormindo quando nos chamaram para sair da sala e aparentemente o professor esqueceu completamente da minha existência porque agora me encontro trancado na sala no meio do mar negro de escuridão. Me importo? Nem um pouco. Tô muito bem aqui sozinho. O que eu vou ficar fazendo? Não sei, mas com certeza "nada" vai ser bem melhor do que aquilo que iríamos fazer no ginásio.
Fico mexendo no meu celular até perceber um outro feixe de luz que não vinha da tela de meu aparato tecnológico, mas sim de outro. Olho na direção da luz e observo atentamente o rosto que ela ilumina. É ela. Sarah.
Meu coração acelera, transmitindo a felicidade que eu senti ao ver ela.
"Sarah?" Eu falei.
"Que? Ah, é você. O que tu quer?" Ela disse áspera.
"Olha Sarah, eu sei que te magoei e tudo mais, mas eu queria te explicar exatamente o que aconteceu e...
"O que? Me contar como foi maravilhoso beijar aquela guria lá?" Ela me cortou.
"Sarah, não foi isso que aconteceu! Eu juro! Ela simplesmente me beijou contra a minha vontade! Tu realmente acha que eu faria alguma coisa pra te magoar? Tu acha que eu gostei de te ver brava, irritada, triste comigo? Isso realmente me deixou mal."
"Eu..." Ela não completou a frase, apenas se levantou e começou a andar de um lado para o outro.
Eu me levantei da minha cadeira e andei em sua direção. Cheguei perto dela e a abracei por trás.
"Ei, não fica assim. Eu juro pela vida do cachorro que eu almejo ter um dia que eu não fiz aquilo, que foi ela que me beijou." sussurrei em seu ouvido.
"Eu sei, mas..." Ela começou e eu logo a cortei.
"Ei, sem mas. Eu sei que agora tu te sente meio inseguro em relação a mim. Eu entendo, também me sentiria assim. Mas eu te prometo que tu é a única pessoa, a única guria com que eu quero estar." Ela se virou em minha direção e pude ver seu sorriso. Abençoada seja a escuridão que escondeu o tom vermelho do meu rosto. Eu nunca tinha me declarado pra uma guria.
Eu continuei a olhando e minha vontade secreta... tá, não tão secreta assim, falou um pouco alto demais e eu a puxei e a beijei.

Eu e vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora