Cartas aos desinteressados

Desabafo

Olá caro leitor, não sei bem o que falar para você mas, enfim, acho que minha vida alçancou um patamar que eu nunca antes tinha alcançado e, na verdade, diferente do que eu queria, isso não é algo bom. Resolvi usar essas páginas online para desabafar porque na verdade eu não tenho com quem eu  fazer isso e eu tenho tanto para falar que não sei por onde começar.

Não espero que você leia isso e se identifique, muito menos que acompanhe como uma leitura de mérito porque sou uma pessoa comum e meu português não é dos melhores.

Bem, começo esse desabafo falando um pouco do meu estado emocional. Faz exatamente um ano e meio que eu me perdi totalmente, não no sentido sujo da coisa, mas no sentido de não saber o porquê das coisas, no sentido de não saber quem eu sou de verdade e no sentido de não ter mais vontade de fazer as coisas. Sim, o nome disso é depressão, mas assim, eu já frequentei durante uns meses psicologo e não fez muita diferença, então eu resolvi parar com as consultas. As vezes eu me pergunto se tomar remédios ajudaria a livrar minha cabeça dos milhares de pensamentos indesejados que eu tenho, mas eu não me sinto confortável suficiente para tomar algo que me deixe mais lerdo que o normal, ou algo que seja tão forte que eu tenha que ter uma receita médica (sem falar que consulta médica é caro de mais). Não me julgue caro leitor, eu compreendo que preciso de ajuda, mas ao mesmo tempo tem tanto que você não sabe que, se soubesse, talvez não estaria me julgando.

Enfim, as vezes eu ligo a luz do meu abajur e me deito no châo do quarto e fico tentando lembrar da época em que eu não tinha esse problema, eu era uma pessoa feliz e que tinha vontade de acordar.... Ah, acho que de todas as coisas que eu perdi, a vontade de dormir e de acordar são as que eu mais sinto falta. Faz uns três a quatro meses que eu não consigo dormir, as vezes meus olhos doem tanto que eu sou obrigada a chamar minha mãe para ficar comigo, falando na minha mãe, eu nunca contei o porquê eu chamo ela tantas vezes para dormir comigo (sendo que eu já sou maior de idade), ela acha que é porque eu sinto medo ( eu tenho nictofobia) mas vou aproveitar e falar isso aqui: mãe, eu chamo você para dormir comigo porquê eu me sinto mal, com dor de cabeça e muita, mais muita solidão; eu me sinto tão sozinhadurante a noite que chega a doer meu peito e eu tenho vontade de acabar com tudo, porquê essa é a vontade  que a solidão da madrugada me dá: acabar na escuridão eterna.

Caro leitor, não faça parte da massa de individuos que não compreendem, apesar de eu querer muitas e muitas vezer terminar com tudo eu sei que isso não é o certo e, bem, eu sou curiosa o suficiente para querer saber o final da minha história e morrer de forma natural.

Ah, acho que vou me dar um nome nessa história aqui porque acredito que vá ficar mais interessante. Pois bem, me chamo Kodaline, tenho 18 anos, sou amante de arte e gosto muito de tudo que possa envolve-la. Sou viciada em café e é isso, não trabalho porque, bem, eu moro no Brasil e ao menos que você tenha ótimos contatos (o que definitivamente não é o meu caso), voce não consegue um emprego tão facil assim; nunca namorei e tenho uns três amigos que não converso muito, mas que sempre estarão do meu lado, ou seja, se eu quero sair e fazer algo eu mando um whats e tá tudo certo. Meu sonho era cursar medicina mas eu não passei em uma federal e a particular é COMPRETAMENTE inacessivel (Quem tem 9 mil reais todo mês? Meus pais são aposentados!), além de que  meus pais nunca me deram apoio (por mais que todas as vezes que perguntassem para eles o que eu queria ser eles enchiam a boca pra falar "medicina", ironia, não?), por isso eu estou no primeiro semestre de fisioterapia em uma particular e, como eu já havia previsto, odiei a faculdade, por isso vou mudar para enfermagem que pelo menos é o mais próximo do que eu realmente queria. Ai você pode estar se perguntado "mas porque você não fez cursinho? porque não estudou?", a resposta é a seguinte: passei três anos da minha vida estudando igual uma condenada, o colégio que eu frequentava era extremamente puxado e eu era muito cobrada (inclusive por mim mesma), vivi sob pressã durante muitos anos, meu boletim era uma pilha de notas exemplares e o que aconteceu é que eu foquei em passar e estudar tanto que eu não passei na prova mais importante: vestibular. Cansa muito, é como um balde de agua fria e eu vou te falar a verdade, não sei quando, mas um dia do futuro distante, quando minha depressão resolver desaparecer de forma mágica, talves eu tente novamente. Mas eu não prometo.

O que eu posso falar mais? olha, acho que por hoje é só. Vai ser assim, encontros breves pq eu não estou com muita vontade mesmo, mas foi legal escrever um pouco aqui.

Até mais pessoa :)

Obrigada por ler esse pequeno desabafo que talvez não seja bem um desabafo.

Desculpa pelos erros de português *-*