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– Aqui – Changkyun de repente disse, e eu me virei para olhá-lo – Trouxe água. Deve estar com sede. 

– Obrigada – depois de pegar o copo de sua mão e tomar um pouco da água, eu voltei a observar o visual da cidade que Changkyun tinha naquela cobertura – Você deve ter pagado uma fortuna por isso. 

Ele sorriu. 

– Foi uma das poucas coisas que eu realmente consegui fazer depois de abrir a empresa – disse, suspirando em seguida – Eu sempre disse que queria um apartamento assim, com janelas enormes e uma vista bonita da cidade. Às vezes fico feliz por não ter desistido da ideia, ou teria me mudado para um hotel. 

Eu torci o nariz com a ideia. 

– Hotéis são lugares sem muita privacidade. 

– Às vezes eu queria não ter tanta privacidade – falou, e eu balancei a cabeça, ainda olhando as luzes azuis da cidade pela janela – Eu acho que preciso tomar um banho e trocar essas roupas. Você vem?

– Como é? 

Minha expressão com aquele convite repentino deve ter sido hilária, porque Changkyun riu de mim por intermináveis segundos quando eu me virei para olhá-lo. 

– Oh, desculpe, não foi exatamente isso que eu quis dizer.

Eu respirei fundo, aliviada por um segundo. Mas… existe alguma outra interpretação para essa frase? 

– Você pode usar o banheiro do quarto de hóspedes se quiser – continuou, e eu só fiquei ainda mais desconcertada, sem saber como responder àquilo – Tem toalhas limpas nos armários e você também...

– Changkyun, eu moro quatro andares abaixo de você. 

Parecendo não entender a lógica do meu pensamento, ele franziu as sobrancelhas e continuou quieto.

– Obrigada, mas eu posso... tomar banho no meu banheiro. No meu apartamento. 

– Você disse que não queria ficar sozinha – ele explicou. 

Eu comecei a rir com o nervosismo. Aquela conversa estava caminhando para um lugar estranho.

– Quer que eu more aqui de hoje em diante? – perguntei, rindo, mas Changkyun estava sério – Ya… 

– Só por essa noite? 

– Você não disse que precisava de um banho?  

Dando-se por vencido, ele apenas assentiu com um sorrisinho e acenou para mim, sumindo no corredor cheio de portas em um instante. Eu aproveitei que estava sozinha para soltar todo o ar que parecia estar segurando desde que atravessei a porta do apartamento de Changkyun dez minutos atrás. Haviam algumas fotos reveladas  na sala no aparador da sala, mas ele não estava em nenhuma delas. Depois de mais alguns minutos sozinha ali, eu decidi voltar para o meu apartamento, porque também precisava tomar um banho, trocar as roupas por algo mais confortável que um blazer e uma camisa. 

Quando abri a porta de casa, tudo estava escuro e exatamente como eu havia deixado quando saí de lá, ainda muito cedo. Eu acendi a luz da sala, e depois de deixar a bolsa no sofá, fui direto para o banheiro. Quando me olhei no espelho pendurado na parede, percebi minha camisa abotoada de um jeito torto, e as minhas bochechas estavam tão vermelhas quanto no elevador alguns minutos atrás. Sentindo um arrepio percorrer meu corpo, eu apenas ignorei o meu reflexo e entrei logo no chuveiro. 

Levei alguns minutos a mais embaixo da água fria, perdendo a linha dos meus próprios pensamentos várias vezes, me lembrando de Changkyun e seus lábios macios contra os meus naquele elevador. Depois de desligar o chuveiro e me enrolar em uma toalha eu procurei alguma coisa para vestir e penteei os cabelos molhados. Meu celular marcava 1:37 AM, mas eu não me sentia mais tão cansada. 

Money - Im ChangkyunWhere stories live. Discover now