Capítulo 6 - Uma grande surpresa ✴

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Ouvi a porta abrir devagar, eu senti um medo de ser a Sílvia, mas quando me virei era a empregada. Eram 5:00 da manhã e a Sílvia exigiu que eu acordasse esse horário. Eu vesti uma camiseta preta, um short branco e uma havaina. Fui até a cozinha e preparei meu café da manhã, pão com ovos e café com leite. Comi tranquilamente, já que a megera acorda tarde. Às 6:00 eu comecei a varrer a casa e passar pano, depois tirei a poeira e sujeira dos móveis. Às 10:00 da manhã, fui preparar o café da megera, que acordaria logo. Às 10:20 eu terminei o café, limpei a cozinha e arrumei a mesa para ela tomar café. Ela acordou às 10:40, sentou - se na mesa e eu a cumprimentei:

- Bom dia, Sílvia.

- Bom dia. - disse com desprezo.

Eu fui para o banheiro e tomei um banho, vesti um short jeans, uma blusa amarela e uma havaiana. Me sentei em frente a penteadeira e escovei meus cabelos calmamente, esperando que aquilo não passasse de um sonho, melhor, um pesadelo! Quando terminei de escova - los os prendi em um rabo de cavalo alto. Deitei - me na cama e suspirei:

- Como, meu Deus?

A empregada abriu a porta e falou:

- Srta. Becker?

- Sim?

- A Sra. Hailou exige a sua presença no salão.

Ela fechou a porta, eu me levantei e fui em direção ao salão, já tremendo de antecedência. Ela me olhou nos olhos e falou:

- Bem Laura... Você se mostrou teimosa no começo mas depois me demonstrou obediência. Posso até ser sua segunda mãe, se quiser... Mas não serei como a sua, serei mais dura.

- Como se atreve? Como se atreve a querer pegar o lugar da minha mãe? Ela era uma pessoa boa e digna! Você NUNCA vai ser igual a ela.

- Oh minha querida.. Eu já peguei... E serei uma mulher e mãe muito melhor que ela! Eu sou bonita, sensual, elegante, atraente, inteligente e esposa de um empresário muito rico, tenho tudo pra ser muito famosa e rica, e não vou deixar que uma menininha nojenta e mimada destrua a minha vida!

Eu fiquei furiosa, e avancei em seu pescoço. Ela não conseguia respirar e tentava tirar minha mão, mas eu estava consumida pelo ódio, parecia mais forte. Até que a empregada me tirou de cima dela.

- O que você pensa que está fazendo? Quem você acha que eu sou?

- Uma megera! Uma louca, descompreendida! Uma idiota, que está tentando pegar o lugar de uma pessoa, que é muito melhor que você! Pare de destruir a minha família!

- E você a minha vida! Eu vou ficar com o seu pai!

- Ele não te merece! Você é suja, trapaceira, interesseira e vulgar!

- Agora você vai ver, sua menina mimada!

Ela correu em minha direção, eu corri em direção a porta, e fui parada pelos guardas no portão, disse que ela estava correndo perigo, que a Sílvia tinha me aprisionado e me espancava quando não lhe obedecia. Eles não acreditaram em mim, e ela me puxou para dentro. Ela me levou até o quarto dela e me deitou na cama:

- Eu disse pra não se meter no meu caminho!

- Você é louca!

Ela abriu seu guarda roupa e pegou um chicote que tinha dentro de uma caixa e disse:

- Hum... Então você é do tipo que adora desafiar os outros, não é? Que adora estragar os planos e a vida dos outros, não é? Ein? Me responda!

- Nunca vou receber ordens suas!

- Não já está recebendo? Se acostume!

Eu olhei pra ela e disse:

- Sílvia, só tenho uma coisa pra te dizer. Não importa o quanto me castigue, eu sempre vou te enfrentar. Nunca vou me acostumar com a sua cara!

- Pode ir. Não vale a pena estragar nem minha sandália, nem meus cintos para bater numa imprestável como você!

- Sim, senhora. - disse com tom de sarcasmo.

Fui para o meu quarto e lá encontrei meu celular, acho que a empregada queria que eu saísse dessa. Eu liguei para o meu pai, mas ele não me atendeu, depois liguei para Hanna, já que não tinha para quem ligar. Conversei bastante com ela, falei tudo o que aconteceu e o que estava acontecendo. Ela ficou arrasada, queria me tirar dali, mas não tinha como. Ela disse que tentaria falar com o meu pai, e que iria conseguir me tirar de lá antes do meu pai chegar. Eu de liguei, já era de noite. Fui dormir, peguei no sono só 00:00. Acordei com um barulho vindo da janela, às 03:00 da manhã, fiquei assustada. Caminhei devagar para a janela e olhei para baixo. Era a Hanna, ajudei a entrar, não conseguia falar, fiquei até sem ar. Até que me recuperei e sussurrei:

~O que você está fazendo aqui?~

~Vim te salvar, se consegui entrar, nós conseguimos sair.~

~Você é louca? Ela pode nos pegar e estaremos fritas! Eu precisaria pegar as minhas coisas, e estão no meu quarto, e como conseguiu passar pelos guardas?~

~Eles são uns babacas, eu passei fazendo um barulho enorme e eles não me viram.~

Demos uma risadinha.

~O que vamos fazer agora?~

~Vamos fugir, pega o seu celular e vamos, na minha casa tem roupa e coisa para você. Quando o seu pai chegar você vai poder voltar.~

~Eu não sei se vai ser bem assim.~

~Vamos logo!~

De repente Sílvia fala:

- Está falando com alguém Laura?

- É claro que não Sílvia! Com quem eu iria falar? E com o que? Meu celular não está comigo.

- Ouvi vozes saindo do seu quarto!

- Está ouvindo coisas só pode! Deixe-me dormir Sílvia!

- Está bem... Se ouvir mais alguma coisa eu irei ai.

- Vozes estão na sua cabeça! Vai se tratar!

- Olhe como fala comigo sua menininha ingrata!

- Ok SENHORA SÍLVIA!

- Boa noite ~megera~.

Eu e Hanna rimos baixo. Estava com medo de acontecer alguma coisa e a Hanna se encrecar, ela não merece sofrer por mim. Mas eu então decidi que iriamos ficar uns dias, até o meu pai chegar. Ela disse que tinha que voltar, antes que os pais dela, notassem a sua falta. Eu disse que ela poderia ir, que ficaria tudo bem. Mas ela não quis ir, e disse que ia ficar comigo. Ia dizer aos pais que ficaria um pouco na casa da amiga. Eu coloquei alguns lençóis no armário e como ele era grande, ela se deitou, se cobriu e dormiu. Eu não consegui dormir, era tanta coisa na cabeça, a Hanna, o meu pai, meu futuro... No que isso tudo vai dar?

Sonhar... é errado?Onde histórias criam vida. Descubra agora