🌹Capítulo 02

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Por um instante Daniel perdeu a noção de tempo e espaço. Jamais tinha visto alguém tão belo como aquele homem que agora estava em sua frente e que retirava seu óculos escuro do rosto, revelando um belo par de olhos da cor de mel. Daniel só voltou a si, quando ouviu a voz firme e grossa de Caio:

- Ei...você aí garoto?! Tá tudo bem com você?

Não era só seu rosto e seu corpo que eram extremamente lindos. A voz rouca de Caio completava o conjunto de uma beleza sem igual e parecia fazer Daniel ficar hipnotizado com ele ali parado em sua frente. Daniel continuava com o olhar fixado em Caio e esquecera de se levantar do chão. Caio continuava de pé na sua frente parecendo querer uma resposta para sua pergunta e em um ato que Daniel não esperava, Caio lhe estendeu a mão para que ele pudesse se levantar do chão.

***

ALGUNS MINUTOS ANTES...

Os empregados da Família Moretti já haviam se habituado às calorosas brigas que geralmente ocorriam no café da manhã. Naquela manhã não foi diferente. André Moretti sabia como ninguém, iniciar de forma dissimulada, conversas que levariam seu pai - Augusto, a discutir com seu irmão mais velho, Caio.

Após começar a ouvir os repetitivos sermões e conselhos do pai, Caio se levantou bruscamente da mesa e saiu esmurrando as paredes da mansão. Seu irmão continuou na mesa, se fazendo de assustado e com um pequeno riso disfarçado no canto da boca. Eleonora Moretti ainda se levantou da mesa na esperança de alcançar o filho mais velho e fazê-lo voltar e terminar o seu café da manhã. Mas não conseguiu. Quando chegou na parte se fora da entrada principal da mansão, Caio já saía com sua Ferrari vermelha, cantando pneus rumo à guarita da saída e entrada principal da mansão.

Caio estava furioso. Passou pelos dois seguranças que estavam no portão em velocidade alta. Ele não suportava o fato de seu pai cair na lábia de seu irmão - André. Aliás, a rivalidade entre eles parecia aumentar a cada dia que passava. Mesmo morando na mesma casa que o irmão, tentava ao máximo não cruzar com ele, mas nas poucas ocasiões que isso acontecia, como por exemplo, no café da manhã, sempre acabavam discutindo por algum motivo.

Caio dirigia em alta velocidade querendo se distanciar o mais rápido possível da mansão. Mesmo em alta velocidade avistou de longe um garoto que vinha puxando uma mala e parecia ter uma mochila nas costas. A rua de acesso principal à mansão estava vazia naquele horário, talvez por isso tenha percebido à figura daquele garoto. Mesmo passando rapidamente pelo garoto, Caio viu pelo retrovisor que ele havia se desiquilibrado e caído na calçada. Caio sem pensar, freiou bruscamente e voltou de ré alguns metros para ver se o garoto estava bem. Após estacionar a sua Ferrari, Caio então desceu e começou a caminhar em direção ao garoto que continuava estirado no chão e parecia olhar para ele fixamente.

A cada passo que Caio dava, algo parecia acontecer com seus sentidos. A visão daquele garoto estirado no chão parecia que tinha provocado alguma coisa nele. A sua beleza era algo singelo. Sua pele branca. Seus olhos claros. Seu cabelo liso e claro refletiam com os poucos raios de luz do sol que fazia naquela manhã. Caio não costumava ser gentil com quase ninguém, mas naquele momento era como se estivesse sendo puxado por um imã até o local onde o garoto estava caído.

***

- E então, você é mudo garoto? - Apesar de não querer, a pergunta de Caio saiu num tom bastante ríspido.

Foi após a segunda pergunta de Caio, agora num tom bem diferente da primeira, foi que Daniel pareceu sair de seu estado de transe e finalmente ver que estava no chão e que uma de suas malas havia rompido o zíper e algumas de suas peças de roupas estavam espalhadas ao seu redor.

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