Primeiros passos

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Moony,

Você sempre apoiou minhas decisões, mesmo as erradas. Sinto muito por qualquer coisa que eu tenha feito, e que te machucou. Não era minha intenção afastá-lo, estava desesperado.

Foi em vão. James e Lily se foram, e Harry... essa é a parte complicada. Dumbledore enviou Hagrid, com ordens de levá-lo aos parentes da Lily. Você e eu sabemos que não é uma boa ideia. Então, tomei providências.

Aproveitei que Hagrid caiu no sono e voei com Harry para casa. Ele está bem, só tem uma cicatriz na testa.

Não vão demorar para nos achar. Por favor, venha.

— Padfoot.

Remus bateu o punho contra a mesa. Sirius soube o que dizer para atrai-lo. Usou Harry, um golpe baixo e desnecessário. Ele teria ido sem que o menino fosse mencionado.

Arrumou as malas e aparatou no chalé do namorado. Procurou a chave nos bolsos. Ao destrancar a porta, deu de cara com Harry engatinhando na mesa de centro e Sirius adormecido no sofá.

"Hey, H. Como vai? Não, não. Na mesa não pode", e colocou o garotinho no chão. "Amor, tem um bebê na casa. Levanta."

"O quê? Você veio!"

"Como não viria? Seria desumano deixar Harry sozinho com você. Poderia matá-lo."

Sirius franziu a sobrancelha. Era perfeitamente capaz de cuidar de Harry sozinho, mas com a companhia de Remus seria mais divertido. E se era isso que ele queria, nada o impediria de conseguir. Remus identificara o jogo criado pelo namorado, mas não se sentia enganado. Jogar era prazeroso para o rapaz. Porque, apesar de serem sujos, eram jogos divertidos. Por muitas vezes, Remus também foi o jogador central, mas agora não era hora para isso.

"Certo, temos um bebê e daqui algumas horas, ou minutos, quem sabe, alguém virá atrás dele. Precisamos convencer Dumbledore que somos a melhor opção. A questão é: como?"

"Simples. Se eles observarem Petunia por um dia, verão que temos razão."

Remus entendeu a veracidade da proposta, contudo, não seria fácil fazer com que Dumbledore e quem mais estivesse envolvido ouvisse antes de arrancar o garoto de seus braços. Talvez fosse melhor levarem-no pessoalmente e requisitar uma audiência.

"Hogwarts nos espera."

"Sirius, você sabe que não é tão simples entrar em Hogwarts. Lá não é o Caldeirão Furado."

"É, mas somos Sirius Black e Remus Lupin. Daremos um jeito."

Horas mais tarde, estavam no trem para Hogsmeade. Harry dormiu no colo de Remus assim que chegaram ao vilarejo. O próximo passo era entrar na Casa dos Gritos, e em seguida, Hogwarts.

Não havia empecilhos no caminho. Tudo era familiar para eles. A cabana não fora limpa depois que Remus parou de usá-la. Ele imaginou que o lugar poderia ser útil para outros com sua condição, agora que Hogwarts preparou-se para receber esses alunos.

Harry se remexia, na certa, um pesadelo. Sirius acalentou a cabeça do bebê contra seu peito, ninando-o. Cantarolava baixinho para que o afilhado continuasse adormecido. Remus sorriu, Sirius era muito fofo quando cuidava do menino.

Para o resto do mundo, ele era apenas o primeiro Black em Gryffindor, com uma armadura em volta de seus sentimentos, a única coisa que tinha em comum com seus familiares além do sobrenome. Por essa razão, falava sobre casar com Remus e tornar-se um Lupin, decisão protelada por causa da guerra.

Moony, I kidnapped HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora