ㅡ Pe-essoal, e-eu sou inocente.....ㅡ Leon tentou se defender, mas estava muito nervoso e confuso para dizer uma só palavra.
Todos olharam com uma expressão de ódio para Leon; bem, quase todos. Alguns poucos brawlers não estavam presentes, tais como: Corvo, Tara, Eugênio e Bo. Tirando eles quatro, todos estavam ali, julgando o camelão. Leon arregalou os olhos. Perguntava-se por quê estava tão surpreso, afinal, era óbvio que não acreditariam nele.
Entretanto, uma pequena parte de Leon, ainda não havia aceito isto. Ele não queria que seus próprios amigos, fizessem isto com ele. Então, com todas as forças, a esperança do moreno lutou até o fim. Alguém precisava acreditar nele!
ㅡ Carl!!! ㅡ o camaleão exclamou, colando no carrinho do mineiro. ㅡ Você é inteligente, por favor, diz que acredita em mim!!!
ㅡ S-se afa-asta! ㅡ Carl exclamou com medo. Chegou até à ameaçar Leon com sua picareta.
Leon deu um salto pra trás, ameaçado pela picareta do robô. Olhou pelos cantos do quarto, procurando por alguém que talvez pudesse crer em sí. Em sua olhada rápida, seus olhos pousaram em Mortis.
ㅡ Mortis! Você se comunica com os mortos, né!? ㅡ Leon estava com grande receio. Aproximava-se devagar do coveiro, enquanto falava e gesticulava nervoso. ㅡ Por favor, explica pra ele quㅡ antes que pudesse terminar seu pedido, Leon sentiu uma dor forte no peito, tanto que perdeu o ar. Caiu de joelhos no chão, respirando fundo, numa tentativa de recuperar seu fôlego.
ㅡ Não chegue perto de mim, assassino. ㅡ Mortis pronunciou em tom frio e mórbido. Seu braço estava esticado, segurando sua pá bem na frente do caído Leon. Guardou sua "arma".
Assim que conseguiu respirar, Leon olhou em volta novamente; ninguém que pudesse acreditar........SPIKE! Bem, o cacto era bem ingênuo e não muito inteligente, talvez ele pudesse crer no camaleão.
ㅡ Spike!!! Você acredita em mim, né!? ㅡ o jovem perguntou, mas não pôde ir até a planta, por conta de Rosa, que ficou na frente de Spike.
E assim foi se seguindo com cada brawler; pouco a pouco, Leon sentia um sentimento horrível percorrendo-lhe a espinha. Respirou fundo, e viu sua última opção: Colt.
ㅡ Colt, pelo amor de tudo que é sagrado. Você acredita em mim, certo? ㅡ Leon indagou. Um sentimento estranho estava lhe atormentando, e ia ficando cada vez maior, conforme era desacreditado pro todos.
Até agora, Colt estava com a cabeça pra baixo. Não dava para ver seu rosto, mas podia-se presumir que ele não estava nada bem. O ruivo parecia, não, estava trêmulo. Leon arregalou os olhos, já não tinha mais tanta certeza que Colt ficaria de seu lado. Após um longo tempo de tensão, Colt finalmente fez algo: virou de costas.
ㅡ E-eu.....não quero ver aquele Leon de novo.....ㅡ Colt disse. Sua voz estava carregada de tristeza. ㅡ Aque-ele não é meu amigo....não é o Leon que eu conheço.....
Leon estava em choque. Não havia outra palavra que pudesse descrever o que sentia; como assim? Quer dizer que seu passado como assassino, ainda pesava tanto na amizade dos dois? Não, não podia ser! O camaleão se arrependia de seu passado, e já havia se redimido disto, então, por que? Por que Colt estava sendo tão injusto? Por que todos estavam sendo tão injustos? Todas as evidências apontavam para ele, de fato, mas, não tinha o direito nem de ser escutado pelos outros?
Aquele sentimento estranho ficou mais forte, tão forte ao ponto de engolir Leon por completo. E agora que estava mergulhado no sentimento, já conseguia entender o que era: desespero. Leon estava desesperado, sentia-se perdido e injustiçado. O medo e o nervosismo estavam tão presentes, que sua presença podia ser maior que a do próprio moreno. Leon não sabia o que fazer, e agindo pelas emoções, saiu correndo da casa, ativando sua invisibilidade no meio do caminho.
Em sua corrida, pôde escutar alguns gritando para segui-lo. Entretanto, não se importava com isso; só tinha um objetivo agora: correr de tudo. Queria fugir, fugir de tudo e de todos. Correr até que suas pernas não suportassem mais, e parar em algum lugar bom, algum lugar calmo, algum lugar sem julgamento.
Enquanto se distanciava da casa, olhou para trás, e viu vários do que estavam na casa, correndo atrás de sí. Ficou confuso, afinal, não estava invisível? Olhou para baixo; sua invisibilidade estava falhando. O corpo de Leon sumia e reaparecia seguidamente. Estava tão fraco assim?
Ao notar isso, Leon correu mais rápido ainda. Talvez até mais rápido que Max usando seu super. Ninguém conseguiria pegá-lo, não por enquanto pelo menos. Já era uma coisa a menos para se preocupar.
Enquanto corria, Leon teve um último raio de esperança: Bo. Com toda a certeza, Bo acreditaria nele. O índio era a pessoa mais importante na vida de Leon, no mesmo nível que Nita. E o camaleão sabia que este sentimento era recíproco; tinha que encontrar Bo, rápido.
Leon entrou com tudo na floresta; seguiu sua corrida pelo meio das árvores, arbustos e mato. Focado em sua correria, o moreno acabou se cortando numa roseira, mas nem sentiu a dor. E mesmo que sentisse, as sensações que lhe atormentavam no momento, eram muito maiores que um corte profundo no braço.
Em pouco tempo, Leon encontrou-se com Bo. O mesmo estava sentado no chão, meditando. Ou pelo menos, era o que parecia.
ㅡ BO!! Você precisa a-acreditar em mim, Bo.....ㅡ a fala de Leon saiu trêmula, receosa e cansada. Após tanto correr, o moreno finalmente conseguiu para para respirar. Apoiou as mãos nos joelhos, resfolegando rapidamente. ㅡ Todos estão contra mim, mas.....eu sei que você vai ficar do meu la ㅡ Leon fora interrompido por uma forte dor em sua coxa direita.
O moreno gritou, e levou a mão ao ponto dolorido. Não conseguiu ficar em pé, por conta da dor. Caiu de joelhos, e percebeu o que havia acertado ele; foi uma flecha. Leon não havia percebido antes, mas Bo invocara um espírito, e o fez atacar o camaleão.
O choque voltou com tudo; o desespero aumentou mais ainda. Os olhos de Leon arregalaram-se, demonstrando a confusão que sua mente estava. Não conseguia acreditar que Bo estava contra ele. Aquele que o acolheu; aquele que cuidou dele como um filho; aquele que tanto amava. Por que até mesmo ele, estava sendo tão cruel e injusto? Não podia aceitar, não conseguia aceitar. Como que aquele desgraçado do Sandy, mesmo depois de morto, conseguia causar tanto caos em sua vida!? Mais um motivo para odiá-lo com todas as forças.
O grito de Leon chamou atenção dos outros, que procuravam por ele na floresta. O moreno já sabia que eles estavam vindo.
ㅡ Até você.....pai? ㅡ Leon indagou à Bo, olhando pra baixo. As lágrimas começaram a escorrer por sua face.
ㅡ Me desculpe, filho. ㅡ Bo respondeu, tentando falar normalmente, mas não conseguiu disfarçar totalmente seu choro.
Com isso, o desespero de Leon só aumentou mais; sua esperança acabou, o camaleão decidiu se render. Deitou no chão, encarando o céu. Era um dia ensolarado, mas algumas nuvens cobriam o sol. Respirou fundo, e ficou lá, imóvel, esperando que eles chegassem. Entregue ao desespero.
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Admita, Leon
Fanfictionㅡ Leon, eu peço pela nossa amizade; por favor, admita que foi você. Se admitir, sua pena será reduzida. ㅡ o ruivo pediu, triste pela situação. Não queria desistir de convencer o amigo. ㅡ Você é jovem! Tem muito o quê viver! Não desperdice sua vida n...