Peço minhas sinceras desculpas pela demora, a energia no meu bairro simplesmente decidiu cair e só voltou agora, espero que vocês entendam.
Bom, vamos ao especial!
Eu não estava o ignorando de propósito, eu apenas desejava mais alguns minutos com meus olhos fechados.
— Sal Fisher! — A voz de meu pai ecoou pelo quarto escuro, alta e grave, ela vinha acompanhada por batidas fortes em minha pobre porta. Eu me perguntava como ele não ficava sem voz ao me chamar todo dia pela manhã.
Murmurei algo em resposta, sem prestar muita atenção nas palavras que saiam de meus lábios, virando de lado na cama quente enquanto ouvia a risada do mais velho do outro lado. O sono que cobria meu corpo era maior que qualquer vontade ou vergonha que havia passado naquele momento, porém sinto que irei me arrepender mais tarde quando ouço cantarolar alegre vindo da cozinha.
Ao vencer a vontade de me agarrar as cobertas novamente e colocar os pés no chão gélido, eu suspirei. A vaga memória do prédio cinza frio e seus professores de olhares cortantes, praticamente mortais, me causa um arrepio desgostoso, um respirar fundo é preciso para quê meu corpo — tão receoso quanto minha mente — se levante de seu refúgio quente, assim indo acender a luz. Após uma curta escolha de roupas, logo me encontrava com o gasto moletom preto que se estendia até depois de meus pulsos, e a calça vermelho vinho folgada.
— Até que enfim saiu da caverna. — Meu pai diz ao me ver com um sorriso em seu rosto, terminando de fritar o resto dos ovos com bacon banhados em um pouco de manteiga, o cheiro fazia meu estômago despertar de seu hibernar. — Bom dia filho.
— Bom dia pai, dormiu bem? — Pergunto entre meu bocejo sonolento, me aproximo mais dele, me sentando no banco e jogando parte de meu corpo para cima do balcão.
Ele acariciou minha cabeça, me fazendo cerrar os olhos sentindo um pouco do cansaço voltar. — Como um anjo, e você campeão? — Ele colocou o prato cheio de ovos e bacon na minha frente, se virando para a geladeira.
— Como uma pedra. — Respondi risonho mordendo com gula parte do quê me foi servido, observando um copo com líquido laranja aparecer ao lado junto ao homem de fios azuis, este gargalhava.
— Eu percebi. — Mordeu um pouco da carne, mastigando devagar antes de continuar a conversa. — Soube que você irá acompanhar Larry em seu primeiro dia.
Parei ao ouvir o nome do rapaz, lembrando da promessa que fiz a ele de nos encontrarmos para irmos até o colégio juntos, já que Todd e Ash ainda não tinham voltado de viagem para que pudesse os apresentar. Ignorei o leve formigamento em minhas bochechas cobertas por pequenas pintas, e engoli minha comida.
— Achei que seria bom apresentá-lo ao pessoal do colégio para que ele não se sinta sozinho. — Dei de ombros ao terminar, os deixando um pouco mais perto de mim ao sentir o olhar compreensivo e um tanto malicioso me atingir.
— Fico feliz, ele me parece um bom garoto, eu tinha medo daqueles... — Ele suspirou — garotos mexerem com ele, mas com você o acompanhando fico mais aliviado. — Deu mais um sorriso acariciando novamente minha cabeça.
— Quero ver alguém tentar. — Murmurei baixinho, juntando as sombrancelhas.
— Sal. — A voz do mais velho saiu séria, seu sorriso caiu e seus olhos se cerraram. — Por favor, não se meta mais em brigas, ainda mais com aquele loiro.
— O Travis? — Perguntei arqueando as sombrancelhas em desdém, bufando uma risada. — Ele não passa de uma piada pra mim pai, nem ao menos olho na cara dele mais, é como senão existisse.
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Larry Face!
FanficQuando o garoto alto, de longos cabelos negros e uma máscara prostética conquista o coração de um certo rapaz de fios azuis e sardas.