CENA 1
Ellen fica espantada com a opinião de Camillo.
Camillo: Sinto muito. Não foi o que eu quis dizer.
Ellen: Mas foi o que você disse!
Camillo: Você está interpretando mal. Eu só quis dizer que os negros sofrem muitos preconceitos pra conseguirem empregos, conseguirem se expressar, ainda mais agora em plena ditadura militar.
Ellen: Sim, mas você fala como se você também sofresse por ser negro.
Camillo: Não. Não posso ser negro, mas sofro preconceito por parte da minha família por ser subversivo, homem. Meu pai pensa que homem deve ter pulso firme, forte, não pode chorar ou algo do tipo. Os nossos preconceitos não podem ter a mesma medida, mas não descartam de ser preconceitos.
Ellen: É, numa coisa você está certo... Agora vai dormir. Já tá tarde, e amanhã tenho que acordar cedo.
Camillo: Boa noite...
Ellen vai para o seu quarto. E a noite se passa...
CENA 2
O dia amanhece... Clarissa acorda cedo, levanta da sua cama, se troca e desce as escadas. Quando chega na cozinha, sauda a sua mãe, menos o seu pai, que já estranha o comportamento da filha.
Severo: Parece que a mocinha acordou um tanto raivosa. Isso é pra você não se atrever a me enfrentar.
Elisa: Severo, chega!...
Clarissa: Não precisa, mãe. Parece que outra pessoa acordou de mau humor! Eu vou ir pra companhia de teatro, antes que aconteça algo pior....
Clarissa sai da sua casa para ir ao Teatro Alculuz... E Elisa fica nervosa com Severo.
Elisa: Será que sempre tem que ser assim?!... Foi no jantar, agora no café da manhã!...
Severo: Não tenho culpa se você a criou mal. Você é a maior culpada disso tudo.
Elisa: Ou talvez não... Isso parte da personalidade dela, não quero que ela termine como eu... assim... dessa forma. Não desejo isso a ela.
Elisa se retira da mesa... Severo fica sozinho e irritado, mas continua tomando o seu café...
CENA 3
Ellen já acorda com os gritos de sua mãe, vindo na sala de estar, ela então corre. E encontra sua mãe Valéria batendo com a vassoura em Camilo.
Ellen: Mãe, cê tá ficando louca!
Ellen tenta conter sua mãe.
Valéria: Ele é um bandido, filha. Eu peguei a vassoura e comecei dá nele.
Ellen: Calma, mãe. Ele é um amigo, eu o conheço.
Valéria: Ah, não vai me dizer que você e ele...
Ellen fica espantada.
Camillo: Não, senhora. Nós dois somos só amigos. Ela me abrigou porque tava uma rebelião lá fora, ontem à noite.
Valéria: Meu pai amado!... Me desculpe, como forma de desculpa, vou fazer um café bem reforçafo pra você acordar. Espera aí...
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EMPODERAMENTO - 1°Temporada
Historical FictionSe passa em meados da década de 70, quando as mulheres passaram a ocupar profissões diferentes de uma 'dona-de-casa'. Clarissa Albuquerque, uma jovem atriz de teatro, e Ellen De Ponte, uma jovem roteirista, são exemplos dessas mulheres. As duas tem...